12/06/2023 16h24 - Atualizado em 13/06/2023 01h41

Incaper desenvolve projeto de nutrição mínima para recuperação de pastagens degradadas no Estado

Foto: Incaper
Dia de Campo no município de Guaçuí. Foram apresentados o projeto e o desenvolvimento inicial das plantas a um bom grupo de pecuaristas, que ficaram muito interessados nas perspectivas futuras do trabalho.

Um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem chamado atenção de pecuaristas do Espírito Santo, que buscam recuperar pastagens degradadas ou em vias de degradação. O objetivo é transformar as áreas que estão com a capacidade produtiva comprometida em áreas produtivas, utilizando nutrientes mais responsivos e com baixo custo de aquisição, por meio das ações de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).

O projeto intitulado “Nutrição Mínima para a Recuperação de Pastagem Degradada” é desenvolvido há um ano nos municípios de Mimoso do Sul, Guaçuí e Afonso Cláudio, com recursos da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), via Edital Banco de Projetos Seag e Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES). A previsão é de que tenha duração e entrega de resultados por dois anos.

O projeto é idealizado e coordenado pelo pesquisador do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Sul (CPDI Sul) do Incaper, André Guarçoni, e tem o apoio dos extensionistas Wescley Henrique Silva Marion, do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) do Incaper em Mimoso do Sul; Lorena Vidaurre Ribeiro, do ELDR em Guaçuí; Anderson Geraldo Pagotto de Moura, do ELDR em Afonso Cláudio; e do coordenador da Fazenda Experimental de Bananal do Norte (FEBN) do Incaper, Renan da Silva Fonseca.

Para colocar o projeto em prática, foram implementadas três unidades de validação em áreas de pecuaristas, uma em cada município onde é utilizada a nutrição mínima para a recuperação de pastagem degradada. Nas unidades, estão sendo validadas quatro tecnologias em relação à produtividade de capim, cobertura do solo e custo. São elas: pousio, calcário, calcário junto a gesso e calcário mais fosfato natural reativo.

“Os pecuaristas já utilizavam na prática esse princípio de forma intuitiva, mas agora podem ter mais segurança, uma vez que o processo de validação confirma o que previamente deduzimos”, explicou André Guarçoni.

O extensionista Wescley Marion reforçou que esse é um processo de recuperação de pastagens acessível aos pecuaristas do Estado, por ser economicamente viável, já que utiliza doses mínimas de insumos. “Essa é uma alternativa, especialmente em propriedades onde existe dificuldade em relação à mecanização agrícola, sendo dispensadas práticas de preparo do solo que comumente são realizadas de forma tratorizada”, salientou.

Ainda este ano, as unidades de validação serão convertidas em unidades de demonstração. Posteriormente, os dias de campo serão realizados nos três municípios e os pecuaristas envolvidos vão definir qual das tecnologias mais se adequa à própria realidade.

Guarçoni explicou que, para isso, serão aplicados questionários estruturados para a coleta de informações que servirão de base à implantação de um programa-piloto para a recuperação de pastagem, em que serão custeadas as análises de solo para os pecuaristas que queiram aderir ao programa em cada município.

Já foi realizado um dia de campo no município de Guaçuí, por iniciativa da extensionista do Incaper Lorena Vidaurre Ribeiro. Foram apresentados o projeto e o desenvolvimento inicial das plantas a um bom grupo de pecuaristas, que ficaram muito interessados nas perspectivas futuras do trabalho.

“Está sendo uma experiência enriquecedora, pois temos a oportunidade de apresentar aos pecuaristas os resultados na prática. A unidade de Guaçuí nos permitiu, em pouco tempo, verificarmos uma grande diferença quanto à cobertura de solo. São de extrema importância ações como essa, já que auxiliam o pecuarista na melhor tomada de decisão, ou seja, o que fazer diante de situações de degradação de pastagens, pois os recursos financeiros são escassos”, explicou Lorena Ribeiro.

A extensionista também considerou que as avaliações estão sendo realizadas de forma participativa, com o envolvimento de produtores, extensionistas e pesquisadores, enriquecendo o diálogo e a troca de experiências. “A ideia é incentivar o pecuarista a adotar corretamente as tecnologias já disponíveis e apresentar nas unidades demonstrativas a melhoria nas pastagens”, completou.

O extensionista do Incaper em Afonso Cláudio Anderson de Moura lembrou que só no município já são mais de 29 mil hectares (ha) de pastagens e grande parte está degradada. “A correção do solo é fundamental para a recuperação nesses casos. É um projeto que vai ao encontro da nossa proposta de melhorar as condições físicas e químicas do solo em nossas pastagens, porém com baixo custo e um resultado de grande valia, tanto social quanto ambiental, sendo uma necessidade para a nossa pecuária”, disse.

 “Este projeto está sendo fundamental para que uma sólida base teórica seja aplicada na prática, com simplicidade e baixo custo. Em razão disso e por ser um projeto de integração de pesquisa e ater, a possibilidade de utilização da tecnologia pelos pecuaristas é muito grande, o que mais uma vez reafirma o alcance da nossa missão institucional”, salientou André Guarçoni.

Texto: Tatiana Toniato Caus

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