Só nesta semana, foram realizados dois cursos de produção de mudas e de elaboração de projetos de implantação de Pinus para o Pró-Resina, na Fazenda Experimental Mendes da Fonseca, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em Domingos Martins. Conciliar o crescimento econômico, gerando mais madeira, produtos florestais não madeireiros e renda à população, sem esquecer a preservação ambiental, é o foco principal do programa.
A plantação de pinus é vista como uma alternativa de renda para agricultores familiares e produtores rurais por ser de fácil manejo, por demandar pouco tempo de trabalho e possibilitar o seu cultivo junto a outras culturas. Além disso, gera em longo prazo a resina e a madeira. Por este motivo, o Governo do Estado intensificou as ações do Programa de Expansão do Plantio de Pinus para produção de goma-resina e madeira do Estado, o Pró-Resina.
Participaram cerca de 60 pessoas, entre agricultores familiares, produtores rurais e membros de viveiros regionais interessados em firmar parceria com o Estado para produzir mudas e atender ao Pró-Resina. Nos cursos, o público alavancou os seus conhecimentos sobre o cenário do plantio de pinus no Brasil, resinagem e beneficiamento de resina, linhas de financiamento para viveiro e sobre o Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM).
Os agricultores também aprenderam, em campo, sobre o funcionamento do sistema de produção de mudas de pinus. A partir de exercícios práticos, eles também acompanharam os processos desde a dormência até a expedição do pinus, a exploração da resina.
O pesquisador do Incaper e engenheiro florestal, Tiago Godinho, explicou que o desmatamento, aliado ao mau uso do solo, sem considerar a sua vocação ou aptidão natural, resultou em prejuízos para o setor econômico e ambiental capixaba. Explicou, ainda, que estes problemas são evidenciados pela degradação do solo em áreas cultivadas; extinção de várias espécies da fauna e da flora; assoreamento e poluição dos recursos hídricos; redução do potencial produtivo e da área agricultável; mudanças climáticas locais e as grandes mudanças, causando o efeito estufa; aumento na necessidade de fertilizantes e irrigação; e destruição de estradas, entre outros.
Tais fatores evidenciam a importância do múltiplo uso das florestas de coníferas, onde não só a madeira tem grande importância, mas também seus coprodutos, especialmente o óleo resina, de expressivo valor no mercado nacional e mundial. O pesquisador reforçou que o incentivo da atividade aos pequenos agricultores faz com que se tenha uma melhor proteção do solo.
“Na prática, isso se traduz em conservar a biodiversidade, maximizar a eficiência energética de seus processos produtivos, perseguir um ciclo de produção cada vez mais limpo e diversificar o uso econômico das árvores plantadas para ampliar os benefícios sociais gerados, seja a partir de oportunidades de emprego e renda, seja no envolvimento de pequenos produtores por meio de programas de fomento florestal”, salientou Tiago.
Os cursos foram realizados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), Incaper, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Idaf), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Federação da Agricultura do Estado (FAES), Associação dos Engenheiros Florestais do Estado (AEFES), Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e RB Florestal.
Oportunidades no Espírito Santo
O Espírito Santo tem boa aptidão para o cultivo florestal, com 30% das terras agricultáveis. Isso corresponde a cerca de 900 mil hectares de terras com vocação preferencial, mas não exclusiva, para cultivo florestal. O setor é o que mais cresce no Estado dentro do agronegócio nos últimos anos.
Além disso, os produtos florestais não madeireiros (PFNM) podem auxiliar na conservação dos últimos remanescentes florestais da mata atlântica. Por este motivo, dentre os desafios e propostas de ação do Pró-Resina estão a ampliação da silvicultura econômica em áreas “degradadas” visando a recuperação da área e produção de produtos florestais não madeireiros e madeireiros para o mercado, e o apoio ao investimento em pesquisas florestais e buscar parcerias visando a diminuição dos custos e estimular e apoiar a indústria de processamento destes produtos florestais.
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