Ações de extensão rural e mobilização social, bem como projetos integrados de conservação do solo e água foram apresentados no curso “Cafeicultura sustentável: alternativas de convivência com a seca”, realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), na Fazenda Experimental de Marilândia.
As experiências apresentadas foram desenvolvidas nos municípios de Marilândia, Colatina e São Roque do Canaã. No caso do município de Marilândia, o técnico Elio José dos Santos relatou a experiência do Projeto Limoeiro, iniciado em 2010, devido à necessidade de adequação a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em virtude da construção de poços escavados por agricultores. A bacia do Limoeiro possui 200 hectares de área, nove proprietários e 75 hectares de mata.
“O projeto foi baseado na construção de caixas secas para abastecer os lençóis freáticos. Ele buscou aproveitar a água que escorria das estradas. Foram implantadas em torno de 500 caixas secas. Nessas áreas de implantação percebeu-se a redução do assoreamento”, relatou Elio.
Atuação em microbacias em Colatina
A experiência de Colatina com ações integradas nas microbacias de Rio São João Pequeno, Rio Graça Aranha e Rio Baunilha foi apresentada pelo extensionista Euridis Baptisti. Foi criado um grupo de trabalho interinstitucional para definir, entre outras questões, prioridades de irrigação, uma vez que foi necessário ajustar-se a um TAC.
Elaborou-se um projeto – submetido ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR) de Colatina – para traçar essas ações integradas. Como resultados, houve a implantação de mais de 5 mil caixas secas nessas áreas, entre outras técnicas.
“Traçamos ações de maneira a contribuir para uma mudança de comportamento dos agricultores. Por esse projeto, definiu-se que financiamentos rurais só seriam feitos com irrigação racional e horários específicos para irrigação. Também buscamos integrar as Secretarias de Interior e da Agricultura, e articular diversos recursos e políticas públicas para essa região. Fizemos muitas reuniões com comunidades, seminários, palestras e encontros”, relatou Euridis.
Ele reforçou, ainda, a importância de trabalhar atitudes sustentáveis dentro de microbacias ou em pequenas propriedades de forma integradas entre as instituições.
Infiltração de águas pluviais em São Roque do Canaã
A experiência da Unidade demonstrativa de infiltração de águas pluviais e proteção de nascentes no município de São Roque do Canaã foi apresentada pelo engenheiro agrônomo Aliamar Comério. A proposta tem como objetivo reduzir efeitos destruidores das enchentes e aumentar disponibilidade de água dos períodos secos.
Ele apresentou diversas formas de armazenamento de água, como caixas secas, reservatórios impermeabilizados e barramentos de terra. Explicou a forma de construção de caixas secas de forma detalhada e os benefícios para as propriedades rurais que adotaram essa tecnologia.
“Após três anos de implantação desse projeto, estima-se que 150 milhões de litros de água foram infiltrados no solo em 10 quilômetros de estrada; 6.800 metros cúbicos de terra que iriam assorear os rios foram retidos e aumentou em 50% a vazão da nascente monitorada”, explicou Aliamar.
No entanto, destacou a importância da adoção de práticas conservacionistas de forma integrada. “Apenas a construção de caixas secas isoladamente não é a salvação para a reserva de água. É preciso realizar um trabalho que integre todas as práticas de conservação de água e solo”, falou Aliamar.
A realização do curso faz parte do Projeto “Transferência de Tecnologia para a Cafeicultura Sustentável no Estado do Espírito Santo”, fruto de um convênio entre a Embrapa Café e o Incaper. O curso teve início na terça (27) e segue até quinta-feira (29).
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