Os meteorologistas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Hugo Ramos e Thábata Brito, participaram entre os dias 24 e 25 de setembro, em Brasília, da II Oficina de Autoria do Mapa do Monitor de Secas. O encontro foi promovido pela Agência Nacional de Águas (ANA). O objetivo foi formar novos autores do mapa do Monitor, assim como capacitar a atual equipe de autoria num contexto de expansão do projeto para outras regiões do Brasil que apresentam novos desafios em função da diversidade climática do País.
Durante o evento foram abordados diversos temas como o monitoramento de secas, indicadores de seca de curto e longo prazos no Monitor de Secas, principais sistemas climáticos e meteorológicos do Brasil e sua representação nos indicadores e produtos de apoio do Monitor, ocorrência de chuvas e involução de secas, evolução continuada de secas e representação de seca e início de estiagem.
“O aprendizado do uso de ferramentas de diagnóstico como o Monitor de Secas elevará a capacidade da equipe da Coordenação de Meteorologia do Incaper em acompanhar a sua evolução espaço-temporal, o nível de severidade e seus possíveis impactos de curto e de longo prazo, tendo em vista que a seca é um fenômeno difícil de determinar duração e intensidade”, explicou o coordenador de Meteorologia do Incaper, Hugo Ramos.
Hugo ainda ressaltou que a ferramenta de monitoramento e alerta precoce é de fundamental importância para a gestão de riscos, em especial na agricultura, em razão da grande recorrência desse fenômeno, um dos limitadores do desenvolvimento do Espírito Santo.
“O treinamento é uma oportunidade de reunir toda equipe envolvida no traçado do mapa a e equipe que está coordenado os trabalhos do monitor. Nesse momento discutimos conceitos, aprendemos novas técnicas sempre buscando o melhor retrato possível da seca e aperfeiçoamento do processo”, ressaltou a participante da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Juliana Oliveira.
Participam desta capacitação servidores da ANA; Funceme; Inpe; Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema/BA); Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac); Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam); Universidade de São Paulo (USP); UFC; dentre outros.
Sobre o monitor de secas
O Monitor é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação de seca coordenado nacionalmente pela ANA. O serviço também é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e conta com apoio operacional da Funceme. Os resultados do Monitor de Secas são divulgados por meio do mapa mensal, que consolida o diagnóstico da situação de seca a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras.
Utilizados como informação e suporte às políticas públicas de combate à seca, o mapa e demais produtos do Monitor de Secas promovem o monitoramento regular e periódico da situação da seca nos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Por meio deste desse acompanhamento é possível compartilhar informações e bases de dados, uniformizando o entendimento do fenômeno da seca e acompanhando sua evolução, classificando-a segundo o grau de severidade dos impactos observados.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, região historicamente mais afetada por eventos deste tipo. No final de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por fenômenos dessa natureza, foi iniciada a expansão da ferramenta para a inclusão de outros estados. Em novembro de 2018, Minas Gerais foi incorporado ao processo. A partir de abril deste ano, o Espírito Santo passou a participar do projeto.
O Monitor de Secas foi inspirado no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo implica na indicação das áreas em condição de seca relativa, ou seja, as categorias de seca em uma determinada região são estabelecidas em relação ao seu próprio histórico.
Texto: Vanessa Capucho, com informações Ascom - ANA
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