Nesta quarta-feira (16), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) comemora 66 anos de serviços prestados às famílias rurais e a sociedade capixaba, contribuindo com o desenvolvimento da agropecuária, por meio de resultados e soluções para o campo.
Presente nos 78 municípios capixabas, o Instituto atualmente conta com 82 Escritórios, dos quais 77 são Escritórios Locais de Desenvolvimento Rural e 5 Escritórios Distritais de Desenvolvimento Rural, 11 Centros Regionais de Desenvolvimento Rural, 13 Fazendas Experimentais, sendo duas sob concessão de uso (Santa Maria de Jetibá e Rancho de Telha), 11 Laboratórios de Pesquisas e o Sistema de Informações Meteorológicas. Tudo isso confere ao Instituto uma capilaridade singular em relação às demais instituições de pesquisa e Ater em nível nacional.
São mais de 300 servidores efetivos, com profissionais de diversas especialidades, tanto da área finalística quanto da área de suporte. Entre as formações que compõem as carreiras do Instituto, estão: Agronomia, Agropecuária (técnico de nível médio), Economia Doméstica, Ciências Biológicas, Administração Rural, Zootecnia, Medicina Veterinária, Engenharia de Pesca, Ciências Sociais, 40 Engenharia Agrícola, Agrimensura (GIS), Engenharia Florestal, Turismo, Administração, Economia, Serviço Social, Jornalismo, Contabilidade, Direito, Biblioteconomia, meteorologia, entre outras.
“Todos eles atendem, prioritariamente, aos agricultores do Estado, com excelência e qualidade, com foco em melhorar a qualidade de vida e o trabalho da agricultura familiar, por meio de políticas governamentais e da difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos que garantam ganhos de ordem social, econômica e ambiental”, lembrou o diretor-presidente do Incaper Lázaro Samir Abrantes Raslan.
O secretário de Estado da Agricultura, José Roberto Macedo Fontes, lembra que se hoje o Estado colhe os bons frutos de uma agricultura diversificada e produtiva, deve-se muito ao Incaper. “O Instituto tem um papel essencial no desenvolvimento sustentável da agricultura capixaba, seja por meio das pesquisas desenvolvidas, numa reconhecida excelência na identificação dos gargalos encontrados e solucionados, seja na ação de extensão, levando os resultados destas pesquisas e outras tecnologias ao produtor rural, com maestria e competência. Parabéns aos seus pesquisadores e extensionistas. Parabéns ao Incaper”, comemorou.
Para Raslan, o Instituto funciona há anos como um capacitor dos produtores familiares capixabas que, por meio das ações de extensão, assistência técnica e pesquisa, têm acesso às políticas públicas.
“O Incaper é referência mundial em cafés arábica e conilon, mas não podemos deixar de exaltar as ações em produção vegetal, produção animal e o incentivo aos trabalhos sociais, à sustentabilidade, à segurança alimentar, à agroecologia, entre outros. Isso motiva as famílias rurais. Realizamos uma função espetacular e fundamental, criando um elo entre o governo e a sociedade, que vem se renovando e trazendo, cada vez mais, esperança e apoio aos agricultores familiares do Estado”, disse.
De acordo com o relatório anual do Incaper, só em 2021, a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Incaper realizou mais de 29 mil serviços em todo o Espírito Santo, entre atendimentos presenciais e on-line, palestras, cursos e elaboração de crédito rural.
Nesse mesmo período, a Ater também assistiu 31.304 beneficiários, dos quais 25.475 são agricultores familiares. Ainda de base familiar, destacam-se assentados, quilombolas, indígenas e pescadores e colônia de pescadores que, juntos, somaram 1.460 pessoas atendidas. O atendimento a outros agricultores totalizou mais de 1.360 pessoas e demais atendimentos somaram mais de 3 mil pessoas.
Segundo o gerente de Ater do Incaper, Fabiano Tristão, apesar dos imprevistos desde os impactos gerados pela pandemia da covid-19, público-alvo continuou tendo toda a assistência, orientação e apoio, com respeito a todos os protocolos de biossegurança. “Os atendimentos realizados pelos extensionistas do Incaper foram distribuídos em 160 temáticas diferentes, demonstrando o amplo aspecto de atuação da instituição. Só em 2021 foram totalizados mais de 60.118 atendimentos diretos para a agricultura familiar”, informou.
Os projetos de pesquisa do Incaper são orientados pelos objetivos estabelecidos no Mapa Estratégico do Instituto e pelo levantamento das demandas de pesquisa do processo de integração Pesquisa e Ater. Nos últimos dez anos, o número médio de projetos de pesquisa e desenvolvimento em execução no Incaper foi de 133. Atualmente, estão em execução 95 projetos de pesquisa do Incaper, com as principais temáticas nas áreas de cafeicultura, fruticultura, agroecologia, olericultura, desenvolvimento socioeconômico e outras. Outros 107 projetos de pesquisa estão em vias de contratação, além dos que já estão sendo planejados.
De acordo com o gerente de Pesquisa do Incaper, José Salazar Júnior, no último ano houve um aporte robusto de investimento em pesquisa, por meio do fortalecimento de parcerias e do próprio Governo do Estado. “Com isso, o nosso maior foco é aumentar a capacidade de geração das novas tecnologias para o campo, por meio de profissionais cada vez mais qualificados e engajados. Para os próximos anos, conseguimos visualizar um panorama positivo, com novas soluções e resultados advindos da pesquisa pública que, aplicada, chega ao agricultor familiar e faz toda a diferença”, pontuou.
A diretora-técnica do Incaper, Sheila Cristina Prucoli Posse, lembrou que, daqui para frente, a Instituição tem como uma das premissas, reforçar a valorização e união dos profissionais qualificados que compõem a Instituição. “O Incaper tem uma história valiosa para a agricultura capixaba e, nesse contexto, acredito que seja possível continuarmos firmes, por meio do incentivo à integração entre a pesquisa e a ATER, mostrando serviços que são essenciais à agricultura familiar de forma leve, organizada e potencializando resultados nas nossas entregas. A nossa extensão rural é forte, mas pode e deve ser reforçada com os trabalhos de pesquisa e fomento”.
Nesse mesmo contexto, nos últimos anos o Incaper tem evidenciado o empoderamento das mulheres no meio rural e tem destacado o trabalho como sendo fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável da agricultura capixaba. “Temos promovido entre os nossos técnicos e as famílias rurais, diálogos e reflexões a respeito da valorização da mulher rural. Esse é um tema que ainda é encarado como tabu na medida em que vai de encontro com as construções sociais conservadoras que limitam as ações e os espaços das mulheres no campo. Isso contribui para aprimorar a atuação dos agentes e a utilização de métodos e ferramentas que permitam identificar, problematizar e trazer à consciência dos atores sociais sobre as desigualdades de gênero no campo”, explicou a extensionista do Incaper, Alessandra Maria da Silva.
O diretor-presidente do Incaper ainda reforçou que o Incaper ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento do Espirito Santo. “Temos ótimas expectativas, pois temos um governo que já demonstra interesse em fortalecer o nosso Instituto. A exemplo disso, um concurso público já aprovado, a entrega de um planejamento de reestruturação física dos nossos escritórios locais e fazendas, com equipamentos e manutenção. Além disso, teremos novos investimentos em comunicação e marketing, para mostrar as nossas ações e resultados”.
Segundo o extensionista do Incaper e presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Luiz Carlos Leonardi Bricalli, a cada novo ciclo é momento de comemorar e refletir sobre o que já foi feito e o que há de fazer ainda. “É com esse espírito que parabenizamos o Incaper pelos seus 66 anos de história ligada ao desenvolvimento rural do Espírito Santo. Nós estaremos sempre aliados a um processo dialógico que permita um atendimento com qualidade à sociedade e à satisfação pessoal e profissional dos servidores”, salientou Bricalli.
Para o gerente de Pessoas do Instituto, Arthur Rocha, as organizações, como o Incaper, são meras abstrações. Na verdade, se constituem de pessoas, que são o principal e mais importante capital que dispomos. “Elas mobilizam saberes, conhecimento, força e atuam como agentes de transformação. Portanto, pensar no cotidiano do capixaba nos faz entender o trabalho de milhares de pessoas, desde o agricultor, aos servidores do Incaper ou, da xícara de café ao alimento de qualidade e seguro. Para os próximos anos, o desejo é o investimento e a atenção às pessoas. Acredito que as transformações que queremos serão herdeiras de um passado glorioso”, comemorou.
O presidente do Incaper lembrou que o momento é de planejamento: “é chegada a hora dos servidores do Incaper e sua Associação juntarem esforços para planejarmos um futuro incrível e que potencialize, cada vez mais, a valorização profissional e protagonismo do Incaper”, concluiu.
Conhece a nossa linha do tempo?
O início da trajetória do Incaper no âmbito do sistema agrícola capixaba tem como marco a criação da Associação de Crédito e Assistência Rural do Espírito Santo (Acares) em 16 de novembro de 1956.
Essa instituição tinha como objetivo elevar o nível de vida do agricultor, com a ajuda do crédito rural supervisionado, para aumentar a produção e a produtividade agrícola.
Na década de 1970, outras instituições foram criadas no âmbito do sistema agrícola capixaba. Em 1973, foi fundada a Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (Emcapa), cuja finalidade era gerar, adaptar e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos, de acordo com a realidade rural do Espírito Santo.
Já em 1974, foi fundada a Empresa Espírito-Santense de Pecuária (Emespe) e, em 1975, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que incorporou a Acares. A Emater-ES, devido à sua capilaridade, proporcionou orientação técnica a agricultores pelos diversos municípios capixabas.
Em 1999, pesquisa, assistência técnica e extensão rural foram integradas com a criação da Empresa Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Emcaper), fusão da Emcapa com a Emater. Em 2000, a Emcaper tornou-se autarquia por meio da Lei Complementar nº 194/2000, dando origem ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Hoje, o Incaper tem a satisfação de comemorar os seus 66 anos junto aos agricultores familiares do Espírito Santo, responsáveis por 80% dos alimentos dispostos, diariamente, na mesa dos capixabas.
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