Desde que o Programa Capixaba de Bovinocultura Sustentável foi lançado pelo Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag) por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), várias ações voltadas para a pecuária bovina foram realizadas. Em 2017, o programa atendeu 5.632 pessoas sem repetição.
O programa consiste em fortalecer e desenvolver a cadeia produtiva da pecuária bovina capixaba com sustentabilidade, visando melhorar a qualidade dos produtos ofertados e aumentar a produtividade e a renda dos produtores rurais. Ao longo de 2017, foram ministrados 21 cursos de capacitação para 252 produtores rurais. O conjunto das demais ações coletivas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que incluem os dias de campo, dias especiais, workshops e os encontros totalizaram 179 ações de capacitação que beneficiaram 2.496 pessoas.
Das 182 propriedades com intervenções no Estado, nove já são consideradas unidades demonstrativas que servem de referência. “Identificamos que no início do trabalho dessas 182 propriedades, 80% possuíam carências na estrutura básica, principalmente por faltar alimento para o rebanho em algum período do ano, então a equipe do Incaper está fazendo um trabalho muito intenso para melhorar essa demanda no Estado”, ressaltou Bernardo Lima Bento de Mello, extensionista do Incaper responsável pelas ações.
Apenas 15% das unidades de produção possuíam o manejo intermediário e só 5% apresentavam o manejo avançado. “Vamos continuar capacitando produtores rurais e técnicos com informações atualizadas sobre as diversas tecnologias aplicáveis no Estado para reverter este quadro desfavorável para os produtores”, ressaltou Bernardo.
Outra ação importante foi a implantação da Vitrine de Forrageiras, uma parceria entre o Incaper e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A vitrine de forrageiras fica localizada na Fazenda Experimental Bananal do Norte, em Pacotuba, Cachoeiro de Itapemirim. “Hoje a coleção tem mais de 50 materiais forrageiros e foi aberta ao público neste ano. No total, mais de 500 visitantes passaram pela unidade e visualizaram as diferentes opções de plantas utilizadas na alimentação animal”, salientou Bernardo.
Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF)
A iLPF, consiste em um sistema que integra os componentes lavoura, pecuária e/ou floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma propriedade, possibilitando assim que o solo seja utilizado durante todo o ano, e favorecendo o aumento na oferta de madeira, de grãos, de carne e/ou de leite nas propriedades.
“Em 2017 realizamos em parceria com a Embrapa Gado de Leite dois workshops sobre o tema no estado. O primeiro foi voltado para os produtores e participaram mais de 70 pessoas, o segundo voltado para a capacitação de técnicos multiplicadores que atuam em todo o Espírito Santo. A iLPF é uma forma de praticar a agricultura de baixo impacto ambiental, agregando renda principalmente para o pequeno e médio produtor rural”, disse o extensionista.
Feiras de touros
As feiras fazem parte do programa Pró-Genética que acontece em todo Brasil. No Espírito Santo existe um convênio entre Incaper, Seag e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) que realizam essas feiras com o apoio de outros parceiros locais. “Foram realizadas no ES, quatro feiras em 2017 com a aquisição de 55 touros melhoradores de rebanho pelos pecuaristas do Estado. Nosso objetivo com essas ações é possibilitar ao pequeno e médio produtor acesso a animais melhoradores”, explicou Bernardo.
Ações no Norte
O Programa Capixaba de bovinocultura sustentável (PCBS) no núcleo Norte têm 12 técnicos realizando atividades. Entre elas, 26 reuniões de mobilização e apresentação do programa; 16 cursos com apoio do Senar; cinco excursões para a Unidade Demonstrativa de Ecoporanga com aproximadamente 100 produtores; 15 palestras realizadas geralmente com tema para planejamento alimentar e ensilagem, com aproximadamente 400 produtores; atendidos 157; e realizadas 477 visitas sem repetição; três dias de Campo com 355 produtores no total e um dia especial com 68 produtores. Houve em Montanha um Workshop sobre bovinocultura de corte e uma reunião técnica em Linhares.
Ao longo de 2017, os técnicos realizaram os diagnósticos nas propriedades e o planejamento das ações. “Teve um produtor destaque em Mucuri, Sr. Juvenilson, que no início dos trabalhos estava com 450 litros diários e no início de dezembro chegou a 1.100 litros por dia, apenas com alteração no manejo alimentar, formação de lotes e duas ordenhas. Além disso, ele ganhou uma premiação da cooperativa Selita pela qualidade do leite”, ressaltou Lázaro Samir Abrantes Raslan, zootecnista e chefe do escritório local do Incaper em Montanha.
No norte do Estado, 70% das propriedades do núcleo estão na classificação 1, ou seja, baixa estrutura física e manejo nutricional insuficiente; 25% das propriedades na classificação 2 que apresentam alguma estrutura, mas não têm reserva alimentar suficiente e a genética ainda não é a desejada, já 5% das propriedades na classificação 3 têm estrutura e até animais geneticamente superiores, porém ainda há falha no manejo alimentar e não há alimento ou planejamento alimentar suficiente.
Avaliação e perspectivas para 2018
Depois de inúmeros avanços em 2017, as ações não podem parar. “Este foi o primeiro ano de trabalho no programa e a principal diferença é um forte alinhamento técnico da equipe. São aproximadamente 30 servidores no Estado que passaram por capacitações, o que fez o trabalho do Incaper na pecuária caminhar para um objetivo em comum que tem beneficiado qualitativamente mais produtores”, acrescentou Bevaldo Martins Pacheco, pesquisador do Incaper.
Para o diretor-técnico do Incaper, Mauro Rossoni Junior, o Incaper pretende aumentar o número de cursos ofertados na fazenda de Pacotuba e reativar os cursos na fazenda de Linhares. “Vamos realizar Dias Especiais nas propriedades atendidas pelo Instituto, para que os pecuaristas visualizem na prática os benefícios das tecnologias divulgadas”, finalizou Mauro.
Para 2018 haverá no núcleo Norte 3 feiras de touro: Linhares, Barra de São Francisco e Mucurici. “Os cursos aos produtores terão continuidade e os produtores já estão executando a primeira parte da maioria dos planejamentos, que é reserva alimentar e sistemas intensivos de produção de no máximo 1,5 hectares e investimentos em estruturas básicas para melhorar o trato e diminuir estresse dos animais”, salientou Lázaro.
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