Representantes da “The Nature Conservancy (TNC)” estiveram no Espírito Santo para conhecer um experimento coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Trata-se do estudo a respeito da “intensificação ecológica de plantações de arbóreas nativas da Mata Atlântica pela associação com palmeira Juçara para produção de produtos madeireiros e não madeireiros”. O trabalho é coordenado pelo pesquisador do Incaper Tiago Godinho e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).
“A restauração ambiental deve estar embasada no tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Infelizmente, muitas pessoas ávidas pela restauração só consideram o lado ambiental. Em nossos projetos, sempre tentamos englobar as três vertentes, pois nós do Incaper temos a clara necessidade de trabalhar também os aspectos econômico e social, principalmente dos pequenos produtores rurais”, disse Tiago.
A pesquisadora do Incaper Sarah Ola comentou sobre os projetos com frutas nativas da Mata Atlântica que podem gerar ganhos econômicos, sociais e para a biodiversidade (fauna e flora). Ela espera que essas espécies sejam protegidas por entrarem no cotidiano das pessoas, o que é chamado conservação pelo uso.
“O objetivo da missão técnica foi conhecer experiências relacionadas aos projetos de segurança hídrica e restauração florestal, visando replicar o programa na TNC Índia”, disse Vanessa Jó Girão, especialista em conservação da TNC Brasil. Além dela, o irlandês Ian Thompson, que é vice-diretor executivo da TNC Brasil; Seema Paul, diretora executiva da TNC Índia, Kanal Sharma, diretor de conservação da TNC Índia, também participaram da missão técnica.
Segundo o estudo realizado pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), em 2012 o Espírito Santo tinha quase 400 mil hectares de área degradada, o que corresponde a 8,54% do território capixaba. Nesse contexto, a implantação de Sistemas Ecologicamente Intensivos de Produção torna-se uma boa opção de recuperação dessas áreas, e surgem como estratégias para vencer as mudanças climáticas.
“Os Sistemas buscam maximizar as funcionalidades ecológicas e as regulações biológicas nos agroecossistemas, com o propósito de assegurar elevados níveis de produtividade sem prejuízo para o meio ambiente. Baseiam-se no uso de tecnologias que sejam, ao mesmo tempo, factíveis ao produtor, economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis. Nesses sistemas, busca-se criar condições para que os mecanismos naturais sejam intensificados, em vez de subsidiar diretamente a produção com fertilizantes e pesticidas entre outros insumos. Sendo assim, os insumos são utilizados de forma racional, sempre associados às práticas agroecológicas, buscando-se, com isso, garantir ganhos na lucratividade sem comprometer o meio ambiente”, acrescentou Godinho.
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Texto: Tiago Godinho e Juliana Esteves
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