As Tecnologias Sociais consistem em um conjunto de técnicas e metodologias reaplicáveis, que são desenvolvidas em interação com a sociedade. Elas convertem as demandas ou necessidades sociais em problemas de investigação científico-tecnológica.
O Incaper possui tecnologias sociais oficialmente reconhecidas pela Fundação Banco do Brasil, que podem ser consultadas por tema, entidade executora, público-alvo e região no âmbito da UF – Espírito Santo em sua base de dados.
O Banco de Tecnologias Sociais é uma base de dados que contempla informações sobre as tecnologias sociais certificadas no âmbito do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.
As informações sobre as tecnologias sociais abrangem o problema solucionado, a solução adotada, a forma de envolvimento da comunidade, os municípios atendidos, os recursos necessários para implementação de uma unidade da Tecnologia Social, entre outros detalhamentos.
Principais Tecnologias Socias desenvolvidas pelo Incaper:
Cores da Terra
O projeto Cores da Terra teve início em 2007, por meio de uma parceria entre o Incaper e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Implementado principalmente nas comunidades rurais, ensina uma técnica simples, criativa e sustentável, cuja matéria-prima utilizada é a terra de várias tonalidades, que quando misturada com água e cola, resulta em tintas de cores variadas. A tinta produzida não é tóxica, apresenta boa qualidade e o seu custo é inferior ao da tinta convencional. Além de embelezar a paisagem rural, pois favorece a aparência das habitações rurais, instalações comunitárias e empreendimentos turísticos, proporciona uma alternativa de renda a partir do acabamento de peças de artesanato decorativas e utilitárias para serem comercializadas. O projeto de Produção de Tinta à Base de Terra para Uso em Pintura Imobiliária e Artesanato foi vencedor da edição 2009 do Prêmio Finep de Inovação da categoria "Tecnologia Social" da Região Sudeste, sendo também certificada como Tecnologia Social pela comissão de certificação do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, consolidando, assim, as características de baixo custo, simplicidade, fácil aplicabilidade e impacto social comprovado desta sustentável técnica de pintura.
Arquivos para download:
Livro Cores da Terra: Pintando o Brasil
Cartilha Cores da Terra: Pintando o Brasil
Folder Cores da Terra: Pintando o Brasil
Integração do PAA e Mesa Brasil no Polo de Manga
Com o objetivo de garantir a segurança alimentar e nutricional das populações rurais e urbanas em situação de vulnerabilidade social do Espírito Santo, foi desenvolvida uma tecnologia social pelo Incaper via Projeto Estruturação e Fortalecimento dos Setores Produtivos da Agricultura Familiar do Norte do Espirito Santo (Tecsocial). Esse projeto sensibilizou, mobilizou, articulou e integrou o Incaper, Conab/ES, Programa Mesa Brasil - SESC/ES, Polo de Fruticultura de Manga, Prefeituras Municipais e sociedade civil, para que agricultores familiares acessassem ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), elencando o Banco de Alimentos do SESC, o Programa Mesa Brasil , como instituição receptora dos alimentos doados pelo programa e de controle social. Foi finalista, em 2014, do Prêmio Inoves.
Com isso, um novo canal de comercialização dos produtos da agricultura familiar foi estruturado e a instituição receptora pode programar a recepção das doações e a logística de distribuição para 76 instituições cadastradas no Mesa Brasil, beneficiando 17.246 pessoas, além de 90 famílias de agricultores familiares do município de São Mateus, que comercializaram seus produtos a um preço justo, totalizando em 18 meses: 120.000 kg de alimentos doados e R$ 400.000,00 gerados de renda direta aos agricultores familiares.
Projeto Mulheres Empreendedoras e Inclusão Social – Projeto D’Elas
Executado pelo Incaper em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), beneficiou 700 mulheres rurais e pescadores de 40 grupos produtivos de 20 municípios do Espírito Santo. O objetivo foi gerar renda alternativa dentro das perspectivas de gênero e das economias solidárias e criativas, por meio da prática organizativa-educativa. Com a habilidade dessas comunidades produtivas e o uso de matéria-prima local, como fibras, sementes vegetais, resíduos agrícolas e pesqueiros, material reciclável, tecidos e aviamentos doados pelo MDS, foram desenvolvidos produtos sociais sustentáveis com o apoio técnico do Ateliê Brasil e Incaper, unindo design e funcionalidade e aliando a criatividade com prospecção de mercado e com o procedimento de trabalho em linha de produção segmentada. Assim, houve redução no tempo de produção e permitiu-se a reprodutibilidade sem a perda da origem e da qualidade, a possibilidade de produção em grande escala e a fidelidade na entrega dos produtos.
Estratégia de Comercialização de Produtos Agroecológicos em Cariacica
A estratégia de comercialização foi implantada em 2007 pelo Incaper que junto aos agricultores familiares em transição agroecológica e alguns gestores públicos do município organizaram a Feira Agroecológica de Cariacica. Foi estabelecida a Comissão de Feira, que definiu o local, os critérios de funcionamento e selecionou 24 famílias de feirantes. A Feira foi inaugurada e ampliada em 2008, contendo 12 barracas, sendo acompanhada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Cariacica e pelo Incaper. As propriedades rurais dos feirantes são assistidas pelo Instituto e eles recebem formação continuada sobre processos agroecológicos, de gestão e de comercialização. O projeto tem apoio financeiro da Finep e apoio técnico da Fundagres.
Inserção de Alimentos Agroecológicos na Alimentação Escolar em Vitória
A estratégia de comercialização direta de produtos agroecológicos para a alimentação escolar foi implementada em 2007 pelo Projeto Fortalecimento dos Espaços de Comercialização Solidária Através da Agricultura Familiar e Organizações Sociais da Grande Vitória. O projeto foi executado pelo Incaper junto à Secretaria Municipal de Educação de Vitória, e teve apoio financeiro da FINEP e apoio técnico da Fundagres.
Peixe na Mesa, Planta na Mata
Visando atrair jovens rurais quilombolas à sua comunidade original e manter nela os que ainda vivem ali, o projeto Peixe na Mesa, Planta na Mata busca aprimorar a agricultura de base agroecológica, a piscicultura sustentável de espécie nativa (o lambari), a produção de mudas de espécies nativas e a produção de energia alternativa com a utilização de painéis solares, que alimenta todo o sistema produtivo.
Tais atividades foram implantadas, na forma de Unidades Experimentais-Demonstrativas, nas quatro principais propriedades com perfil agroecológico que abrangem a Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade Espírito Santo, Asafaces. Os jovens e adultos comunidade e do entorno foram capacitados, obtendo assim qualificação em atividades especializadas, por meio de cursos, palestras e dias de campo, ampliando assim a produção de alimentos saudáveis de maior valor agregado, e aumentando também a comercialização da produção, além de melhorar a qualidade alimentar dos envolvidos.