Na manhã desta sexta-feira (30) começa o 1º Ciclo de Palestras da Rede de Comercialização Solidária (RCS) no município de Alegre. Trata-se de um projeto de extensão que busca inserir os agricultores familiares no processo de comercialização dos alimentos agroecológicos que produzem.

A rede em questão foi criada em 2015 e é coordenada pelo Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Estado (Ufes), tendo como parceiros o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alegre (Sitrua), a Rede da Agricultura Familiar de Alegre (RAF- Alegre) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

A Rede de Comercialização Solidária envolve a participação de três grupos: agricultores familiares – atualmente nove associações – consumidores e equipe organizadora. As atividades realizadas se baseiam em cadastros de produtores, de consumidores e de produtos, com atualização semanal de informações, e adoção de um sistema de encomenda e entrega de produtos. As entregas são feitas todas as quartas-feiras no Centro Espírita “Amor de Caridade”, localizado na região, e já chegam a sua 70ª semana.

De acordo com o coordenador do projeto e professor da Ufes, Haloysio Miguel de Siqueira, o objetivo é que os agricultores passem a assumir a gestão compartilhada, com os demais segmentos envolvidos na comercialização como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “As ações de capacitação e de assessoria na elaboração dos projetos de venda e na gestão da comercialização solidária vêm sendo intensificadas com o apoio do Incaper”, lembrou.

Também estão como coordenadoras do projeto a extensionista Erica Munaro e a economista doméstica, Aline Chaves Pereira, ambas servidoras do Incaper. “Além da produção agroecológica e a adoção de hábitos saudáveis de alimentação, este tipo de comercialização busca consumidores mais conscientes, que procuram o acesso a alimentos diferenciados, produzidos sem a utilização de agrotóxicos (alimentos primários) ou por agroindústrias familiares rurais (alimentos processados)”, afirmou Erica.

Erica explicou ainda que o principal objetivo da palestra é capacitar os agricultores que já participam da rede visando a melhoria da qualidade dos seus produtos. “Além disso, pretendemos oportunizar aqueles que estão fora do sistema de comercialização, ampliando a oferta de seus produtos e estreitando as relações entre produtores e consumidores, em uma perspectiva de economia solidária”.

O Gerente de Agricultura Familiar da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Luiz Carlos Leonardi Bricalli, reforçou que toda iniciativa de criar ou aperfeiçoar os canais de comercialização dos agricultores é válida.

Bricalli lembrou que, tradicionalmente já existem as Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (CEASA-ES), as feiras livres e os programas de compras governamentais, mas a Rede de Comercialização Solidária é uma ferramenta a mais para ajudar os agricultores a venderem seus produtos. “É um belo trabalho acompanhado pelo Incaper e que merece ser difundido para todos os municípios capixabas”, acrescentou.

Para credibilizar ainda a comercialização, o escritório local (ELDR) do Incaper de Alegre promove visitas, duas vezes ao ano, até as propriedades dos agricultores familiares para que os consumidores se certifiquem da qualidade da produção.

Serviço

Local: Centro Espírita “Amor e Caridade”

8h – Abertura com apresentação dos participantes

8h15 – Conceitos básicos: Agroecologia, transição agroecológica e controle social da qualidade dos alimentos/Professor Haloysio Miguel de Siqueira (UFES).

9h – Pausa para o café

9h15 – Orientações sobre padronização e embalagem dos alimentos.

9h45 - Orientações básicas em manejo de solo e produção diversificada de hortaliças, sem uso de agrotóxicos/ Professor Eduardo de Sá Mendonça (UFES).

10h30 – Implantação do controle social da qualidade dos alimentos na RCS.

11h – Encerramento

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Texto: Tatiana Caus

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