O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) obteve êxito em quatro projetos aprovados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O projeto de “Caracterização físico-química e nutricional de frutas nativas da Mata Atlântica com potencial econômico e ambiental”, da Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas e pesquisadora do Incaper, Sarah Ola Moreira, foi um dos aprovados.
O objetivo do trabalho é avaliar a qualidade in natura de juçara (Euterpe edulis), uvaia (Eugenia pyriformis), cabeludinha (Myrciaria glazioviana), grumixama (Eugenia brasiliensis) e araçá-una (Psidium myrtoides), quanto aos aspectos físico-químicos, nutricionais e morfológicos, ampliando o conhecimento sobre as propriedades e potencialidades, incentivando conservação pelo uso dessas espécies.
A Mata Atlântica é uma área prioritária para conservação por abrigar elevada biodiversidade ameaçada pelas mudanças climáticas e pela ação do homem. Diante disso, conhecer e conservar os recursos genéticos são de extrema importância para que não se perca, ainda mais, essa variabilidade genética. Uma das formas de ampliar a conservação de espécies é torná-las conhecidas e úteis à população, seja na agricultura, na medicina ou na indústria. As frutas da Mata Atlântica possuem características como sabor e aroma atrativos, além de propriedades nutracêuticas, antioxidantes e antibacteriana, ainda pouco exploradas, devido a uma lacuna no conhecimento sobre as propriedades dessas frutas.
Condução dos trabalhos
Serão feitas expedições para identificação de plantas matrizes e coletas de amostras de frutos, folhas e solo. A avaliação das matrizes será feita por meio de descritores morfoagronômicos e dos atributos químicos de suas folhas e do solo. Nos frutos coletados de cada matriz serão feitas avaliações biométricas, físico-químicas (umidade, cinzas, lipídios, proteínas, pH, acidez total e carboidratos), nutricionais (fibras, ácido ascórbico, valor calórico) e teor de elementos inorgânicos.
“O projeto será desenvolvido em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo/Venda Nova do Imigrante, e os alunos do ensino médio-técnico em Agroindústria e do ensino superior em Ciência dos Alimentos auxiliarão na coleta das amostras, nas análises laboratoriais e na divulgação dos resultados, integrando os alunos nas atividades de pesquisa, instigando a curiosidade e a construção do saber científico e sistematizado. Na fase inicial do projeto, os alunos bolsistas terão aulas de Boas Práticas Laboratoriais; Metodologia de Pesquisa; Pesquisa Científica e Experimentação; Conservação Florestal com foco na Mata Atlântica; Recursos Genéticos e Diversidade Genética; Colheita e Pós-Colheita de Frutas; Análises de Qualidade de Frutos, dentre outros temas” disse Sarah.
Sarah ainda ressaltou que além do potencial científico, esse projeto tem caráter social, tanto pela disponibilização de bolsas aos alunos científicos quanto pela possibilidade de trazer novas fontes de renda ao produtor que conserva essas frutas nativas em sua propriedade. “Esse projeto também pode auxiliar no desenvolvimento de novos produtos, que poderá agregar maiores rendimentos, especialmente numa região com o agroturismo forte”.
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