Em homenagem ao dia Nacional do Agricultor e aos 60 anos da Sociedade Espíritossantense de Engenheiros Agrônomos (SEEA), pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) foram homenageados pelos relevantes serviços prestados à classe e à agropecuária capixaba.
São eles, os pesquisadores Romário Gava Ferrão, David dos Santos Martins e Pedro Arlindo Oliveira Galvêas (Embrapa/Incaper). O momento foi realizado nesta quarta-feira (04), durante uma Sessão Solene na Assembleia Legislativa do Estado, em Vitória.
A Diretora-presidente do Incaper, Nara Sthefania Tedesco, lembrou que a agricultura capixaba garante diversidade, emprego e renda no campo. “O Dia do Agricultor é comemorado no Brasil, desde 1960, no mês de julho, enquanto no mesmo mês é comemorado também o dia internacional do agricultor familiar, que é grande parte do público atendido pelo Incaper. Aproveitamos o momento para comemorar o segmento responsável por boa parte da produção das culturas alimentares no Espírito Santo e no Brasil e para parabenizar a todos os responsáveis por executar, com excelência, todo esse trabalho no campo”, acrescentou.
Para o pesquisador David Martins, “é gratificante receber uma homenagem após 37 anos dedicados à pesquisa, sendo 32 anos como servidor do Incaper”. Segundo ele, em termos de pesquisa de grande impacto para o campo, vale ressaltar a implantação do Programa de Produção Integrada de Mamão, que envolve o processo de certificação oficial do Governo Brasileiro (Certifica Brasil), onde o pesquisador foi o coordenador nacional da cultura em questão; também houve o destaque para a maior abertura de mercado americano para a cultura de “Papaya Brasileiro”, a partir do “System Approach”, o que permitiu, após 13 anos de suspensão, o retorno da exportação do mamão do Brasil e já rendeu em torno de 83 milhões de dólares em exportação da fruta para o mercado exterior.
Romário Ferrão é pesquisador científico do Incaper há 33 anos e esteve por longos anos na coordenação do Programa de Cafeicultura do Espírito Santo. Ele foi chefe do Centro Regional de Pesquisa Norte Espírito Santo (1998 a 2000) e coordenou e participou de mais de 50 projetos de pesquisa e transferência de tecnologia (Incaper, Consórcio Pesquisa Café, Conab, Fapes, CNPq). Atuou também em Programas de desenvolvimento e fomento de café no Espírito Santo e foi coordenador de eventos regional, estadual, nacional e internacional, destacando-se o Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas (2009) e a Conferência Internacional de Coffea Canephora (2012).
“Sem palavras para expressar a minha emoção. Esse mês completo 62 anos de idade e desde a minha origem, como neto e filho de produtor rural, eu vivi para o setor agrícola e direcionei todo o meu trabalho de pesquisa pensando na qualidade de vida das pessoas do campo”, disse. Ele destacou o desenvolvimento e lançamento da cultivar de café “Marilândia ES 8143” - mais tolerante à seca - como um dos projetos mais marcantes durante todo esse tempo, diante da crise hídrica que assolou o Estado.
Próximo a sua aposentadoria, o Galvêas recordou diversas ações no campo ao longo de tantos anos, com destaque para a implantação do Programa de Desenvolvimento da Heveicultura Capixaba (Probores) e o de Fomento Florestal, em parceria com a Fibria, que trouxe como uma de várias ações, o plantio de espécies de nativas, seringueiras e eucalipto, pelo Estado do Espírito Santo.
Segundo o pesquisador, ao longo dos últimos vinte anos, foram distribuídas para as propriedades rurais em geral em torno de 60 milhões de mudas de eucalipto, três milhões de mudas de nativas e quase dois milhões de seringueira. “É uma honra ter o trabalho reconhecido pelos colegas de classe e também pelo setor político do Estado. Não poderia ter melhor avaliação e julgamento para todos estes anos”, disse.
Incaper por toda a parte
O evento também contou com um "espaço" do Incaper com plantas de café em vasos, cachos das bananas “Japira”, “Vitória” e “Tropical” e Sementes de Milho “Incaper 203” e Feijão “Emcapa 404 – Serrano”, desenvolvidos pelo Incaper, além de mudas de açaí, de café, de citrus, plantas medicinais, cacau, palmito, entre outros. Todo material é advindo da Fazenda Experimental do Incaper em Viana e as bananas são da Fazenda Experimental do Incaper em Alfredo Chaves.
No espaço também foram expostas as diversas publicações técnico-científicas do Incaper. Uma delas é o livro “Café Conilon” - um acervo de conhecimentos científicos, tecnologias e experiências oriundo de mais de 30 anos de pesquisas científicas desenvolvidas, sobretudo, no Espírito Santo e no Brasil.
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Texto: Tatiana Caus
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