O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está ampliando sua colaboração com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santa Maria de Jetibá (STRSMJ) para fortalecer a Rede de Ações do Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) no município. Novos pesquisadores foram integrados ao projeto, que tem como foco a pesquisa e o desenvolvimento de práticas sustentáveis baseadas nos princípios do SPDP, como o não revolvimento do solo, a cobertura permanente com palha e a rotação de culturas.

O trabalho com os agricultores da região teve início em 2008, sob a coordenação da pesquisadora Maria da Penha Angeletti, e já beneficiou mais de 30 famílias. Entre as principais ações desenvolvidas ao longo desse período, destacam-se a avaliação e a introdução de espécies vegetais com potencial para rotação de culturas, com o objetivo de gerar biomassa e garantir a cobertura do solo.

O ingresso de quatro pesquisadores recém-contratados pelo Instituto na iniciativa atende a uma demanda do STRSMJ e do escritório do Incaper em Santa Maria de Jetibá. Recentemente, o grupo realizou as primeiras visitas técnicas às propriedades rurais para conhecer as famílias, as unidades produtivas e os desafios enfrentados no manejo do SPDP, que busca minimizar a degradação do solo e melhorar sua fertilidade.

Durante as visitas, foram identificadas as principais culturas comerciais cultivadas pelos agricultores atendidos pelo projeto, incluindo café, hortaliças como chuchu, repolho, alface, cenoura, beterraba, tomate e couve-flor, além de frutas como pitaia, uva, abacate, banana e lichia.

“Os agricultores relataram que, antes da adoção do SPDP, enfrentavam dificuldades como baixa retenção de umidade, compactação do solo e processos erosivos. No entanto, após a implementação do sistema, observaram melhorias significativas na qualidade do solo e no desenvolvimento das culturas”, conta a pesquisadora Rosenilda de Souza.

Outro ponto observado foi a diversidade de níveis de experiência dos agricultores com o SPDP, bem como a existência de diferentes demandas relacionadas ao cultivo e manejo, tanto das plantas de cobertura quanto das culturas comerciais.

Com base nesse diagnóstico, os pesquisadores irão definir estratégias metodológicas adaptadas à realidade de cada propriedade, garantindo que as práticas recomendadas atendam às necessidades específicas de cada cultura.

De acordo com os pesquisadores, que estão vinculados ao Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Serrano, o objetivo central da iniciativa é fortalecer a Rede de Ações do SPDP por meio de atividades participativas junto aos agricultores, promovendo o manejo sustentável dos agroecossistemas da agricultura familiar no Espírito Santo. A expectativa é que essa parceria contribua para a melhoria contínua da qualidade do solo, o aumento da produtividade e a consolidação de práticas mais sustentáveis, garantindo benefícios a longo prazo para os agricultores e para o meio ambiente.

Além de Rosenilda de Souza (Melhoramento genético participativo), integram a equipe do projeto Jhonatan Marins Goulart (Agroecologia), Rodrigo Bazzarella Paulucio (Solos e nutrição de plantas), Ismael Lourenço de Jesus Freitas (Plantas daninhas) e Rafael Mauri (Extensionista em Agroecologia do Escritório Local do Incaper de Santa Maria).

O vice-presidente do STRSMJ, Evelson Sanche, avalia que a atuação de especialistas de diferentes áreas contribuirá para um acompanhamento técnico mais eficiente aos produtores rurais. “Acredito que conseguiremos oferecer uma assistência ainda melhor aos agricultores participantes do projeto. Nossa expectativa é bastante positiva”, destaca Sanche.

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