De acordo com levantamento feito pela equipe da Coordenação de Meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a estação que marca o período mais quente e chuvoso do ano no Espírito Santo, o Verão, teve início às 18h48, dessa quarta-feira (21), e termina às 03h50 de 23 de março de 2023, tendo como características marcantes as altas temperaturas, chuvas abundantes e dias mais longos que as noites.
De acordo com eles, o principal sistema meteorológico de atuação é a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é uma banda de nebulosidade semi-estacionária, a qual se estende desde o sul da Amazônia, passando pela região Centro-Oeste e prolongando-se para o Oceano Atlântico, acarretando em chuvas, que podem ser intensas.
“Neste período, ocorrem mudanças rápidas nas condições do tempo, causadas principalmente pela instabilidade termodinâmica, com alta taxa de umidade associada ao aquecimento diurno, que favorece a formação de nuvens convectivas, ou seja, que crescem na extensão vertical, ocasionando as chuvas de forte intensidade. Elas ocorrem normalmente no período da tarde e noite, muitas vezes acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento”, explicou o meteorologista do Incaper, Hugo Ely dos Anjos Ramos.
Segundo Ramos, a média acumulada de precipitação para a estação supera os 450 mm na maior parte do Estado, com valores maiores que 600 milímetros (mm), registrados na região do Caparaó. Já as regiões litorâneas registram entre 300 e 400 mm. As temperaturas máximas médias ficam em torno dos 28-30 graus célsius (°C) na região serrana e 31-33 °C nas demais regiões. As temperaturas mínimas médias ficam em torno dos 17-18 °C na região serrana e 21-23 °C nas demais regiões.
Segundo as simulações numéricas do sistema oceano-atmosfera, realizadas pelos vários centros de previsão, a persistência da fase fria do fenômeno El Niño – Oscilação Sul – ou La Niña – tem indícios de enfraquecimento nesse mês de dezembro, alcançando as condições de neutralidade na temperatura da superfície do mar no pacífico equatorial a partir de fevereiro de 2023.
“No entanto, vale ressaltar que este fenômeno não influencia o regime de precipitação no Espírito Santo, apenas há uma tendência de temperaturas abaixo da média nos meses de Verão”, lembrou Hugo Ramos.
Segundo a meteorologista Thabata Brito, em relação ao prognóstico de precipitação neste período, por meio da análise dos diversos modelos de previsão climática, os resultados apontam a tendência para um acumulado de precipitação acima da média climatológica ao longo do próximo trimestre. Mas, nesse período as temperaturas devem ficar normais nesse período.
“Vale ressaltar que o volume excessivo de chuvas que vêm ocorrendo desde meados do mês de outubro foi suficiente para a regressão dos efeitos danosos do processo de estiagem que se estabeleceu desde fevereiro no Estado. Mesmo que o marco astronômico do início da estação tenha sido nessa quarta-feira, os sistemas meteorológicos que atuam no Estado já são característicos dessa época”, acrescentou a meteorologista.
Em relação aos prognósticos para o próximo trimestre, o conjunto das previsões tem mostrado alguma incerteza sobre tendências excepcionais em relação ao volume de chuva e o comportamento da temperatura no Espírito Santo.
No entanto, eles destacam que os episódios das ZCAS têm contribuído para os prognósticos de chuva superiores à média e, consequentemente, de temperaturas abaixo da média climatológica para o mês de dezembro. “Para o trimestre seguinte, entre janeiro e março, o que se pode esperar é um padrão mais próximo da climatologia, não se descartando alguns episódios de chuvas intensas, principalmente, nos meses de janeiro e março e de altas temperaturas no mês de fevereiro”, pontuou Hugo Ramos.
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