Em 2017, a Silvicultura no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) teve como base um conjunto de ações para o fortalecimento do setor. Tais atividades são voltadas para orientação dos produtores rurais do Espírito Santo, desde o planejamento até a comercialização de produtos agrícolas e florestais madeireiros e não madeireiros, bem como a preservação e a recuperação ambiental.
A Silvicultura, portanto, é uma atividade que atualmente encontra-se agrupada em cinco temas principais: SAF (Sistemas Agroflorestais), Seringueira, Palmáceas, Eucalipto, Pinus e Espécies Florestais Não Tradicionais - engloba espécies nativas e outras espécies florestais.
“O estimulo ao plantio de árvores tem proporcionado a diminuição da pressão sobre os fragmentos florestais remanescentes da Mata Atlântica, além de proporcionar uma diversificação e o aumento da renda para os agricultores de base familiar, com a produção de látex da seringueira, goma resina de pinus, polpa do fruto do açaí e da juçara, palmito das diversas espécies de palmáceas, pimenta rosa da aroeira, entre outras”, explicou o engenheiro florestal, e extensionista do Incaper e coordenador de projetos da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), Pedro Carvalho.
Segundo ele, ao longo dos anos o Incaper vem capacitando sua equipe técnica para atuar em silvicultura. “Alguns com vocação mais produtivista e outros mais conservacionista, mas todos atentos com sustentabilidade da atividade agrícola na propriedade. Os sistemas agroflorestais têm se destacado como prática sustentável de produção, combinando produção agrícola com a produção florestal”, disse.
O Espírito Santo apresenta vantagens comparativas importantes para o desenvolvimento de atividades de base florestal para produção de produtos madeiráveis e não madeiráveis, por diversos fatores, como suas características edafoclimáticas, distribuição fundiária, localização estratégica e infraestrutura. As florestas fornecem uma grande diversidade de produtos, serviços e benefícios. A conservação da biodiversidade e dos ecossistemas é considerada e reconhecida como uma das mais nobres funções das florestas.
Atualmente o Espírito Santo possui o programa Reflorestar, um programa do Governo do Estado que prevê a ampliação da cobertura florestal com o objetivo de promover a restauração do ciclo hidrológico por meio da conservação e recuperação da cobertura florestal, com geração de oportunidades e renda para o produtor rural, estimulando a adoção de práticas de uso sustentável dos solos. “A atratividade econômica e o adensamento das cadeias produtivas do setor poderão ser fomentados por conhecimentos e tecnologias mais adequadas aos vários atores envolvidos no agro florestal capixaba, assim como de produtores rurais interessados em se integrar à indústria de base florestal”, explicou Pedro Carvalho.
O Espírito Santo é dependente de madeiras de outros Estados. Em estudo realizado em 2011, tal dependência girava em torno de 45% da demanda. Por outro lado, o mercado de madeira encontra-se em expansão, com evidentes tendências de avanços e crescimento no Espírito Santo, com um mercado de celulose e serraria consolidados e um mercado de produtos florestais não madeireiros como borracha, goma-resina, palmito e frutos das florestas em ascensão.
De acordo com o coordenador da área, o cultivo de espécies da Mata Atlântica tem um grande potencial quando consideramos a qualidade da madeira produzida e em função da grande demanda do mercado consumidor frente ao elevado custo do frete da madeira proveniente da região norte do Brasil, que em muitos casos supera o valor do produto. “No entanto, associado ao fato das madeiras de melhor qualidade apresentarem ciclo longo, não há no Espírito Santo um arranjo consolidado para plantio, produção, exploração e beneficiamento desse produto. Para isso, torna-se necessária a realização de estudos e pesquisas para utilização dessas espécies, tanto na identificação dos potenciais de substituírem as de origem amazônica, quanto na identificação das práticas silviculturais e de manejo adequados a essas espécies e o zoneamento para regionalização das áreas mais indicadas ao cultivo. Algumas iniciativas já vêm sendo realizadas na Estado, como o projeto Biomas e Florestas Piloto, mas precisam ser incrementadas”, reforçou.
Perspectivas 2018
A “Política da Cadeia Produtiva de Base Florestal” também conhecida como “Mais Floresta Produtiva”, a ser implementado a partir de 2018, tem como objetivo integrar as ações de silvicultura, incluindo os Sistemas Agroflorestais e desenvolver uma política de incentivo visando à expansão da área de plantio com florestas produtivas e também à adequação ambiental de propriedades agrícolas, por meio de parcerias púbico-privadas e uma administração baseada na governança interinstitucional.
“Os extensionistas denominados de especialistas estão sendo preparados para atuar de forma regional em apoio aos escritórios locais visando melhor disseminação e orientação dos produtores rurais em todo o Estado e em todos os programas estruturantes da Política Mais Floresta Produtiva. Alguns extensionistas atuam de forma estadual e dois, que estão em fase de aposentadoria, têm atuado como consultores”, explicou Pedro.
A partir de 2018, a coordenação do Programa Silvicultura do Incaper passa a ser liderada pelo engenheiro florestal Pedro Carvalho, e o plano de ação para 2018 foi construído tendo como base a distribuição das ações nas diferentes metodologias para cada programa do “Mais Floresta Produtiva”. Para cada programa dois pontos focais foram identificados para serem referência e apoiarem a criação ou revisão de um programa especifico: Pró Resina: Gabriel Rosa e Erica Munaro; Pró Borracha: Jean Morais e Wellington Secundino; Eucalipto: Cesar Carvalho e Flávia Barreto; Palmáceas: Ranusa e Raoni; Espécies Florestais Não Tradicionais: Fabiana Ruas e Fernando Oliveira e ILPF e SAF: Maria da Penha Padovan e Renata Lourenço.
Dentre as ações realizadas em 2017 por metodologia de assistência técnica e pela extensão rural estão os apoios a eventos, demonstração de métodos, dias de campo, oficinas, palestras, seminários, reuniões, elaboração dos projetos – de crédito também – entre outros, realizados pelos escritórios locais do Incaper pelo Espírito Santo.
Em 2017 também foram realizados 439 atendimentos e 492 visitas aos produtores rurais para tratar de silvicultura e 1643 produtores rurais foram assistidos neste tema. A reunião e a excursão foram as metodologias mais recorrentes.
Do público assistido, observou-se maior concentração em Sistemas Agroflorestais, Palmáceas e Espécies Florestais Não Tradicionais, mostrando de uma forma bem positiva a tendência de plantios mais sustentáveis e diversificação para outras espécies florestais.
Quanto ao atendimento e visitas técnicas, observa-se maior concentração em SAF, Palmáceas, Eucalipto e Seringueira, devido a programas implantados no passado que estão em crescimento das culturas, exigindo assim um acompanhamento dos extensionistas. No caso do Pinus, por ser um programa novo, lançado em 2016 e por estar concentrado na região Sul Caparaó e Centro-Serrana, apresentou um pouco menos de atendimentos e visitas.
Extensionistas especialistas em Silvicultura com atuação regional:
Engenheiro Florestal
Engenheira Florestal - Mestre em Ciências Ambientais e Florestais
Engenheira Florestal - Mestre em Agricultura Tropical
Engenheiro Florestal
Engenheira Florestal
Engenheiro Florestal
Engenheiro Florestal - Doutor em Ciência Florestal
Engenheiro Agrônomo - Mestre em Produção Vegetal
Técnica em Desenvolvimento Rural
Engenheiro Agrônomo- Mestre em Agricultura Tropical
Extensionistas especialistas em Silvicultura com atuação Estadual:
Bióloga - Mestre em Biologia Vegetal
Bióloga - Doutora em Sistemas Agroflorestais
Engenheiro Florestal - Mestre em Genética e Melhoramento de Plantas
Extensionistas especialistas em Silvicultura com atuação como consultor:
Engenheiro Agrônomo - Mestre em Fitotecnia
Engenheiro Agrônomo - Mestre em Genética e Melhoramento de Plantas
Assessoria de Comunicação do Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre – luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
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Texto: Tatiana Caus com informações de Pedro Carvalho e equipe de silvicultura
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