O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é o órgão executor do projeto“Análise Espacial para organização territorial e gestão de pessoas envolvidas em atividades da Atenção Primária de Saúde”, que faz parte do programa de pesquisa do sistema único de saúde (PPPSUS). Este é o segundo ano de realização do projeto e para discutir os resultados parciais coletados até o momento, foi realizada uma web reunião como pesquisador do Incaper e coordenador do projeto, Fernando Soares, que apresentou os dados.
“O Incaper executa esse projeto com o objetivo de levar mais qualidade de vida para o agricultor. Atuamos em busca do desenvolvimento rural, fazendo com que as políticas públicas de saúde possam chegar ao meio rural”, afirmou Soares.
A área de estudos contempla os municípios de Água Doce do Norte, Ecoporanga, Vila Pavão, Barra de São Francisco, Montanha, Mucurici, Ponto Belo, Nova Venécia, Pedro Canário, São Mateus, Jaguaré, Conceição da Barra, Pinheiros e Boa Esperança. Estes municípios são atendidos pela Superintendência Regional de Saúde de São Mateus.
"Em cada prefeitura, montamos um estação de trabalho e capacitamos um servidor público para coletar informações geoespaciais através de entrevista dos agentes comunitários de saúde sobre informações das residências que estão sob sua responsabilidade. Estas informações espaciais são organizadas individualmente pelos municípios e, em seguida, transferidas para a Regional de Saúde, afirmou a coordenadora regional de saúde do extremo norte da Secretaria da Saúde (Sesa), Ana Herzog.
O Projeto utiliza em cada municípioum Sistema de Informação Geográfica (SIG). Um SIG tem como uma das suas principais características a capacidade de permitir análise espacial, ou seja, utilizando-se os dados espaciais e atributos armazenados no banco de dados para responder as perguntas por meio de simulações de situações em modelos do mundo real. O Software de SIG instalado é o QGIS, que é livre, permitindo, neste projeto, integrar um banco de dados geoespaciais contendo estradas, limites municipais, setor censitário, comunidades e imagens de satélites.
“Esse projeto é importante porque delimita a micro área de cada agente, organizando, assim, a área da saúde de cada município. Não vai haver mais conflitos de atendimentos. Muitas vezes, agentes de um município atendiam em outro. Então, a ideia é evitar isso”, comentou Fernando Soares.
As informações coletadas utilizando a memória espacial dos agentes de saúde sobre a população da qual são responsáveis, juntamente com outras bases espaciais, como limites do setor censitário do IBGE, as imagens orbitais e outras fontes oficiais de dados espaciais (estrada, hidrografia, relevo, limite municipal e comunitário), serão integradas em um SIG onde passarão por análises estatísticas e espaciais. Os SIG permitem que o gestor municipal e representantes da Sesa possam tomar decisões mais precisas sobre os limites das Microáreas de Saúde do município.
Depois da delimitação das microáreas em todos os municípios, estes dados serão integrados em um SIG na Superintendência Regional de Saúde permitindo visualizar e realizar consulta espacial dos limites das microáreas de todo o território regional.
Fazem parte do projeto a SESA, as prefeituras dos municípios contemplados e a faculdade Multivix.
Texto: Hércules Nascimento e Fernando Soares
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