Apicultura
A apicultura consiste na criação de abelhas exóticas (Apis mellifera) com o objetivo de produzir mel, própolis, geleia real, pólen e cera de abelha. Essa atividade é incentivada pelo Incaper em diversos municípios capixabas e tem se mostrado uma excelente alternativa de diversificação agrícola. A apicultura representa uma significativa fonte de renda para os agricultores familiares, não exige muito tempo e nem grandes áreas de terra disponíveis, e é uma atividade de baixo impacto ambiental, que contribui bastante para preservação do ecossistema.
Em torno de 250 apicultores capixabas estão organizados em associações, sendo cerca de 1.200 produtores envolvidos na atividade que recebem assistência técnica do Incaper. A produção anual de mel do Estado é de em média 1.000 toneladas por ano. A produção média de uma colmeia é de 25kg a 30kg.
Os produtores que investem na atividade estão organizados em associações, tendo ao todo 19 associações de apicultores no Espírito Santo. Entre os principais municípios produtores estão: Domingos Martins, Fundão, Aracruz, Viana, Colatina e Santa Maria de Jetibá (Região Central); Pancas, Alto Rio Novo, São Gabriel da Palha, Águia Branca, Conceição da Barra, São Domingos do Norte, Ecoporanga, Jaguaré e São Mateus (Região Norte); e Dores do Rio Preto e Guaçuí (Região Sul).
A criação de abelhas nativas sem ferrão é uma atividade que vem crescendo no Espírito Santo. O Incaper desenvolve diversas ações de assistência técnica, extensão rural e educação ambiental para conhecer e caracterizar as espécies de abelhas sem ferrão no Estado, quanto ao status ecológico e o potencial para criação. Atualmente, das 262 espécies de abelhas sem ferrão registradas no Brasil, 40 aparecem no Estado, sendo que apenas três espécies são comumente criadas: jataí, uruçu amarela e mandaçaia; e pelo menos sete espécies possuem potencial para criação: mumbuca, mandaçaia, guaraipo, monduri, tubiba, mandaguari amarela, borá ou jataí gigante e iraí. O destaque é dado para a uruçu capixaba, espécie endêmica das montanhas capixabas e protegida por lei. Todas as espécies podem ser empregadas em programas de polinização. No Espírito Santo, a meliponicultura é praticada de forma tradicional, principalmente por agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas.
O trabalho de interação rural com meliponicultura e apicultura é desenvolvido no Centro Regional de Desenvolvimento Rural Centro Norte, na Estação das Abelhas, em Linhares.
O projeto “Elas podem nas criações de abelhas” foi aprovado na Portaria nº 002-R/2020 - Banco de Projetos de Pesquisa – SEAG e na Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
Para buscar mais legislações, acesse o Sistema de Consulta à Legislação do MAPA e o site do Idaf .
Projeto
Extensionista: Alex Fabian Rabelo Teixeira.
Formação: Mestre em Ecologia e Biomonitoramento.
Linhas de pesquisa: Agroecologia, produção orgânica.
Título do Projeto: Elas podem nas criações de abelhas.
Edital: Portaria nº 002-R/2020 - Banco de Projetos de Pesquisa - SEAG.
Situação: concluído.
Início/fim: 01/2021 a 12/2022.
Resumo: O objeto primordial desta proposta é apoiar e dinamizar o acesso das mulheres nas criações de abelhas sem ferrão e africanizadas e suas cadeias produtivas, na região do Rio Doce capixaba. É do conhecimento que algumas mulheres capixabas atuam diretamente nas criações das abelhas, quer seja na meliponicultura e/ou na apicultura. Muitas auxiliam em algum ponto da cadeia produtiva apícola. Outras tem interesse de iniciar nas atividades ou gostariam de atuar de forma mais direta. Entretanto, não se ver muitos projetos na pecuária brasileira, onde as mulheres são incluídas como protagonistas. Isto também é válido para a meliponicultura e apicultura. A proposta, aqui apresentada, oportuniza que as mulheres utilizem as habilidades inerentes ao sexo feminino em benefício das criações das abelhas, de forma mais amorosa, com maior respeito a natureza, com a preocupação de inserir todos os membros da família e compartilhar conhecimentos e saberes. Por que isso é próprio da mulher. Para isso, os objetivos específicos da proposta são: viabilizar a rede solidária das mulheres capixabas unidas na cadeia produtiva apícola da região do Rio Doce; fortalecer os espaços de troca de experiências, construção dos saberes relativos as abelhas e das tecnologias apícolas agroecológicas, na Estação das Abelhas (Incaper) e nas Unidades de Experimentação Participativa e de Aprendizagem Coletiva (UEP); capacitar e ampliar a qualificação dos núcleos familiares, no que diz respeito, aos manejos apícolas agroecológicos, os produtos apícolas (mel, própolis, cera e outros) e artesanatos vinculados as abelhas (caixas decorativas, velas, sabonetes, crochês e outros); auxiliar no acesso aos circuitos de comercialização dos produtos e artesanatos apícolas da logomarca “Elas podem nas criações de abelhas”; avaliar, validar e compartilhar os resultados alcançados e as experiências adquiridas. Mas, como isso é possível? Como tudo isso vai acontecer? Isso é possível, pois há demanda. Há um grupo de mulheres que criam abelhas ou tem interesse em criar, identificados e cadastrados nesta proposta, dos municípios de Linhares (Sede, Areal, Rio Quartel, Bebedouro, Degredo e Regência), de Sooretama (Córrego do Danúbio, Chumbado), Aracruz (Gimuhuna, Barra do Riacho), que em conjunto com Ibiraçu, João Neiva e Rio Bananal compõem a região do Rio Doce capixaba. Há um anseio e expectativa de novos horizontes e saberes, valorização, visibilidade, reconhecimento, aumento da segurança alimentar e econômica. E isso vai acontecer a partir da metodologia da responsabilização conjunta e da aprendizagem coletiva. Unindo duas pontas, uma representada: pelos profissionais do Incaper que atuam na assistência técnica e extensão rural na apicultura e meliponicultura; infraestrutura básica e espaço físico público da Estação das abelhas e Unidades Demonstrativas, constituídas pela UEP da família Baldi em Sooretama, pelos Núcleos de Pesquisa Apícola do Incaper, provenientes de recursos de projetos concluídos (Editais da FAPES 11/2013 e 03/2017 Universal); apiários e meliponários de criadores de abelhas pioneiros, experientes e exitosos. A outra ponta composta pelo grupo de mulheres interessadas e motivadas a atuar de forma mais efetiva e criativa na cadeia produtiva da criação de abelhas.
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