29/08/2017 08h36

Incaper realiza dia de campo sobre sistemas agroflorestais em Linhares

Mais de 100 pessoas, entre estudantes das Escolas Família Agrícola de Rio Bananal e Jaguaré, técnicos e pesquisadores participaram do encontro.

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizaram na Área Experimental do Projeto Biomas – Mata Atlântica, situada na Fazenda São Marcos, em Linhares, o Dia de Campo: sistemas agroflorestais. Mais de 100 pessoas, entre estudantes das Escolas Família Agrícola de Rio Bananal e Jaguaré, técnicos e pesquisadores participaram do encontro.

Por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) é possível ampliar a cobertura florestal no Espírito Santo. Trata-se de uma forma combinada de plantio de culturas agrícolas e espécies arbóreas em um mesmo espaço, proporcionando preservação ambiental e geração de renda para o agricultor. O Incaper incentiva e recomenda essa prática. “Tentamos exemplificar o que pode ser replicado na propriedade em termos de diversidade de cultura para a geração de renda. Enquanto as arbóreas da Mata Atlântica vão crescendo e desenvolvendo, justamente para que o produtor rural possa recompor uma reserva legal ou alguma área de APP, no caso de agricultor familiar”, explicou a bióloga do Incaper e coordenadora do Projeto Biomas Mata Atlântica no Espírito Santo, Fabiana Ruas.

Durante o dia de campo foram montadas três estações. A primeira debateu o sistema agroflorestal como estratégia para implantação de reserva legal em área de pastagem; desenho e implantação dos SAF; sustentabilidade econômica e ecológica do SAF e densidade de espécies vegetais e foi ministrada pela bióloga do Incaper, doutora em Sistemas Agroflorestais pelo CATIE, Costa Rica e Bangor University, UK, Maria da Penha Padovan.

“Mostramos que o processo de implantação de uma reserva legal pode, ao mesmo tempo, melhorar as condições ambientais e gerar renda para o produtor, por meio de um sistema sucessional quando há geração de renda vindo de diferentes espécies que vão sendo substituídas longo do processo de formação de reserva legal. Enquanto algumas vão saindo do sistema, outras vão tomando lugar”, ressaltou Penha.

A segunda estação ministrada pelo pesquisador do Incaper, João Araújo, teve como tema: manejo, poda e ciclagem de matéria orgânica. “Pensando no Projeto Biomas sabemos que os solos são deficientes de nutrientes, por isso pensamos em intensificar a produção de matéria orgânica. Plantamos o guandu (espécie arbustiva) para que possamos fazer podas sucessivas, consequentemente, vamos produzir matéria orgânica que serão direcionadas para fazer a cobertura morta. Ao mesmo tempo que se faz essa cobertura morta, ela libera nutrientes. Esse é um dos exemplos de manejo que mostramos aos participantes. Precisamos intensificar as estratégias de convivência com o sistema”, explicou João Araújo.

A terceira e última estação foi ministrada pelo pesquisador do Incaper, José Altino Machado Filho e o extensionista Itamar Alvino de Souza, que tratou sobre o consórcio de café com seringueira, comportamento de clones de café conilon adaptados aos sombreamento, produtividade e qualidade do café sem sistemas consorciados com seringueira e o desenvolvimento de dois clones de seringueira em consórcio com café.   “O principal objetivo foi mostrar aos alunos, que são filhos de produtores, um trabalho que prega a sustentabilidade, tanto ambiental como econômica. É necessário que a informações seja passada da forma mais clara e simples possível para que essa ideia do consórcio entre café e seringueira possa se propagar”, ressaltou Altino.

Para o extensionista Itamar Alvino de Souza o dia de campo serviu para responder os questionamentos dos alunos, além de esclarecer dúvidas sobre consórcio e diversificação. “Eles perceberam as principais vantagens econômicas e ambientais do consórcio entre seringueira e café. Ou seja, é geração de renda o ano todo”, destacou Itamar.

Avaliação dos participantes

Para a aluna da Escola Família Agrícola de Jaguaré, Hevilis Targa Rodrigues, que também é filha de produtores rurais, participar do dia de campo é levar para dentro da propriedade uma oportunidade de diversificação. “O meu projeto de conclusão de curso é sobre consórcio entre banana, cacau e seringueira. Em cada período do ano vamos produzir e teremos renda o ano todo. Também é importante que nossos pais saibam que podemos trabalhar sem prejudicar o meio ambiente”, disse Hevelis.

A professora da Escola Família Agrícola de Jaguaré, Nina Paixão, avalia o dia de campo como rico em informações e resultados. “Podemos perceber que os experimentos tiveram resultados e que podem ser implementados na unidades produtivas da ragião. O bacana é que alguns pontos que foram colocados nas estações já estão sendo realizados pelos alunos nas escolas dentro do contexto da diversificação agropecuária”, ressaltou Ninna.

Saiba mais sobre o Projeto Biomas acessando o link: http://www.projetobiomas.com.br/ 

Assessoria de Comunicação do Incaper

Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
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Tópicos:
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