Técnicos, produtores de rã e diversas pessoas interessadas em iniciar a atividade participaram do I Workshop de Ranicultura do Espírito Santo. O evento foi realizado nesta quinta-feira (25) pela Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) – por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) – e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“O trabalho técnico do Incaper também é direcionado para auxiliar o produtor a diversificar a produção. E a ranicultura se encaixa bem neste contexto, é um trabalho que queremos ampliar. Estamos empenhando esforços em algo que tende a crescer, e vamos tentar levar isso para vários municípios. O Incaper aposta neste trabalho”, pontuou Mauro Rossoni Júnior, diretor-técnico do Instituto.
O evento destacou o enorme potencial que o Espírito Santo oferece para o cultivo de rãs. “Um dos objetivos foi justamente disseminar conhecimentos básicos sobre a criação de rã. O histórico na ranicultura no Brasil mostra que, na década de 1980, tinha aproximadamente dois mil ranários no Brasil. Hoje, esse número caiu para 150 ranários estabelecidos. Um dos motivos que fizeram com que as pessoas abandonassem a atividade foi justamente a falta de conhecimentos básicos. No Estado, poucas áreas são restritivas ao início da ranicultura. O objetivo do workshop é incentivar e tentar organizar a cadeia com os produtores que já estão na atividade”, pontuou Rafael Vieira Azevedo, extensionista do Incaper.
“O objetivo principal é organizar os ranicultores do Estado, saber quem são, onde estão, como produzem e quanto produzem. Os produtores estão pulverizados, e o Incaper pode organizá-los de maneira a até formar uma associação de ranicultores no Espírito Santo”, disse Lucimary Ferri, coordenadora do programa de aquicultura e pesca do Incaper.
Foram abordadas diversas questões de ordem técnica: “Um dos aspectos, por exemplo, que são restritivos ao início do cultivo de rã é a temperatura. Locais com ambiente muito frio, onde a média da mínima durante o ano fica abaixo de 15°C são restritivos ao início da ranicultura. Mas há diversas alterações que podem ajudar a diminuir o efeito da temperatura, como as estufas. A gente veio passar isso para o produtor”, acrescentou Azevedo.
Isabel Andrade Lansthi, de Ibiraçu, está há 20 anos na atividade. Ela considerou muito produtiva a iniciativa: “Acho interessante porque temos muitos produtores que precisam de informação. Somos muito crus nesse sentido, doenças da rã são difíceis de controlar. Precisamos de informações a respeito”, disse.
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