As primeiras variedades clonais de café conilon para o Estado foram lançadas em 1993. A utilização destas variedades possibilita o escalonamento da colheita e a otimização na utilização da mão de obra, bem como das estruturas físicas para a secagem dos frutos e beneficiamento dos grãos. ‘Emcapa 8111’: constituída pelo agrupamento de nove clones, maturação precoce e uniforme, colheita em abril e maio. ‘Emcapa 8121’: constituída por quatorze clones compatíveis entre si, de maturação intermediária uniforme, com colheita em junho. ‘Emcapa 8131’: constituída pelo agrupamento de nove clones compatíveis entre si, de maturação tardia, com colheita entre julho e agosto.
‘Emcapa 8141 – Robustão Capixaba’
A variedade clonal lançada em 1999 é constituída pelo agrupamento de dez clones compatíveis entre si e que possuem como principal característica a tolerância à seca. A variedade é recomendada prioritariamente para o cultivo em condições não irrigadas, principalmente em regiões de déficit hídrico, se o produtor apresentar problemas econômicos ou houver falta de água na propriedade. Outra recomendação é que os clones componentes dessa variedade sejam plantados em linhas, tendo em vista que a maturação dos frutos de cada um deles ocorre em épocas distintas, entre maio e julho. Essa prática permite que a colheita em separado não deprecie a qualidade do produto final.
‘Emcaper 8151 – Robusta Tropical’
A variedade propagada por semente foi lançada em 2000 e é constituída pela recombinação aleatória em campo isolado de polinização dos 53 clones elites do programa de melhoramento do Incaper, identificados até aquele momento. Em função de sua rusticidade e estabilidade de produção, é recomendada preferencialmente para produtores de base familiar com menores possibilidades de adoção de tecnologias, incluindo dificuldades econômicas para aquisição de mudas clonais que têm custo mais elevado.
‘Vitória – Incaper 8142’ – Variedade clonal de café conilon
A variedade clonal de café conilon melhorada geneticamente ‘Vitória - Incaper 8142’ é formada pelo agrupamento de 13 clones superiores, selecionados entre os materiais genéticos considerados “elite” do programa de melhoramento. Foram eleitos aqueles que reuniam, simultaneamente, características de interesse considerando tanto o potencial produtivo quando aspectos relacionados à sustentabilidade da atividade. A nova variedade clonal sobressaiu-se em relação aos demais materiais genéticos utilizados como testemunhas, destacando-se pelo alto nível de produtividade média obtido ao longo de oito safras sem irrigação.
As variedades clonais propagadas por vegetativamente por estaquias são formadas pelo agrupamento de um conjunto de clones superiores compatíveis entre si. Para a produção sustentável de uma lavoura, a escolha da variedade melhorada que reúna adaptação, características agronômicas superiores e variabilidade genética é o passo de maior importância.
‘Diamante - ES8112’: É formada pelo agrupamento de nove clones compatíveis e de maturação precoce e uniforme, com colheita concentrada no mês de maio. A qualidade da bebida foi considerada superior/prêmio. Possui moderada resistência à ferrugem e tolerância à seca.
‘ES8122 Jequitibá’: Formada pelo agrupamento de nove clones compatíveis e de maturação intermediária, com colheita concentrada no mês de junho. A qualidade da bebida foi classificada com 79,01 pontos (superior/prêmio). Possui moderada resistência à ferrugem e tolerância ao déficit hídrico.
‘Centenária ES8132’: Formada pelo agrupamento de nove clones compatíveis e de maturação tardia, com colheita concentrada no mês de julho. A qualidade da bebida foi classificada como superior/prêmio. Possui tolerância à seca e moderada resistência à ferrugem.
A poda do café conilon oferece uma série de vantagens: ajuda a aumentar a vida útil do cafeeiro; melhora o arejamento das plantas em lavouras fechadas, permitindo também a entrada de luz no interior da copa; facilita os tratos culturais; aumenta a área foliar das plantas em lavouras depauperadas; recupera plantas que não atendem aos aspectos técnicos e econômicos desejáveis; minimiza o efeito da alternância de produção; reduz a altura da planta facilitando a colheita; aumenta o rendimento da planta. As pesquisas do Incaper permitiram indicar os diferentes estágios de desenvolvimento da planta em que a poda se mostra necessária: poda de formação, poda de produção ou de frutificação e poda de renovação ou recepa.
Poda programada de ciclo para o café conilon
Diante da necessidade de padronizar a condução das plantas (alguns produtores iniciam a poda a partir da segunda colheita, outros a partir da terceira e outros, ainda, a partir da quarta colheita), o Incaper pesquisou o manejo mais adequado das plantas de café conilon e aprimorou a tecnologia de poda. A poda programada de ciclo oferece uma série de vantagens: redução média de 32% de mão de obra no período de 10 colheitas; facilidade de entendimento e execução; padronização do manejo da poda; maior facilidade para realização da desbrota e dos tratos culturais; maior uniformidade das floradas e da maturação dos frutos; melhoria no manejo de pragas e doenças; aumento superior a 20% na produtividade média da lavoura; maior estabilidade de produção por ciclo e melhor qualidade final do produto.
Controle biológico da broca do café
O café conilon é cultivado nas regiões de baixas altitudes e temperatura média anual mais elevada, o que proporciona condições favoráveis ao desenvolvimento da broca-do-café. O ataque do inseto aos frutos do cafeeiro causa queda prematura, perda do peso e da classificação, além de depreciar a qualidade do produto. O controle da broca, quando praticado, é feito por meio de produtos químicos, que são de alto custo e trazem grande risco de intoxicação. Entretanto, na maioria das vezes, nenhum método é utilizado, o que tem resultado em perdas consideráveis. A alternativa apresentada é o método de controle biológico, que consiste na utilização de duas espécies de pequenas vespas, que se alimentam da broca. Foi desenvolvida uma forma simples e eficaz de criação e multiplicação das vespas de forma a dar subsídio aos interessados para a aplicação em programas de controle biológico.
Formulação FTE Top Blue
A partir da constatação de que 6% das lavouras de café conilon plantadas sobre latossolo amarelo coeso apresentavam deiciências em manganês (Mn), foi desenvolvido, em parceria com uma empresa privada, o formulado FTE Top Blue, com o objetivo de suprir as necessidades desse nutriente e incrementar a produtividade, já que o manganês é importante na fotossíntese.
Uso da água residuária do café na fertirrigação de culturas
Desenvolvido em parceria com a Embrapa Café, o estudo trata da estimativa da quantidade de água residuária (ARC), oriunda das operações de separação hidráulica ou lavagem e descascamento dos frutos de café, que poderia ser aplicada ao solo para elevação dos níveis de nutrientes a um patamar adequado às culturas. Rica em materiais orgânicos e inorgânicos, a ARC, se disposta no meio ambiente sem tratamento, pode comprometer a qualidade da água e do solo. A viabilização do seu reaproveitamento na forma de adubação orgânica, por meio de fertirrigação proporciona um maior controle ambiental, minimiza custos de adubação e custa menos que o tratamento em tanques de sedimentação, até que possa ser destinada aos cursos d’água. Seu uso, todavia, deve ser planejado para suprir as necessidades de nutrientes das culturas nas quais for utilizada, e não para atender à necessidade hídrica das plantas, caso em que poderia ocorrer elevação excessiva dos teores de alguns nutrientes.
Recomendação de adubação para café conilon
A disponibilidade de dados que orientam a adubação da cultura do café conilon foi fundamental para o incremento de sua produtividade. Os estudos disponíveis, voltados para o arábica, já destacavam a ligação entre níveis adequados de N-P-K e o aumento da produtividade. A pesquisa desenvolvida pelo Incaper procurou avaliar seu efeito, em diferentes doses na formação e produção do café conilon. Os resultados apontaram que uma correta adubação poderia elevar significativamente a produtividade. O sistema informatizado de recomendação de calagem e adubação, disponível no site do Incaper, é amplamente utilizado pelos técnicos que atuam diretamente com os cafeicultores, aumentando a precisão das recomendações, facilitando a interpretação da análise do solo e dando agilidade nos cálculos das dosagens de corretivos e fertilizantes a serem aplicados ao solo.
Consumo de água do cafeeiro em fase de produção, irrigado por pivô central
O Incaper participou da realização de uma pesquisa, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) com o objetivo de se fazer um estudo do consumo de água da cultura do café, em fase de produção, nas Regiões Norte do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia. Os resultados mostraram que o coeficiente utilizado se ajustou bem para a região, além de dar um panorama da demanda hídrica do cafeeiro em produção.
Plantio em linha
O plantio em linha é uma tecnologia de fundamental importância para o cultivo das variedades clonais. Promove a melhoria da produtividade e da qualidade da produção, facilita o manejo da lavoura e colheita, e proporciona diminuição na produção e dispersão do inóculo nas lavouras, levando a uma redução da incidência e severidade de doenças.
Jardins clonais
Técnicas e modelos visando à implantação e condução de jardins clonais foram desenvolvidos e ajustados pelo Incaper, objetivando a produção de mudas de variedades clonais melhoradas. Atualmente existem mais de 200 jardins clonais implantados em 53 municípios do Espírito Santo, os quais possuem potencial para a produção de mais de 50 milhões de mudas por ano.
Espaçamento e densidade de plantio
O espaçamento e a densidade de plantio mais adequados para as lavouras de conilon do Espírito Santo dependem da cultivar, da topograia, da fertilidade do solo e do nível tecnológico a ser empregado, entre outros fatores. O espaçamento mais adequado encontra-se em torno de 3,0 m entre linhas e de 1,0 m a 1,5 m entre plantas, totalizando de 2.222 a 3.333 plantas por hectare. O espaçamento e a densidade de plantio inadequados podem ocasionar na lavoura microclima favorável à infecção de patógenos e aumento de severidade das doenças e infestação de pragas.
Manejo e conservação do solo
Estudos realizados pelos pesquisadores do Incaper ajudaram a determinar métodos de manejo do mato por meios mecânico e químico. Tais práticas conservacionistas contribuem para o controle da erosão, enriquecem e ajudam a manter a umidade do solo, além de contribuir para a redução e o controle biológico de patógenos e pragas, além de favorecer o equilíbrio dos microorganismos no meio ambiente. O manejo da vegetação natural nas “ruas” do cafeeiro reduz 60% e 80% as perdas de água e solo, respectivamente.
- Cultivares resistentes à ferrugem
- Cultivares de café arábica para a Região de Montanhas do Espírito Santo: ‘Novo mundo IAC 376-4’; ‘Icatu Amarelo IAC 3282’, ‘Catuaí Vermelho IAC 44 / IAC 81 / IAC 9 / IAC 144’; ‘Catuaí Amarelo IAC 62 / IAC 86’; ‘Rubi MG 1192’; ‘Topázio MG 1189’; ‘Iapar 59’; ‘Katipó 245-3-7’; ‘Oieiras MG 6851’.
- Variedades de arábica para o Estado do Espírito Santo: Obatã IAC 1669-20; Tupi IAC 1669-33; Paraíso MG H419-1.
- Sistema de irrigação do café conilon.
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