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O uso de fertilizantes como fonte de nutrientes nos cultivos agrícolas é uma realidade em função da exigências das culturas para obtenção de alta produtividade e qualidade. A utilização de resíduos orgânicos em sistemas produtivos é considerada uma fonte alternativa de matéria orgânica e nutrientes para o crescimento e desenvolvimento das culturas, entretanto, sua aplicação exige conhecimento científico da interação entre os fatores físicos, químicos e biológicos do solo e dos aspectos fitotécnicos das culturas. Dessa maneira, a caracterização dos critérios para recomendação e aplicação de resíduos em função das exigências das culturas e da capacidade de suporte do solo, com a minimização do impacto ambiental, torna-se de fundamental importância.
Entre os principais resíduos urbanos com potencial de uso na agricultura, destaca-se o lodo de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). Sua aplicação no solo é uma tendência mundial e vem sendo utilizada em muitos países como fonte de nutrientes, e como fonte de matéria orgânica para o solo, com efeitos benéficos ao crescimento e desenvolvimento das culturas.
Os Estados Unidos, o Canadá e diversos países europeus, há mais de vinte anos, utilizam esse resíduo como fertilizante agrícola e florestal. Por outro lado, no Brasil, o lodo de ETE tem seu uso agrícola bastante restrito e normalmente é depositado diretamente em aterros sanitários ou incinerado, gerando um impacto ambiental indesejável e anti-econômico para os municípios.
A avaliação do lodo de ETE como fertilizante orgânico na produtividade de culturas anuais e perenes tem sido realizada por vários pesquisadores em diferentes partes do mundo. Nas condições brasileiras, vários trabalhos vêm sendo efetuados em áreas agrícolas com resultados promissores.
Com o objetivo de atestar o potencial agronômico e verificar impacto ambiental causado pela aplicação do lodo de ETE nas atividades agrícolas e florestais no Estado do Espírito Santo, projetos de pesquisa estão sendo realizados para estabelecer critérios específicos para a disposição final de lodo de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Para tanto, analisou-se a dinâmica da decomposição da matéria orgânica adicionada aos diferentes tipos de solos utilizados com fins agrícola e florestal, buscando-se avaliar o impacto causado no meio ambiente pela sua utilização. A localização de áreas e as aptidões do solo para disposição do lodo na agricultura foram determinadas em consonância com as restrições estabelecidas pela resolução CONAMA nº 375 de agosto de 2006. Portanto, para a aplicação do lodo de ETE em áreas cultivadas com fruteiras tropicais, café, silvicultura, dentre outras, estão sendo desenvolvidas tecnologias que permitem a inserção do lodo de forma adequada nos sistemas agrícolas.
Como um dos principais problemas na agricultura é a baixa disponibilidade de matéria orgânica para o plantio e condução das lavouras comerciais, o uso do lodo de ETE minimizará este problema, e possibilitará, de maneira inovadora, a gestão dos resíduos sólidos gerados no tratamento de esgotos domiciliares. Ações estão sendo desenvolvidas pelo Incaper e pela Cesan, para a utilização do lodo de esgoto nas culturas avaliadas no Espírito Santo, de forma rotineira.