O produtor rural de Mucurici André Pereira Porto está apostando na utilização de abelhas na polinização de sua lavoura e aumentar a sua produção, com o apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). A intenção de Porto é aumentar a diversidade de culturas na propriedade, de maneira a auxiliar os animais na sua alimentação e tê-los como “trabalhadores” na sua lavoura em um sistema de parceria entre o homem e a natureza.
André é técnico agrícola da Prefeitura de Mucuri, cedido para o Incaper e sempre recebe a visita e o apoio do extensionista do Incaper, Felipe Lopes Neves para a troca de ideias e novas orientações para o novo investimento.
Ao todo, o produtor possui cinco colmeias de abelhas europeias no interior de uma área de reserva legal, próximo à sua área de cultivo, onde estão plantados cerca de dois hectares de abóbora e um de banana. Tudo começou quando ele realizou a captura dos enxames em áreas que ofereciam risco à população, como em caixas d’água, casas abandonadas na zona rural ou em áreas de mata próximas às residências. Logo após a captura, os enxames foram levados para a área e, segundo André, inicialmente foram alimentadas com um xarope à base de água, mel e açúcar.
“Eu também pretendo ampliar o número de colmeias para futuramente explorar a produção de mel”, afirmou o produtor.
Um relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), alerta para o desaparecimento de animais como abelhas, borboletas e alguns mais complexos como as aves. O documento, divulgado em fevereiro deste ano, identifica uma série de medidas que governos e o setor privado deveriam tomar de maneira urgente para remediar este desaparecimento.
O estudo destaca a importância econômica destes agentes polinizadores e assinala que 75% dos cultivos utilizados para alimentos no mundo dependem pelo menos parcialmente da existência deles. O relatório diz ainda que um conjunto de ameaças, como mudanças no uso dos solos, o uso de pesticidas e a mudança climática, são algumas das razões que explicam o declive das populações de polinizadores ao redor do mundo. O estudo foi realizado durante dois anos e em 124 países, incluindo o Brasil.
Algumas soluções são listadas no relatório, como a criação de uma maior diversidade do habitat dos polinizadores, tanto no ambiente rural quanto no urbano, o apoio a práticas tradicionais de rotação de cultivo e manutenção de áreas não exploradas e a redução da exposição dos polinizadores a pesticidas são apresentadas.
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