02/07/2019 16h49

Alunos de Rio Novo do Sul aprendem química e biologia com a cafeicultura do município

Foto: Incaper
A técnica do Incaper de Rio Novo do Sul, Suely Ferreira da Cruz, com o produtor e os alunos da EEEFM Virgínia Nova.

Alunos do ensino médio da EEEFM Virgínia Nova, em Rio Novo do Sul, participaram de uma mesa redonda com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o produtor rural Rubens Peterle. Disciplinas como química, biologia e matemática foram abordadas de maneira dialogada, tendo como tema central a cafeicultura do município.

A técnica do Incaper de Rio Novo do Sul, Suely Ferreira da Cruz, ficou satisfeita por participar da formação dos alunos. “A gente está contribuindo para a sucessão rural através da qualificação destes jovens. Muitos destes estudantes vão suceder os pais na propriedade. A escola é estadual, mas tem um perfil de escola do campo. Está localizada numa das regiões que mais produzem café no município e concentra muitas unidades de beneficiamento. É uma forma de estar mais próximos da realidade destes jovens e prepará-los para o futuro”, disse a extensionista do Incaper.

Curiosos, os estudantes fizeram vários questionamentos, principalmente relacionados à qualidade do café e à produção de café despolpado. “Aqui não tem muito despolpador. Mas eles estão interessados em saber sobre café de qualidade, porque fizeram várias perguntas inclusive sobre o mercado de cafés especiais”, acrescentou Suely.

O projeto de pesquisa sobre a influência da produção de café nas aulas de química é conduzido pelo professor Tarcísio Leite. “É muito gratificante quando podemos contar com a colaboração do Incaper e dos produtores da região.  Nossos alunos precisam aprender sobre o que há de mais rico em sua região”, disse o professor. A mesa redonda, realizada no fim do mês de maio, foi mediada pela professora de biologia Flávia Thomé, que contribuiu na associação do tema “Cafeicultura” com as disciplinas da grade curricular dos alunos.

“Eles perguntaram, por exemplo, por que tem que se plantar vários clones de café conilon para ter boa produção na lavoura enquanto no arábica apenas mudas de sementes. A gente explicou que há variedades de conilon propagadas por sementes, mas a maioria é propagada por clones. No café arábica ocorre autofecundação, e no conilon a fecundação é cruzada. Plantar um número maior de clones garante a variabilidade genética da lavoura, bem como seu potencial produtivo, que pode ser perdido ao longo dos anos quando não se planta a quantidade determinada pelo Incaper na variedade clonal de interesse do agricultor. Isso ajudou a associar com as matérias que eles estudam em sala de aula”, explicou Suely Ferreira da Cruz.

As aulas de química foram ilustradas pelas discussões a respeito das técnicas de manejo e beneficiamento do café. Nas conversas sobre adubação, poda, desbrota e tipos de beneficiamento (café natural, cereja, despolpado e descascado), foi possível associar o conteúdo debatido com o conteúdo ensinado na sala de aula.

“Há alguns problemas de pós-colheita que nós discutimos com os alunos. O café pode fermentar quando fica muito tempo ensacado após colhido, por exemplo. Isso interfere na qualidade. Falamos ainda sobre maturação desuniforme, uso indiscriminado de agrotóxicos, sobre a dificuldade que muitos agricultores têm em aceitar novas tecnologias e a importância de utilizar variedades melhoradas desenvolvidas ou recomendadas pelo Incaper”, disse Suely Ferreira da Cruz.

Até a disciplina de matemática entrou na discussão, ao serem abordados temas como mercado, comercialização, o preço alto dos insumos e da mão de obra e o crédito rural. “Os alunos relataram que os palestrantes conseguiram tirar suas dúvidas e acrescentaram muito no processo de ensino-aprendizagem”, acrescentou o professor Tarcísio.

Texto:  Juliana Esteves

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