19/05/2023 18h26 - Atualizado em 20/05/2023 08h06

Dia Especial do Gengibre em Santa Leopoldina abre 2ª edição da Expo Gengibre e Feira da Agricultura Familiar

Foto: Foto: Incaper
Incaper, Prefeituras de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, reunidos com a Família Belz, produtora de gengibre.

Durante a manhã dessa sexta-feira (19), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) realizou um Dia Especial do Gengibre na propriedade rural da família Belz, na comunidade de Rio das Pedras, em Santa Leopoldina. A ação abre a 2ª edição da Expo Gengibre e Feira da Agricultura Familiar, no município. O evento acontece como uma homenagem ao Dia Estadual do Gengibre, comemorado no dia 15 de maio, e o início da colheita para essa cadeia produtiva.  

Abriram o evento os extensionista do Incaper Galderes Magalhães de Oliveira e Cíntia Bremenkamp, do Incaper local em Santa Maria de Jetibá e de Santa Leopoldina; o diretor-técnico do Incaper, Antonio Elias Silva; a secretária de Agropecuária de Santa Maria de Jetibá, Rafaela Tesh; o prefeito de Santa Leopoldina Romero Endringer; a secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Santa Leopoldina, Diene Maria Bremenkamp; e o vereador do município, Jefferson Rodrigues.

Galderes Magalhães aproveitou a ocasião para agradecer o apoio dos exportadores parceiros, Sthur Agropecuária, CooperFruit, CAF Serrana e ColaFoods. Também agradeceu o apoio dos parceiros Technes Agrícola, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), Sicoob, Nativa Foods, Banco do Brasil e Banestes.

O extensionista lembrou que o Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do país, sendo os municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins os produtores que mais “movimentam” a cadeia produtiva atualmente.

Segundo Galderes, a expansão do gengibre no Estado começou ainda na década de 90 quando alguns produtores de Santa Leopoldina, em parceria com a prefeitura e a antiga Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), começaram a investir em mudas para a criação dos primeiros plantios. Em seguida, Santa Maria de Jetibá também inseriu-se na busca pela produção de gengibre, com a contribuição de materiais genéticos advindos de São Paulo, em uma fase inicial, apenas para testes.

“Para termos noção, historicamente nessa época falávamos de produtividade de 20 toneladas por hectare. E quando avaliamos a nossa média estadual hoje, pulamos de 52 para 60 toneladas por ha nos últimos dois anos. Para além disso, nós temos hoje a maior produtividade de gengibre do mundo. Tiramos o chapéu para os produtores que implementam as tecnologias desenvolvidas e só dessa forma aperfeiçoam os trabalhos e potencializam a cadeia produtiva do gengibre”, explicou Magalhães. 

“É grandioso sabermos que 90% do gengibre plantado em todo o Espirito Santo, está nos três municípios citados. Além do mais, temos um percentual para trabalhar em outros produtos e serviços derivados do gengibre que estão chegando com toda a força. Temos que fazer disso uma forte marca em nosso Estado”, disse Antônio Elias.

Segundo o diretor-técnico do Incaper, o objetivo do Instituto é investir cada vez mais em produção e transferência de tecnologia, na proximidade entre as comunidades produtoras de gengibre e o Estado e por fim, em eventos como a 2ª edição da Expo Gengibre e Feira da Agricultura Familiar que incentivam o crescimento da cadeia produtiva.

“Ficamos satisfeitos de saber que somos municípios responsáveis por tamanha qualidade que com o passar dos anos, só vem se multiplicando em custos, benefícios e melhoria de vida para os produtores rurais. Para isso, contamos muito com o apoio do Estado, por meio do Incaper, para buscar mercados mundo a fora e agregação de valor”, afirmou Romero Endringer.

A família Belz é composta pelos produtores de gengibre Alexandre Lemk Belz e Tatiana Kuster Belz, que na ocasião estavam com os seus filhos Camila (2 anos) e Eduardo (6 anos). Eles chegam a produzir seis mil caixas de gengibre por hectare anualmente, por meio de um manejo totalmente orgânico. A maior parte do gengibre é exportada para a América do Norte e para a Europa.

“É a realização de um sonho o dia especial do gengibre, porque pela primeira vez realizamos esse ‘dia especial’, aqui. A gente espera que as informações de hoje se multipliquem para os outros colegas produtores, porque, para nós, tudo isso já foi um sonho também, mas nunca desistimos de aprimorar o nosso trabalho”, pontuou Alexandre Lemk Belz.

Os Belz também trouxeram uma novidade inusitada: depois de mais de dez anos investindo em reprodução genética, a família apresenta, sete novas cultivares que ainda não existem no Brasil. Todas estão sendo acompanhadas pelo Ifes -  Campus de Alegre. “A gente tem gengibre que chega a dois metros de altura. Algo jamais visto. Vamos participar hoje do concurso durante o Expo Gengibre com mais de 14 quilos das nossas cultivares”, destacou o produtor.

Durante a programação, Galderes Magalhães ministrou uma palestra sobre como produzir gengibre de qualidade para exportação e lembrou que os produtores devem estar atentos as demandas dos importadores. “Se nossos produtores e exportadores não estiverem atentos a apresentação de nossos produtos, não vamos dar passos a diante. A qualidade não está ligada apenas aos processos finais, mas todos os passos da comercialização do gengibre, desde o seu início, na escolha das melhores mudas. Por exemplo, não adianta escolher uma muda que atende ao padrão de qualidade que você quer, sem saber qual a sua procedência”, ressaltou.

O extensionista ainda mencionou vários outros pontos importantes para se conquistar a qualidade do gengibre, tais como o monitoramento das lavouras e a higiene pessoal dos colaboradores.

O extensionista do Incaper de Santa Maria de Jetibá, Iosmar Luiz Mansk, falou mais sobre as tendências e oportunidades de mercado. Segundo ele, apesar do aumento de áreas plantadas e produção durante muito tempo, o Estado passou por dificuldades que puderam ser observadas em 2021 e 2022, tais como o avanço de pragas e doenças provocando perdas, baixa produtividade, custo alto, considerando uma produtividade de 4.500 caixas por hectare, entre outros fatores. Segundo ele, isso levou a um cenário com pouca demanda e preço baixo, prejuízo para alguns agricultores e a diminuição de áreas cultivadas.

“Ainda assim, conseguimos visualizar também um quadro positivo esse ano, com melhores preços em função da oferta menor, comparado a outros anos com oscilação de acordo com a oferta e procura. Além do mais, a melhoria da qualidade do gengibre, a qual temos incentivado, vem a contribuir para manter os preços em alta”, concluiu Iosmar Mansk.

Na ocasião o professor Dr. Sávio da Silva Berilli, do Ifes Alegre, deu mais detalhes sobre as ações de Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAc) para o gengibre, que envolve dez unidades do IFES.

Além de produtores rurais e demais envolvidos com a cadeia produtiva do gengibre, estudantes em agropecuária da Escola Estadual de ensino fundamental e medio (EEEFM) Fazenda Emilio Schroeder também estiveram presentes para acompanhar o Dia Especial de Gengibre, na propriedade da família Belz.

Ao final da programação foi realizado um sorteio com vários brindes dos parceiros para os participantes. Um dos brindes foi o Livro do Gengibre, do Incaper, também disponível na Bibioteca Rui Tendinha.

2ª edição da Expo Gengibre – Feira da Agricultura Familiar vai até o próximo domingo (22)

Nessa sexta-feira (19), às 18 horas teve início a Exposição e venda de produtos agrícolas, de agroindústria, artesanato e bebidas com foco na Cadeia Produtiva do Gengibre no Ginásio de Esportes no Centro de Santa Leopoldina. Já no domingo, haverá a premiação do Concurso de Maior Rizoma de Gengibre da Safra 2022/2023.

O presidente do Incaper, Franco Fiorot, esteve presente na 2ª edição da Expo Gengibre. “É uma satisfação participar de um evento que marca o potencial do Espirito Santo, para a cultura do gengibre. Vamos apoiar às melhorias que colaboram para o fortalecimento do setor, através da pesquisa, assistência técnica e extensão rural mais subsídios ao produtor para o crescimento do gengibre no Estado, com resultados satisfatórios, diante dos desafios que nos são colocados", salientou. 

A 2ª edição da Expo Gengibre – Feira da Agricultura Familiar, tem como realizadores a Prefeitura Municipal de Santa Leopoldina, em parceria com o Governo do Estado por meio da Secretaria da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag) e do Incaper, da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES).

Texto: Tatiana Toniato Caus

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