O cultivo de oliveiras está em expansão no Espírito Santo. Além do município de Santa Teresa, pioneiro na atividade, os plantios dessa cultura foram iniciados em Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Afonso Cláudio. Toda região Serrana do Estado é potencialmente promissora para cultivos de oliveiras com o objetivo de produzir azeite. O plantio, além de ser rentável, é tolerante à seca, o que pode ser mais uma alternativa para agricultores diante da crise hídrica. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem incentivado essa nova atividade na região das Montanhas Capixabas.
Para os extensionistas do Instituto do município de Santa Teresa, a atividade de olivicultura na região Serrana é uma grande aposta, pois permite a diversificação agrícola, o que contribui para o equilíbrio da renda da propriedade. “A olivicultura pode ser a redenção no desenvolvimento da agricultura de montanhas dada à sua característica peculiar, que consiste no processamento da azeitona para produção de azeite. É uma atividade que proporciona agregação de valor e geração de emprego e renda”, explicou o chefe do escritório local do Incaper em Santa Teresa, Carlos Alberto Sangali.
Ele disse que a olivicultura, além de se tratar de uma atividade rústica, perene e tolerante à seca, apresenta alta rentabilidade, o que pode permitir o retorno dos filhos dos agricultores familiares para a propriedade rural. “O cultivo de azeitonas também contribui na composição harmônica da paisagem e potencializa o turismo rural”, falou Sangali.
Incentivo à atividade
A proposta do Incaper é incentivar e fomentar a atividade de olivicultura, viabilizando a aquisição de mudas e a elaboração de projetos de financiamento para alavancar a cultura. Além disso, irá contribuir na identificação de canais de comercialização para o azeite de modo que os produtores obtenham maior remuneração.
“Orientamos tecnicamente os agricultores na realização dos plantios de oliveira e iremos contribuir para sua organização na formação de uma associação forte e na criação de uma cooperativa de caráter coletivo. Nosso objetivo é a produção de um azeite genuíno, com características edafoclimáticas, sociais e étnicas, evidenciando as Montanhas Capixabas. Esse azeite deve ter aroma e sabores diferenciados, de baixa acidez”, falou o extensionista.
Na realização do Dia Especial de Olivicultura, ocorrido em setembro em Santa Teresa, ocorreram palestras que abordaram tecnologias de produção, planejamento da atividade, organização do produtor e processamento. Na ocasião, houve distribuição de mudas de qualidade superior e preços compatíveis, oriundas da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), aos agricultores.
Destaca-se nesse município a implantação de uma Unidade de Demonstração e jardim clonal, que possibilitará a produção de mudas de oliveiras no Espírito Santo. Essa unidade terá 10 dez variedades como Arbequina, Grappolo 541, Maria da Fé, Ascolano, Arbosana, Frantoio, Manzanilia, Grappolo 575, Mission e Koroneike.
Fabricação do azeite
Atualmente, o Estado conta com 75,5 hectares plantados de oliveiras, com 49 produtores envolvidos, utilizando cinco variedades: Arbequina, Grappolo, Maria da Fé, Ascolano e Koroneike. A expectativa é chegar a 2020 com uma área aproximada de 300 hectares e 200 produtores beneficiados, bem como iniciar em 2019 a produção de um azeite genuinamente capixaba.
“Nesse momento, além do fomento e orientação técnica, estamos envidando esforços para a elaboração da indústria de beneficiamento coletiva que será construída com recursos dos governos municipal, estadual e federal”, afirmou Sangali.
Panorama da atividade
A olivicultura é uma atividade promissora e sua produção inicia-se a partir do 4º ano de implantação, apresentando uma produtividade de 2,5 toneladas por hectare. A partir do 6º ano, sua produção chega a 10 toneladas. O rendimento médio é de 1.600 litros de azeite por hectare.
Esses dados de produção são confirmados desde que o produtor obedeça às tecnologias preconizadas, tais como: plantio em áreas com altitude superior a 800m, com temperaturas adequadas à necessidade da cultura, que é de, aproximadamente, 200 horas/frio acumuladas abaixo de 12ºC; escolha da gleba com intensa luminosidade e arejamento; utilização de mudas geneticamente melhoradas (clonal); correção e nutrição baseadas em análise de solo; controle efetivo de formiga; utilização de um mix de variedades permitindo maior polinização e produção da oliveira, além da correta condução e poda de formação.
Expectativas dos produtores
Para o produtor Ruskim Junior, que plantou as oliveiras há um ano, as expectativas em torno da atividade são grandes. “O que me fez entrar na atividade é a rentabilidade. Tudo indica também que a mão-de-obra é menor. Plantei 800 mudas e cuido de quatro hectares. O único alerta que faço é em relação às formigas. Realmente, é preciso ter cuidados”, falou Ruskim.
Já o agricultor Sebastião Boff, da comunidade de Aparecidinha, decidiu investir na atividade neste ano. “Sou agricultor há 36 anos e recebi notícias do cultivo de oliveira. Vi nessa cultura uma grande oportunidade. Além do Incaper, também procurei informações na internet e vi que a cultura é realmente promissora”, relatou Sebastião.
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Texto: Luciana Silvestre Girelli
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