Sustentabilidade e boas práticas agrícolas foram os temas mais debatidos durante o II Simpósio da Cacauicultura Capixaba, que aconteceu nessa quarta (16) e nesta quinta-feira (17), em Linhares. O evento contou coma a participação de 400 pessoas entre produtores rurais, técnicos do setor agrícola e público em geral.
A abertura oficial contou com a presença do Prefeito de Linhares, Guerino Zanon, do diretor-técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Mauro Rossoni Junior, do gerente de Agroecologia e Produção Vegetal, Marcus Magalhães, que representou o Governo do Estado, além de outras lideranças estaduais e municipais.
O simpósio para comemorar os 100 anos de atividades cacaueiras no município de Linhares é uma realização da Prefeitura, por meio da Secretaria de Agricultura de Linhares (Semab), Sebrae-ES, Faes, Senar e Sindicato Rural de Linhares com a colaboração do Incaper, Idaf, Coopercau e Acal, com apoio de Nestlé Cocoa Plan, Yara Fertilizantes, Grancafé, Banco Sicoob, CREA-ES, MVC Veículos, Ômega Consórcios, Construsolar Estufas Solares, UTZ Certifield, e organização do Instituto Ampliê.
O evento surgiu em 2014, e tem como objetivo promover uma ação conjunta, em prol da cacauicultura capixaba, propondo a difusão de conhecimento técnico aos produtores rurais, compartilhando valor e experiências entre cacauicultores, pesquisadores, técnicos, stakeholders de diferentes regiões."O simpósio é a atividade de maior porte que reuniu produtores rurais não só do Espírito Santo, mas como de outros Estados. Precisamos continuar trabalhando em ações para continuar fomentando a cultura do cacau no Estado. Com certeza foi um grande momento muito importante para a troca de experiência, levando ao agricultor o conhecimento técnico acessível e gerando oportunidades para o desenvolvimento da cacauicultura sustentável”, ressaltou o diretor-técnico do Incaper, Mauro Rossoni Junior.
Dia de campo
Para dar continuidade ao simpósio, foi realizado na Fazenda Lagoa das Palminhas, em Linhares, o dia de campo que tratou de vários assuntos relacionados às boas práticas agrícolas e à qualidade na produção.
A primeira estação tratou sobre nutrição e foi coordenada pela Yara Brasil. "Os produtores tiveram a oportunidade de entender um pouco mais sobre a parte nutricional do cacau e conhecer de perto os nutrientes fundamentais para excelência da produção. Montamos uma trincheira para que eles pudessem ver a raiz da planta. Se o trabalho não for feito de maneira correta desde a base, consequentemente a produção será afetada", ressaltou o especialista agronômico da Yara Brasil, Rafael Vau.
Com o tema “boas práticas agrícolas e campo limpo” a segunda estação mostrou como os produtores podem dar o destino correto a embalagens vazias de produtos utilizados no manejo integrado. "O produtor precisa ter a real consciência do que pode e deve ser aplicado na propriedade, enfatizando os conceitos de boas práticas agrícolas com foco em sustentabilidade na qualidade da produção de cacau. Sem dúvidas, é um momento de trocar experiências", explicou Guilherme Junqueira, da gerência agrícola da Cacau Nestlé.
A terceira estação tratou sobre o manejo integrado de pragas e doenças e foi ministrada pelos entomologistas do Incaper Cesar José Fanton e Renan Batista Queiroz e pelo fitopatologista Enilton Nascimento de Santana. "Passamos para os produtores os problemas que podem ocorrem na questão de pragas e doenças. No caso específico dessa lavoura a incidência é muito pequena. Na região, caso o produtor tenha um plantio em cabruca não muito bem sombreada ou o cacau a pleno sol, a incidência de praga aumenta e de doença também. No caso da doença, o produtor precisa ficar atento ao manejo. O "mau do facão", por exemplo, é transmitido por ferramentas usadas na lavoura. O nosso trabalho é passar as informações sobre quais os sintomas, como se manifesta na planta pra quando o problema acontecer ele saber qual a medida certa a ser adotada", ressaltou Cesar José Fanton.
O extensionista do Incaper Caio Louzada Martins comandou a quarta estação que tratou sobre irrigação - uso equilibrado da água no cultivo do cacaueiro. "Apesar de ser uma cultura tolerante à seca, ela demanda bastante por água. Por isso, recomendamos a utilização de equipamentos para o monitoramento e controle da irrigação", disse Caio.
A quinta e última estação tratou sobre a qualidade na produção - colheita e beneficiamento na fazenda e foi ministrada pela Dra. Proscilla Efrainm, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e pelo produtor rural e proprietário da fazenda Lagoa das Palminhas, Manoel Mendes Miguel. "Nesta estação falamos sobre qualidade e beneficiamento, desde a fermentação e secagem e principalmente como avaliar a qualidade que hoje é feita pela prova de corte. A fazenda do senhor Manoel é toda mecanizada, o que facilita, e o produtor pode encontrar métodos interessantes para mecanizar a produção", ressaltou Priscilla.
Manoel Mendes Miguel, proprietário da fazenda, disse que é uma felicidade receber os visitantes e mostrar um pouco de como a sua produção é referência no Estado. A propriedade tem 160 mil árvores plantadas, uma parte delas foi reclonada há pouco tempo. "É gratificante mostrar e trocar informações com os produtores de cacau da região e do país. Sou um dos percursores e já errei muito ao longo desses anos. Por isso, é importante que o produtor busque informações, participe dos dias de campo, palestras, tudo o que for necessário para ter uma produção sustentável, tecnificada e com qualidade", ressaltou o agricultor.
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