04/06/2018 16h59 - Atualizado em 05/06/2018 15h51

Incaper e Projeto Biomas oferecem curso de adequação ambiental de propriedades rurais

Foto: Tatiana Caus/Incaper

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), por meio do Projeto Biomas Mata Atlântica, realizou nesta segunda-feira (04) o primeiro dia do “Curso de Adequação Ambiental de Propriedades Rurais”, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O objetivo do curso é contribuir na capacitação dos técnicos que irão orientar os produtores rurais do Espírito Santo que estão realizando o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O prazo para tal cadastro foi prorrogado para dezembro deste ano, em todo o país.

O curso, ministrado por diversos profissionais do Incaper e de outras instituições, vai até esta quinta-feira (07), até o final da manhã. A capacitação dos técnicos multiplicadores e profissionais para atuarem em conjunto com agricultores está voltada para a adequação ambiental das propriedades rurais em apoio ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto na legislação de proteção da vegetação nativa. Todas as 100 vagas abertas já foram preenchidas.

A bióloga do Incaper e coordenadora do Projeto, Fabiana Ruas, deu início a abertura do curso com a apresentação do Projeto Biomas. Segundo ela, o projeto desenvolve pesquisas nos seis biomas brasileiros, com a missão de apresentar aos produtores rurais modelos de uso da árvore com fins econômicos e ambientais e, para isso, são pesquisadas formas de uso da árvore, seja em Áreas de Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL), ou mesmo em Áreas de Sistemas Produtivos (ASP).

“O grande objetivo é avaliar e viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos seis biomas brasileiros. O Espírito Santo, por meio do Incaper, coordena as ações do bioma Mata Atlântica, contribuindo com pesquisas científicas, respostas e modelos possíveis de serem replicados, que promovam a inserção da árvore na propriedade rural”, explicou a coordenadora.

A diretora-presidente do Incaper, Nara Sthefania Tedesco, lembrou da importância do Incaper no que se trata da adequação ambiental nas propriedades rurais. “Somos privilegiados com projetos de pesquisa e extensão que desenvolvemos há mais de 60 anos, voltados para a adequação ambiental das propriedades rurais. A exemplo disso, temos projetos de incentivo a boas práticas agrícolas, voltadas para a conservação e restauração ambiental. Tais práticas que o Incaper fortalece e incentiva aos produtores rurais. O nosso objetivo é que os produtores sejam multiplicadores deste conhecimento nas comunidades”, afirmou.

Na sequência, se apresentaram o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Felipe Ribeiro; o Gerente Executivo da FAES, representando o sistema CNA, FAES e SENAR (ES), Murilo Pedroni; o biólogo e chefe da Divisão de Ciências do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Claudio Nicoletti de Fraga e a pesquisadora do Incaper Sheila Cristina Prucoli Posse.

Foram apresentados os principais desafios para a conservação e restauração da Mata Atlântica e um pouco mais sobre as fitofisionomias na paisagem da Mata Atlântica. Também fez parte do curso, noções sobre coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes de espécies nativas para recomposição ambiental e outros aspectos como germinação, quebra de dormência, conservação e armazenamento de sementes.

Claudio Nicoletti lembrou que devemos conhecer mais sobre a nossa biodiversidade. “Ao manejar qualquer ambiente, é importante lembramos que, atualmente, dos 15 milhões de hectares que temos que nos dão um retorno de 80% de nosso PIB, 60% da fauna e da flora estão ameaçados”, disse.

“Os participantes, em sua maioria, são representantes de instituições e produtores que já possuem informações, estão sensibilizados sobre a importância do tema e acompanham as ações do Projeto Biomas. A ideia é que as informações obtidas no curso sejam multiplicadas pelos participantes nas regiões onde eles atuam”, lembrou Fabiana Ruas.

A exemplo disso está a engenheira ambiental, Emyli Catarina Oliveira, formada pela Universidade de Vitória (Univix) presente na ocasião. “Estou achando bem proveitoso todo este conteúdo. Espero dar continuidade ao meu trabalho com as novas informações que surgem a todo tempo. Posso voltar ao trabalho com um novo olhar, se for preciso”.

Entre os inscritos, estão técnicos de diversas instituições, como Incaper, Idaf, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), prefeituras municipais, Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), entre outras.

Para os próximos dias

A produção de mudas e a legislação brasileira aplicada a sementes e mudas das espécies florestais serão temas tratados no segundo dia do evento, quando também será abordada a situação do “PRA” e do “CAR” no Espírito Santo. Também serão tratados aspectos relacionados às estratégias de recomposição da vegetação nativa, e os riscos e desafios associados à Recuperação de Áreas Degradadas (RAD), bem como a avaliação da área escolhida para as ações de restauração. Para mostrar que há possibilidades de promover a conservação ambiental e obter ganhos econômicos, serão abordados ainda temas relacionados ao manejo de sistemas agroflorestais.

Os intervalos serão pontuados por testes sensoriais, por meio dos quais os participantes poderão degustar e analisar as diferenças entre o fruto da palmeira juçara e o do açaí. O curso se encerra com a realização de uma mesa redonda a respeito da comercialização de produtos e madeiras nativas da Mata Atlântica.

Mais sobre o Projeto Biomas - Mata Atlântica

Lançado em 2010, o Projeto Biomas é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais, respeitando as especificidades de cada bioma.

O Projeto conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae). Outros parceiros do projeto foram a Monsanto, John Deere e Vale do Rio Doce. Desde 2015, o Biomas tem sido apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

 

Assessoria de Comunicação do Incaper  

Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Tatiana Caus – tatiana.souza@incaper.es.gov.br
Vanessa Capucho - vanessa.covosque@incaper.es.gov.br
Texto:  Juliana Esteves e Tatiana Caus 

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Tópicos:
bioma, mata, conservação
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