De que forma as mudanças climáticas afetam a vida dos animais e como podemos evitar este problema? Esse é o tema da palestra ministrada pelo Agente de Desenvolvimento Rural do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Médico Veterinário e Mestre em Ciência Ambiental, Anderson Ribeiro Guasti, realizada nesta quarta-feira (29), durante o “II Encontro de Educação Ambiental: Dialogando com a escola e com a cidade”, que recebeu alunos e professores das escolas da rede municipal.
O evento em questão é uma realização da Gerência de Educação Ambiental vinculada à Secretaria de Educação (Semed) da Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV). A programação vai até quinta-feira (30) e tem como objetivo tornar as práticas sustentáveis uma realidade palpável na comunidade escolar e inserir as crianças, cada vez mais, no contexto de preservação do ecossistema local.
Anderson Guasti ressaltou que as principais alterações climáticas estão ligadas ao aquecimento global, com grande quantidade de dióxido de carbono, óxido nitroso e metano, transformando, de forma negativa, o meio ambiente, as causas naturais, as industriais, o desmatamento, além da queima de combustíveis fósseis, agricultura industrial e a pecuária intensiva.
O extensionista explicou que, com as mudanças climáticas, os animais perdem o equilíbrio entre as relações biológicas com as relações ambientais. Ele apontou que, dentre os principais impactos e efeitos das mudanças climáticas, estão as catástrofes naturais, as perdas na agricultura familiar e na pecuária, e o impacto sobre os animais selvagens. Os animais domésticos e de “produção” também são afetados, perdendo as suas referências quanto as suas estratégias de reprodução, quanto à iluminação, migração, alimentação e os custos de produção aumentam com a perda desses animais.
Agricultura familiar, industrial e pecuária intensiva
Segundo o extensionista, as diferenças entre a agricultura familiar, a industrial e a pecuária industrial ilustram as inúmeras causas das mudanças climáticas, acarretando consequências também para os animais.
De acordo com ele, a agricultura familiar é ecologicamente correta e encontra-se em plena sintonia com o meio ambiente. Ele citou os lotes em áreas de cultivo nas propriedades, onde cada planta irá produzir de forma natural bem como os animais, livres e em contato com o meio ambiente.
“É uma agricultura que se encaixa no conceito de agroecologia, onde existe o respeito pelo ambiente e pelos animais”, completou.
Em relação à agricultura industrial, Guasti citou o exemplo da produção da monocultura da cana-de-açúcar que, para ser colhida, precisa ser queimada. “Isso gera poluentes, destrói o meio ambiente e mata os animais que usam as suas áreas de plantio para se reproduzirem”.
Por fim, o extensionista deu a sua visão técnica a respeito da diferença entre a pecuária desenvolvida pela agricultura familiar e a pecuária industrial. Na agricultura familiar é direcionada para um “agrossilvipastoril”, que integra o consórcio das lavouras, pastagens, florestas e a criação de animais, onde é possível produzir mais, com mais qualidade e em prol de um consumo racional, ao contrário da pecuária industrial que confina os animais, aumenta a poluição e não respeita o bem estar animal.
“Os alunos de hoje, com o suporte dos professores, são os principais agentes transformadores do meio ambiente para o futuro”, lembrou.
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