Pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) vão começar a avaliar o crescimento do jacarandá-da-Bahia com diferentes doses de adubações. Para discutir a implantação do experimento, uma reunião foi realizada com instituições parceiras na Fazenda Experimental de Bananal do Norte.

O experimento que será instalado é coordenado pelo professor Carlos Henrique Rodrigues de Oliveira, do IFES Campus Ibatiba, e com o aporte de recursos de mais de 150 mil para custear a pesquisa. O projeto denominado “Crescimento de jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra Vellozo) estabelecido em sistema silvipastoril, em resposta a adubação fosfatada e nitrogenada e submetido a diferentes métodos de plantio com polímero hidroretentor (gel)” foi dividido em duas etapas: uma tem como objetivo avaliar a resposta da adubação de diferentes doses de nitrogênio e fósforo, e a outra, testar o uso do gel, assim como seu modo de aplicação; ambos na implantação de um sistema silvipastoril com o jacarandá-da-Bahia, a fim de acelerar o crescimento inicial dessa espécie nesse sistema, como forma de antecipar a entrada dos animais nestas pastagens.

O estudo será desenvolvido no município de Cachoeiro de Itapemirim, na Região Sul do Espírito Santo, próximo de duas Unidades de Conservação (UC): a RPPN Cafundó e a FLONA de Pacotuba em um Latossolo Vermelho Amarelo, em uma área de pastagem.

Os pesquisadores do Incaper Tiago Godinho, Gustavo Souza, Lorena Abdalla, Maurício Dan e a extensionista Érica Munano vão participar do projeto. No último edital PPE-AGRO da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), foi montada uma rede intitulada “Árvores (bio)nativas da Floresta Atlântica”, com a participação de pesquisadores do INCAPER e professores da Universidade Federal do Espírito Santo, (UFES), do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e da Universidade Vila Velha (UVV).

“O aumento da área de sistemas silvipastoris (SSPs) no Espírito Santo deverá, portanto, ampliar as oportunidades de geração de emprego e renda para uma parcela significativa de produtores rurais capixabas e poderá contribuir para a reconstituição das condições ambientais de suas propriedades agrícolas, desde que ações específicas de fomento e assistência técnica sejam orientadas para este fim”, explicou o pesquisador Tiago Godinho.

A expansão dos SSPs, conduzidos com base no planejamento integrado dos recursos da propriedade, pode atender, simultaneamente, aos objetivos de reduzir a pressão sobre a exploração das florestas nativas e viabilizar a recomposição de pastagens degradadas no imóvel rural, obedecendo aos dispositivos do Código Florestal e às legislações complementares.

O pesquisador ressalta também que, diante do exposto, o projeto, ao constituir uma unidade experimental e demonstrativa para a formação e manejo de SSPs no Estado, servirá de referência tecnológica para orientar produtores rurais e profissionais da agricultura, para a expansão e a diversificação da produção rural do Estado, associada à recuperação e utilização racional dos recursos naturais. “Ele também pode promover a intensificação do uso do solo, a conservação dos recursos naturais, o sequestro de carbono do ar para o solo e tecidos vegetais, a geração e a diversificação da renda do produtor rural e minimizar as pressões para a exploração agrícola de novas áreas, geralmente fragmentos florestais da Floresta Atlântica”, ressaltou Tiago Godinho.

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