10/07/2025 16h09

Agricultoras capixabas recebem mudas para produção de cacau em sistemas agroflorestais

Agricultoras familiares do Espírito Santo estão sendo incentivadas a cultivar cacau de forma sustentável, em sistemas agroflorestais (SAFs). A iniciativa integra o projeto “Mulheres do Cacau: tecnologia, autonomia e empoderamento feminino”, realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com a Fundagres Inovar e o Banco do Nordeste (via Fundeci).

A ação contempla a implantação de 15 unidades de observação em propriedades de produtoras vinculadas às associações Mulheres do Cacau de Linhares, Rio Bananal e Colatina, municípios que concentram as maiores áreas de cacauicultura do Estado. Cada unidade receberá 600 mudas clonais, totalizando 9 mil mudas até setembro. As primeiras 1.350 já foram entregues, com apoio logístico do Incaper e das prefeituras, e o plantio está em andamento sob orientação técnica de extensionistas do Instituto.

Essas áreas funcionarão como vitrines de tecnologias, demonstrando os benefícios da produção de cacau em SAF, um modelo que alia conservação ambiental e produtividade. O cultivo consorciado com espécies agrícolas e florestais melhora o solo, reduz pragas, fortalece a biodiversidade e amplia a diversidade de produtos e fontes de renda para os produtores rurais.

O projeto oferece suporte técnico desde o planejamento do sistema agroflorestal, passando pela coleta e análise de solo, até o acompanhamento contínuo das práticas agrícolas. A escolha das espécies consorciadas é feita de forma participativa, levando em conta as características de cada propriedade e os interesses das agricultoras.

A iniciativa também amplia o acesso das produtoras a variedades melhoradas de cacau. “Nossa expectativa é muito grande, principalmente porque as mudas que recebemos são de variedades que ainda não estamos acostumadas a plantar, e que vão nos ajudar a produzir amêndoas de qualidade, nosso principal foco”, afirma a produtora Matilde Garabelli, de Linhares.

Qualidade no beneficiamento

O projeto também vai implantar, em breve, 15 unidades demonstrativas para o beneficiamento das amêndoas de cacau, com estruturas como estufas de secagem e cochos de fermentação. O objetivo é difundir tecnologias fundamentais para garantir um produto final de alta qualidade, com maior valor agregado. Produzir amêndoas de qualidade permite às agricultoras acessar mercados mais exigentes, como o de chocolates finos e artesanais, além de possibilitar o uso das amêndoas na produção de derivados — como nibs, manteiga, licor e chocolate — ampliando as oportunidades de renda.

Paralelamente, está em curso um programa de capacitação voltado às agricultoras. Oficinas já vêm sendo realizadas sobre a condução das lavouras e podas iniciais. Outras formações vão abordar colheita, pós-colheita, beneficiamento, comercialização e marketing.

Fortalecimento das mulheres no campo

Há ainda outras ações para fortalecer o protagonismo das mulheres na agricultura. O projeto promove iniciativas como o uso das Cadernetas Agroecológicas, intercâmbios entre agricultoras e o incentivo ao associativismo contribuem para ampliar a autonomia econômica e social das participantes, além de reduzir desigualdades de gênero no meio rural.

“A maioria das lavouras de cacau na agricultura familiar são conduzidas por mulheres, que historicamente tiveram menos acesso às tecnologias de produção. Este projeto busca mudar essa realidade com ações integradas de assistência técnica, capacitação e valorização do papel feminino na agricultura sustentável. Isso é muito importante para tornar a cadeia do cacau ainda mais forte no Espírito Santo”, afirma a coordenadora do projeto pelo Incaper, Juliana de Barros Valle.

Associações Mulheres do Cacau

As associações Mulheres do Cacau do Espírito Santo surgiram a partir da primeira fase do projeto "Mulheres do Cacau", desenvolvido pelo Incaper, em parceria com a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), no âmbito do programa "Elas no Campo e na Pesca". Cerca de 100 produtoras dos municípios de Linhares, Colatina, São Roque do Canaã, Santa Teresa e Rio Bananal foram beneficiadas.

A segunda fase do projeto dá continuidade e aprofunda as ações para ampliar o acesso das participantes às tecnologias de cultivo do cacau e de beneficiamento das amêndoas, além de oferecer capacitações nas áreas de gestão e comercialização. 


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