Pesquisa e Desenvolvimento em Fruticultura

Para dar suporte às atividades ligadas ao agronegócio Fruticultura, buscando minimizar os problemas das diferentes cadeias produtivas, no que tange ao manejo cultural, nutrição e adubação mineral, adubação orgânica, manejo de pragas e doenças, manejo pós-colheita, entre outros, o Incaper desenvolve projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica que contribuem para o crescimento desse setor produtivo e melhoria das condições de vida no campo. Os recursos para custear esses projetos são provenientes das parcerias estabelecidas com diferentes órgãos financiadores de pesquisa e desenvolvimento, podendo-se destacar o CNPq, a FAPES, a FINEP, Banco do Nordeste do Brasil, MDA, MCT, Ministério da Agricultura, Instituições Privadas, bem como de recursos próprios do Incaper.

Os projetos desenvolvidos pelo Incaper viabilizaram o desenvolvimento, a introdução e a recomendação de tecnologias que têm viabilizado a convivência dos produtores rurais com os desafios nas diferentes cadeias produtivas de importância econômica e social para o estado do Espírito Santo.

 

Confira tecnologias já desenvolvidas:

Abacate ‘Primavera’
A cultivar originária da Região Serrana do Estado do Espírito Santo possui frutos maiores, com peso médio de 700g, 74% de polpa. A aparência é de um abacate comum, com coloração verde e formato elíptico. A cultivar apresenta tolerância a pragas e doenças e excelente produtividade: cada planta pode produzir 120 kg do fruto por ano. A produção é concentrada nos meses de agosto e setembro.

Técnicas para o aumento do período da colheita de abacaxi no Espírito Santo
Um curto período de plantio do abacaxi, antes praticamente limitado aos meses de janeiro a abril, tem como consequência a concentração da colheita dos frutos nos meses de outubro a janeiro, o que pode trazer prejuízos ao produtor. Para ampliar o período de plantio e, consequentemente, estender a temporada de colheita do fruto, o Incaper conduziu pesquisas que revelaram a viabilidade da proposta. Constatou-se ser possível colher abacaxi durante por todo ano, desde que seja considerado o tamanho das mudas e o período de plantio fosse ampliado também para os meses de março, junho e setembro, seguido da indução floral a partir dos 11 meses de vida da planta. A técnica trouxe novas opções aos produtores, que puderam produzir por um período mais longo.

Técnicas para obtenção de mudas de abacaxizeiro livres da fusariose
A fusariose, doença causada por um fungo, é um dos maiores problemas enfrentados na cultura do abacaxizeiro. Em função de sua gravidade, a doença deve ser controlada antes mesmo que se inicie um novo plantio. O Incaper desenvolveu pesquisas que culminaram em algumas técnicas de multiplicação rápida, recomendadas ao produtor rural, que permitem a obtenção de mudas de abacaxi livres da fusariose. Os procedimentos incluem seleção visual, tratamento com caldo fungicida e enviveiramento até que a muda atinja desenvolvimento suficiente para o plantio definitivo. O resultado é a obtenção de mudas sadias e com uniformidade de tamanho, o que gera ganhos ao produtor.

Técnicas para controle da fusariose do abacaxizeiro
O controle da fusariose, encontrada em quase todas as regiões produtoras de abacaxi do Brasil, é fundamental para a manutenção de cultura. A doença, causada pelo fungo Fusarium guttiforme, provoca perdas que podem atingir a quase totalidade da produção. Para o controle da fusariose, recomenda-se, inicialmente, o plantio de mudas sadias obtidas de plantas sem doença ou pela técnica de multiplicação rápida, mencionada anteriormente. Uma vez no solo, recomenda-se a erradicação das mudas doentes, devendo ser substituídas mudas sadias e a uniformização da floração das plantas, com a utilização de indutores florais. Pulverizações periódicas com fungicida também são recomendadas, desde que realizadas no intervalo entre a indução floral e o final da antese (da abertura até ao final da floração das plantas). Isso porque, justamente nessa época, a inflorescência fica susceptível à infecção do patógeno.

Abacaxi ‘Vitória: variedade resistente à fusariose
Com o objetivo de selecionar plantas produtivas, com frutos de qualidade comercial e resistentes às principais doenças, o Incaper, em parceria com a Embrapa, desenvolveu a cultivar de abacaxi ‘Vitória’. A planta é resistente à fusariose, principal problema fitossanitário da cultura no país. Devido a essa característica, dispensa a utilização de fungicidas para controle da doença, possibilitando a redução dos custos de produção por hectare e os riscos de impacto ambiental. Outros ganhos para o produtor são a maior produtividade (no mínimo 30% em relação ao abacaxi ‘Pérola’) e a ausência de espinhos nas folhas e coroa, o que facilita os tratos culturais. Os frutos, quando maduros, são maiores, pesando em torno de 1,5 kg, e possuem ótima qualidade para o mercado: formato cilíndrico, casca amarela, polpa branca, elevado teor de açúcares e excelente sabor nas análises químicas e sensoriais.

Utilização do ethephon, ureia e carbonato de sódio na indução floral do abacaxizeiro ‘Pérola’
O ethephon é amplamente usado pelos abacaxicultores para induzir o florescimento das plantas, visando a uniformização dos frutos e o escalonamento da produção. No entanto, a indução da floração com ethephon puro tem elevado o custo para o produtor. Dessa forma, considerando-se que o carbonato de sódio favorece a liberação do etileno e que a ureia ajuda na difusão do produto, no interior da planta, foram utilizadas diferentes doses de ethephon em mistura ou não com esses produtos. A recomendação da adição de ureia 2% ao carbonato de sódio aumentou a eficiência e permitiu, assim, a utilização de doses menores de ethephon com um menor custo por aplicação.

Nível de controle para broca-da-bananeira Cosmopolites sordidus em bananal da cultivar Prata
Até a década de 1980, a broca-da-bananeira destacava-se como a principal praga da cultura da banana, sendo responsável por uma redução de até 40% na produção. Os problemas causados pela aplicação de inseticidas, por vezes inadequada, impulsionaram pesquisas sobre métodos alternativos de controle. A simples constatação do inseto adulto no bananal levava o agricultor a adotar medidas sem levar em consideração a população da praga. Essas medidas, adotadas sem o critério necessário, aumentavam o custo de produção, favoreciam a resistência da broca ao produto e contribuíam para a poluição do ecossistema. Experimentos desenvolvidos pelo Incaper procuraram determinar o nível de controle da broca, considerando as condições ambientais, climáticas, entre outras, típicas do Espírito Santo e selecionar inseticidas que substituíssem a necessidade de polvilhamento. A partir desses estudos, descartou-se o polvilhamento ou a aplicação de granulados nas touceiras, optando-se pela utilização de iscas tratadas quando o número de 5,17 adultos por isca fosse atingido (nível de controle). Tal recomendação, além da significativa de redução custos, representou a minimização de questões relativas à poluição e exposição do aplicador ao produto.

Espaçamento para plantio da bananeira cultivar Prata
Alterar a distância de plantio entre um pé de banana e outro pode mudar significativamente os resultados na lavoura. A fim de identificar o espaçamento mais adequado ao plantio de bananeiras da cultivar Prata no Espírito Santo, o Incaper implantou experimentos em blocos casualizados (delineamento experimental com uniformidade de cultivo, de modo a aumentar as chances de que os fatores que possam interferir nos grupos fiquem igualmente distribuídos). Com a diminuição dos espaçamentos constatou-se um aumento da produtividade e dos ciclos produtivo e vegetativo, além de uma redução do peso do cacho. O número de pencas e frutos não foi afetado. Observou-se, ainda, uma maior incidência de plantas daninhas e uma menor infecção pelo mal-do-Panamá nos espaçamentos maiores. Na análise econômica, o melhor retorno do capital investido foi obtido no espaçamento de 3 x 3m, que também foi o único a permitir duas colheitas em um só ano.

Controle do mal-de-sigatoka (Sigatoka amarela) com óleo agrícola e fungicida em bananeiras da cultivar Prata
A sigatoka-amarela, também conhecida como mal-de-sigatoka ou cercosporiose, é uma doença causada por um fungo, capaz de comprometer completamente a produção dos bananais. Para verificar a eficiência do controle do mal-de-sigatoka em um bananal da cultivar Prata, o Incaper instalou um experimento no Município de Alfredo Chaves comparando a testemunha, óleo agrícola e uma mistura de óleo agrícola mais fungicida. Nas pulverizações, foi utilizado um atomizador costal motorizado, equipado com bocal de longo alcance e bomba centrífuga com a vazão ajustada para 1.100ml por minuto. As pulverizações foram iniciadas em 1980 e distribuídas entre os meses de outubro e maio, com intervalos de aplicação de 15 a 20 dias para o caso do óleo agrícola e de 20 a 30 dias para o caso da mistura. O bananal foi conduzido com todas as práticas culturais recomendadas, e a adubação foi baseada na análise do solo e o controle da broca efetuado por meio de iscas tipo telha, tratadas com inseticida. O controle da doença foi obtido com o uso da mistura de óleo agrícola e fungicida, e esta técnica de controle do mal-de-sigatoka devidamente recomendada aos bananicultores capixabas.

Controle do mal-de-Sigatoka com fungicida granulado em bananeiras da cultivar Prata
O melhor controle do mal-de-sigatoka, doença causada pelo fungo Mycosphaerella musicola, é uma preocupação constante na bananicultura e tem sido alvo constante de pesquisas. Nessa proposta desenvolvida pelo Incaper, o controle da doença foi avaliado em condições de campo com fungicidas em formulação granulada. Essa alternativa de controle da doença é mais indicada aos produtores que vivem em regiões onde o sistema por pulverização é difícil e oneroso. Os estudos sugerem a possibilidade do uso de fungicidas granulados no controle do mal-de-sigatoka por meio do nível de controle determinado pela primeira folha necrosada, reduzindo-se o número de aplicações e a contaminação do meio ambiente.

Cultivares de bananeira ‘Vitória’ e ‘Japira’
O Incaper, em parceria com a Embrapa, dedicou vários anos de pesquisa até selecionar as bananas ‘Vitória’ e ‘Japira’, cultivares do grupo Prata que apresentam resistência às principais doenças que atacam o bananal: sigatoka-negra, sigatoka-amarela e mal-do-panamá. As variedades apresentam também características agronômicas semelhantes e/ou superiores às das bananas ‘Prata’ e ‘Pacovan’ e podem ser cultivadas nos mesmos espaçamentos e seguindo as mesmas recomendações técnicas usadas na ‘Prata’. Nas análises químicas, os frutos das bananas ‘Vitória’ e ‘Japira’ revelaram uma maior resistência à antracnose (doença que causa lesões que comprometem a aparência dos frutos). Essas características podem facilitar a adoção dessas cultivares pelos produtores e preferência dos consumidores, já que o primeiro critério de escolha dos frutos, em geral, é a aparência.

Modelos de previsão do mal-de-sigatoka em bananeiras da cultivar Prata
Os parâmetros adotados em diferentes modelos de previsão e o comportamento do mal-de-sigatoka (Mycosphaerella musicola) foram quantificados em um bananal da cultivar Prata em Alfredo Chaves. Aparelhos meteorológicos instalados no campo determinaram a temperatura horária, a precipitação diária, a umidade e a evaporação. Pelos modelos estudados, verificou-se que a doença ocorreu em todos os meses do ano, apresentando uma variação sazonal, com maior incidência nos períodos de agosto/setembro e março/abril. Os menores valores encontrados foram em dezembro, quando também ocorreu o maior crescimento do plantas. Os resultados obtidos indicaram a necessidade do início do controle da doença no mês de agosto, podendo-se ajustar o intervalo e reduzir em mais de 50% o número de pulverizações.

Método de forçamento da brotação em enxertos de laranja ‘valência’
Forçar a brotação de enxertos de citros é um mecanismo que contribui para acelerar o desenvolvimento da planta.  Com o objetivo de identificar o método mais adequado de forçamento de brotação em enxertos de laranja ‘Valência’, o Instituto desenvolveu alguns trabalhos na Estação Experimental de Linhares, Região Norte do Espírito Santo.  Foram avaliados três métodos de forçamento da brotação de enxertos de laranja ‘Valência’ sobre os porta-enxertos limão ‘Cravo’ e limão ‘Rugoso da Flórida’, em enxertia de verão: decotamento total (o porta-enxerto é cortado de 5 a 8cm acima do enxerto) curvamento total (a haste do porta-enxerto é curvada de modo que a borbulha fique no topo do curvamento); e semicurvamento do porta-enxerto. Os trabalhos foram realizados visando a obter informações sobre o desenvolvimento precoce, a sobrevivência das gemas, a antecipação no tempo de formação das mudas e o grau de facilidade para execução dos métodos. O decotamento total superou os demais aos 10 e 20 dias, apresentando maior crescimento de brotações. A média de altura das mudas enxertadas sobre o limão ‘Rugoso da Flórida’ foi maior do que as enxertadas sobre o limão ‘Cravo’. Do total de enxertos, 14% apresentaram-se sem crescimento e/ou mortos no método decotamento total, contra apenas 2% nos demais.  Não houve antecipação no período entre a enxertia e a poda de desponte.  O custo de aplicação dos métodos curvamento total e semicurvamento foi maior que aquele verificado no método de decotamento total.

Enraizamento de estacas verdes de citros
As raízes são um dos principais elementos da planta para a absorção de nutrientes.  E provocar o enraizamento de estacas verdes na citricultura é uma maneira de propagar as plantas, garantindo a fixação do vegetal no solo e sua nutrição adequada. O Incaper avaliou a propagação de plantas cítricas por meio do enraizamento de estacas verdes, testando também o efeito do ácido indol butírico (AIB) em diferentes concentrações. A maior percentagem de enraizamento de estacas foi obtida na cidreira ‘Etrog’ (Citrus medica L.) (96,6%), seguida do limoeiro ‘Siliciano’ (Citrus limon Brun) (79,9%). A laranjeira ‘Valência’ (Citrus sinensis L. Osbeck) não apresentou enraizamento significativo de estacas, independentemente das concentrações de AIB utilizadas.

Combinações de enxertia em citricultura para o cultivo de tangerina
O Espírito Santo importava, na década de 1980, em torno de mil toneladas anuais de tangerinas. Em função da necessidade de ampliação de safra para diminuir o volume de importações, o Incaper desenvolveu pesquisas com porta-enxertos e clones já existentes.  O principal objetivo foi a introdução do maior número de genótipos visando à possibilidade de adaptá-los em várias regiões ecológicas do Espírito Santo e a   viabilização de uma maior exploração da cultura.  Verificou-se, assim, a combinação de diversos porta-enxertos com diferentes clones de tangerina. Os experimentos foram implantados em três regiões agroecológicas distintas. O objetivo foi justamente observar o comportamento dos diferentes clones de acordo com as peculiaridades de cada região. A pesquisa resultou na recomendação dos clones: tangerina ‘Mexerica’ Emcapa 7051, ‘Dancy’ Emcapa 7012, tangor ‘Murcott’ Emcapa 7045 e Emcapa 7015, tangerina ‘Ponkan’ Emcapa 7041 e Emcapa 7011 e tangerina ‘Satsuma’ Emcapa 7014 e Emcapa 7044 destacando suas diferentes performances nas regiões do Estado.

Anelamento do fruto da goiabeira
O anelamento é uma anomalia que atinge a camada externa dos frutos da goiabeira, causando imperfeições na casca. Embora não comprometa a qualidade, o valor comercial da fruta é depreciado, causando prejuízo aos produtores.  Durante muito tempo, esse problema foi atribuído a um distúrbio fisiológico e sua causa era desconhecida.  No entanto, analisando os teores de nutrientes em frutos da cultivar Paluma, verificou-se que, em frutos com anelamento, o teor de cálcio era até seis vezes menor do que em frutos assintomáticos.  A partir desses resultados, foi feita uma correlação entre o anelamento da goiaba e a deficiência no suprimento de cálcio para o fruto. Os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto apontam como solução, a aplicação de cloreto de cálcio uma vez por mês, desde a fase de floração da goiaba dispensando o uso de agrotóxicos. Tal resultado foi recomendado pelo Incaper aos produtores rurais de base familiar do Espírito Santo.

Monitoramento da mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) na cultura do mamão
A mosca-das-frutas é uma das pragas que atacam o mamão. Embora não cause grandes perdas à cultura do mamão, tendo em vista que só ataca os frutos maduros, essa praga é fator de restrição à exportação para os Estados Unidos, destino importante das frutas produzidas no Espírito Santo. Para monitorar a moscadas-frutas (Ceratitis capitata), o Incaper desenvolveu trabalhos com iscas atrativas, as quais são preparadas à base de suco de mamão com o inseticida “Diazinon 600CE”. A recomendação é para que o produtor utilize frascos caça-moscas instalados na região do tufo de inserção dos frutos, nas plantas.  Cada frasco deve conter 200ml da isca atrativa, a qual deve ser trocada semanalmente.

Systems approach para mamão produzido no estado do Espírito Santo
O Systems approach uma tecnologia de ampla base ecológica, desenvolvida pelo Instituto, que integra as práticas de pré e pós-colheita utilizadas nos diversos estágios da cadeia produtiva do mamão.  As práticas são empregadas na produção, colheita, empacotamento e transporte, garantindo que o produto esteja livre de pragas como a mosca-das-frutas, de modo a atingir a segurança quarentenária exigida pelos países importadores, já que o mercado externo é um destino importante das frutas produzidas no Estado. O Systems approach representa grande evolução por ser uma alternativa viável aos tratamentos baseados no uso de agentes químicos, que empregam substâncias tóxicas, bem como aos processos físicos, como frio, calor e o roguingdas plantas com meleira. Os resultados obtidos nos 12 primeiros anos do programa foram altamente expressivos, tornando os Estados Unidos o segundo maior importador do mamão brasileiro. Após 2006, o processo passou também a ser utilizado nos Estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.

‘Rubi Incaper 511’: primeira variedade de mamão do grupo formosa para o Espírito Santo
O mamão ‘Rubi Incaper 511’ tem como principal característica a possibilidade de reutilização de suas sementes em até três novos plantios.  A variedade apresenta atributos adequados às exigências do mercado, vindo suprir uma lacuna em relação a cultivares do tipo ‘Formosa’, o que pode reduzir a dependência de utilização de sementes importadas, constituindo-se como alternativa vantajosa especialmente para pequenos e médios produtores de mamão do Estado do Espírito Santo. A variedade dispensa a necessidade de despesa com a aquisição de sementes e reduz a dependência de utilização de sementes importadas. Além da economia, o mamão ‘Rubi Incaper 511’ apresenta boas características comerciais, como: tamanho; peso (1,5kg em média); polpa grossa (com espessura média de 3cm) e consistente, de cor vermelha e alaranjada; sabor suave (10,2°Brix); casca sem manchas; plantas vigorosas (altura média de 1,64m aos 8 meses de plantio); boa produtividade (pode render 170 toneladas por hectare) (CATTANEO et al., 2010).

Diagnóstico molecular da meleira-do- mamoeiro
Atualmente, a meleira é a principal doença da cultura do mamão em todas as principais regiões produtoras. As plantas infectadas pelo vírus são caracterizados pelo gotejamento espontâneo do látex nos frutos, que posteriormente se oxida, dando um aspecto borrado ou ‘melado’ ao fruto.  Além disso, a consistência e o sabor dos frutos se alteram, tornando-os impróprios para a comercialização. A diagnose realizada somente mediante observação de sintomas nos frutos, cria o inconveniente de se manter plantas infectadas no campo por um longo período servindo como fonte de inóculo. O Incaper, em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o núcleo de Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), desenvolveu sistemas que podem ser utilizados em larga escala (dezenas ou até centenas de amostras podem ser analisadas por dia), com resultados rápidos e custo relativamente baixo.  A presença do vírus é confirmada pela visualização do seu dsRNA em gel de agarose a 1%.  Outra vantagem é que nesse sistema existe a possibilidade de detectar o vírus em plantas infetadas ainda jovens ou assintomáticas.

Relação entre o papaya meleira vírus (PMEV) e a infestação da mosca-do-mediterrâneo
A mosca-do-mediterrâneo, Ceratitis capitata, é uma praga quarentenária que normalmente só infesta frutos de mamão em estágios avançados de maturidade, quando não são mais comerciais. No entanto, algumas doenças, como a meleira-do-mamoeiro, causada pelo Papaya meleira vírus (PMeV), quebram a resistência natural das frutas para a mosca-da-fruta, permitindo a infestação nos frutos ainda imaturos.  Portanto, estudou-se a relação entre a meleira-do-mamoeiro e a mosca-do-mediterrâneo em condições de campo para determinar o período de segurança a colheita de frutos de mamão livres de moscas em áreas onde a doença é endêmica. A infestação de frutos de mamão por C.  Capitata foi avaliada a partir de plantas não infectadas e infectadas com a meleira, em sete estágios da doença e três de maturação dos frutos. Observou-se uma relação direta entre o tempo dos sintomas do vírus da meleira e a infestação de frutos pela mosca. Observou-se que quatro semanas após a aparição dos primeiros sintomas da meleira-do-mamoeiro é o período máximo de segurança, para evitar a infestação dos frutos por moscas, garantindo a eficiência do Systems Approach. A infecção de plantas com o Papaya meleiravírus foi associada com um nível reduzido de benzil-isotiocianato (BITC), um composto químico natural do látex do mamão, que possui efeito inibidor da infestação da mosca-do-mediterrâneo.

 

Outras Tecnologias recomendadas

- Recomendação de variedades de aceroleira para a Região Litorânea Sul do ES: ‘Sertanela’ e ‘Okinawa’.

- ‘BRS Tropical’: Cultivar de banana tipo maçã resistente a doenças.

- ‘Mysore’ e ‘Ouro da Mata’: cultivares recomendadas para o Espírito Santo.

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