29/02/2024 11h58 - Atualizado em 29/02/2024 12h03

Incaper realiza em Aracruz ação de cadastramento que distribuirá mais de 250 carteirinhas para coletores de pimenta-rosa do Estado

Foto: arquivo-Incaper
O objetivo é levantar e organizar o público envolvido na cadeia produtiva da aroeira, cujos frutos das plantas de áreas nativas ou de plantios comerciais são comercializados normalmente para indústrias de exportação existentes no estado.

Em uma ação inédita no Brasil, foi realizada na última quarta-feira (21), em Vila do Riacho, município de Aracruz, com apoio da Prefeitura a terceira atividade prevista de cadastramento de pessoas que desejam obter carteirinha para coletores de pimenta-rosa do Espírito Santo. Atualmente já são mais de 250 cadastros feitos, com o objetivo de organizar o público envolvido na cadeia produtiva da aroeira, espécie de árvore cujos frutos, conhecidos por pimenta-rosa, tanto em áreas nativas ou de plantios comerciais são comercializados normalmente para indústrias de exportação existentes no Estado.

O cadastramento deve continuar a ocorrer em diversas comunidades do Estado e consiste no preenchimento de formulários com informações e apresentação de documentos pessoais, foto e também dados da produção e coleta de pimenta-rosa. As carteirinhas de coletor podem ser entregues a todos os extrativistas e/ou produtores que fazem o cadastro junto ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), sendo este o órgão responsável por elaborar os laudos de caracterização de áreas de coleta e encaminhar ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) juntamente com a documentação e as fichas já preenchidas e assinadas pelos coletores(as).

Por fim, os números de registro dos coletores são gerados e retornam para a coordenação de Recursos Naturais do Incaper que mantém um banco de dados dos cadastros e providencia as carteirinhas gratuitamente.

De acordo com a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper, a extensionista Fabiana Ruas, estima-se que existam mais de 1.200 pessoas envolvidas na cadeia produtiva, grande parte com as atividades sendo exercidas de maneira informal, que têm na colheita da pimenta-rosa uma fonte de renda excelente durante esse período de produção.

“O cadastramento, viabilizado pelo Projeto Aroeira, aprovado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES), que faz parte do Banco de projetos da Seag, nos dá a real informação de quantas são, quais são e onde estão as pessoas, ou seja, identifica as pessoas que trabalham com aroeira, nos fornecendo um diagnóstico dessa cadeia produtiva, além de colaborar com o reconhecimento da atividade e estimular os órgãos a oficializar a cadeia produtiva para nortear políticas públicas, investimentos e financiamentos no setor trazendo dignidade e legalidade ao povo que sempre esteve ‘escondido’ e à margem da sociedade”, reforçou.

De acordo com a extensionista, as carteirinhas também são um indicativo de que as pessoas coletoras dos frutos da aroeira têm buscado se qualificar com os cursos de capacitação, eventos, encontros promovidos pelo Incaper e parceiros, além de almejarem a melhoria da qualidade do produto final, melhor comercialização, alcançarem selos de qualidade – como a Indicação Geográfica-IG para quem está em São Mateus – de se  organizarem na atividade e fazerem parte de grupos, tais como associações e cooperativas, o que respalda o trabalhador mesmo que informal no período de safra da pimenta-rosa.

Segundo Fabiana Ruas, levando em consideração que, em 2023, o quilo da pimenta-rosa chegou a custar 12 reais, este ano pode chegar a 18 reais, dependendo da qualidade alcançada do produto, com a organização e seleção dos frutos.

“Mas não significa que o coletor pode colher de qualquer maneira em qualquer lugar. Pelo contrário, essa condição traz ainda mais responsabilidade para colher com sustentabilidade, fazendo a poda correta no momento da colheita, no tempo certo da planta, respeitando o meio ambiente e ponto certo de maturação dos frutos e buscando uma comercialização mais justa”, explicou.

A próxima safra da aroeira terá início no final de abril e início de maio, sendo muito importante que os produtores e extrativistas já estejam devidamente cadastrados e com sua carteirinha em mãos. Quem tem interesse em se cadastrar deve buscar o Incaper.

Texto: Tatiana Toniato Caus 

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