Aproveitar os recursos naturais locais pode ser uma maneira de gerar renda para várias comunidades rurais capixabas. A aquicultura é uma atividade que potencializa essa oportunidade, pois exige pouca mão de obra e confirma-se como excelente alternativa de retorno financeiro em diversas regiões do Estado, recortadas ou não pelo litoral. Pesquisas na área de aquicultura e pesca também vem sendo desenvolvidas pelo Incaper.

Atualmente está sendo realizada a pesquisa em nutrição de peixes marinhos, da Rede Unidade de Observação de Cultivo de Peixes Marinhos como ferramenta de desenvolvimento tecnológico para maricultura, do Edital PPAgro e a Pesquisa em maricultura, com cultivo de vieiras em Piúma, em parceria com o Ifes Campus Piúma.

Produção de alimento vivo (zooplancton) nas larviculturas de peixes marinhos

Os estoques naturais de peixes marinhos de interesse comercial estão no limite da exploração. Ações que minimizem o esforço pesqueiro são fundamentais e a aquicultura é uma ferramenta para tal. A produção comercial de formas jovens ainda é um grande gargalo, sendo   necessárias pesquisas com essa fase do ciclo de vida. As larviculturas de peixes marinhos são altamente influenciadas pelo regime alimentar e pela qualidade nutricional das primeiras dietas, que afetam crescimento e sobrevivência das larvas. Os copépodos são muito abundantes no plâncton e a principal fonte de alimento para grande parte das larvas de seres marinhos no ambiente natural. Apresentam superioridade nutricional em relação a rotíferos e a náuplios (larva recém-eclodida) de Artemia sp., normalmente utilizados como alimento vivo em larviculturas, pois são uma rica fonte de antioxidantes naturais, como os ácidos graxos altamente insaturados da série Omega 3, astaxantina e vitaminas C e E, além dos náuplios serem facilmente digestíveis para as larvas de peixes. Estudos também demonstram que os copépodos funcionam como bioencapsuladores desses nutrientes e podem transmiti-los na cadeia trófica. Por todas essas vantagens, a utilização de copépodos como alimento vivo em larviculturas é importante para melhorar as taxas de sobrevivência e desenvolvimento larval e, assim, ampliar a disponibilidade de alevinos para os cultivos. Copépodos de cinco espécies autóctones foram coletados em ambiente estuarino, isolados e cultivados de forma experimental em laboratório e testados em larvas de peixes com resultados satisfatórios.

<<voltar