Encontro em Santa Teresa faz parte do cronograma de elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba. O valor gerado pela produção de uva no Espírito Santo vem crescendo nos últimos anos, resultando em emprego e renda para as famílias do campo. Para que essa atividade dê um salto ainda maior em produtividade, qualidade e sustentabilidade, o município de Santa Teresa recebeu, nesta quarta-feira (19), uma oficina técnica sobre a cadeia produtiva da uva.
O encontro faz parte do cronograma de elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4), que está sendo coordenado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). O objetivo é propor ações para o desenvolvimento da cadeia produtiva para os próximos dez anos no Espírito Santo.
O município de Santa Teresa é o maior produtor de uvas do Estado, sendo responsável por 31% da produção estadual. A oficina, entretanto, abordou o desenvolvimento da cultura para todo o Espírito Santo, já que a produção também tem destaque em diversos outros municípios, como Alfredo Chaves, Venda Nova do Imigrante, Vargem Alta, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano.
Com 197 hectares de área de plantio, o Espírito Santo é o 8º maior produtor da fruta no País. Em 2022, a produção foi de 3,2 toneladas, o equivalente a R$ 20,7 milhões, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na oficina, os participantes foram contextualizados sobre a elaboração do Pedeag 4 e receberam informações do setor para identificar as forças, as oportunidades, a fraqueza e as ameaças da cadeia produtiva.
Nos últimos anos, no município de Santa Teresa, a área de cultivo tem apresentado redução considerável, assim como o número de agricultores envolvidos na produção direta. De acordo com o extensionista do Incaper, Cássio Venturini, entre os principais desafios a serem enfrentados pela cadeia produtiva da uva estão a pouca mão de obra disponível e o alto custo de implantação da lavoura, principalmente nos últimos anos, após a pandemia da Covid-19.
“O Incaper tem apoiado e fomentado, por meio dos técnicos dos escritórios locais, o desenvolvimento da atividade e a diversificação agrícola. Esse apoio também tem ocorrido por meio de ações para que o produtor possa fazer o uso de forma mais consciente dos agroquímicos, visando à redução de custo e à produção de forma sustentável”, destacou Cássio Venturini.
Também esteve na ocasião, o diretor-técnico do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva, que reforçou o apoio da Instituição às ações de pesquisa e extensão rural para a cadeia produtiva.
Encontros
Os encontros para a colaboração na elaboração do Pedeag 4 vão até o dia 18 de agosto. Ao todo, serão 40 encontros, entre oficinas e reuniões técnicas, abrangendo as cadeias produtivas de maior representatividade para o Estado. Os encontros técnicos contam com metodologias participativas para discutir e propor ações que serão inseridas no Pedeag 4, que ficará em vigor até 2032. O intuito é planejar
ações e iniciativas que buscam alavancar o setor com políticas que promovam o desenvolvimento sustentável e tecnológico da agropecuária capixaba.
São discutidos temas transversais, como agricultura familiar, mudanças climáticas, crédito rural, mulheres no agro, logística, sucessão familiar e comunicação no agro. As oficinas vão ocorrer em diferentes municípios do Espírito Santo, valorizando a participação das lideranças do agro capixaba e almejando ampliar os horizontes, por meio do conceito de inovabilidade.
Também é possível participar da construção do plano de forma on-line, acessando o site da Seag (seag.es.gov.br) e clicando no banner do Pedeag 4.
Pedeag
O Pedeag é um Plano de Estado e tem como objetivo ser um referencial para o desenvolvimento das principais cadeias produtivas da agricultura, pesca e pecuária do Espírito Santo, de modo a integrar programas, projetos e ações entre os setores público, privado e não governamental.
Para o desenvolvimento do Pedeag 4 – 2023/2032, coordenado pela Seag, serão realizados seminários temáticos para a discussão com o público, visando a estabelecer as metas e as prioridades para a Gestão do Governo do Estado 2023- 2026, incorporando temas transversais contemporâneos, como a sustentabilidade, ESG (do inglês, sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), descarbonização, para o Horizonte de Planejamento – 2023/2032. Será disponibilizado ainda um ambiente virtual para contribuições via internet.
A metodologia proposta para a construção do plano está dividida em três etapas: investigação de cenário, definição de estratégia e estruturação do ambiente. A previsão é de que o relatório final do Pedeag 4 seja apresentado em seis meses.
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