O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), realizou, nos dias 03 e 04, no município de Linhares, uma capacitação intensiva sobre cafeicultura regenerativa, que coloca o Espírito Santo à frente na promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.
O evento conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Nescafé (Nestlé) e a Plataforma Global do Café.
Na ocasião, participaram do curso 85 técnicos que trabalham diretamente com o café conilon. A capacitação contou com uma parte teórica, onde os participantes aprenderam sobre os princípios da cafeicultura regenerativa, e uma parte prática, com visitas a campo para conhecer exemplos de propriedades que já adotam essas práticas. Além disso, o evento proporcionou um espaço para troca de experiências entre técnicos, produtores e representantes de instituições parceiras.
Os temas retratados ‘A base da cafeicultura regenerativa e a Implantação e manejo do cafezal para cafeicultura regenerativa’, abordaram sobre técnicas de manejo do solo e da água, visando reduzir os impactos das mudanças climáticas e aumentar a produtividade e a qualidade do café.
A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura, um dos primeiros do país a adotar o conceito de sustentabilidade em todos os seus eixos de atuação.
"A cafeicultura regenerativa é um tema de grande relevância no momento, e estamos alinhados com as principais empresas do setor que buscam práticas mais sustentáveis", afirma o subsecretário de Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura, Michel Tesch. "Nosso objetivo é preparar os produtores capixabas para os desafios do futuro, garantindo a saúde do solo, a rentabilidade e a preservação do meio ambiente.".
Segundo o gerente de cafeicultura da Secretaria da Agricultura, Lúcio Herzog De Muner, essa capacitação é um marco para a cafeicultura capixaba. “Ao investir na formação contínua de nossos técnicos, estamos garantindo que eles estejam sempre atualizados sobre as últimas tendências e práticas sustentáveis. A cafeicultura regenerativa é o foco principal deste ano e demonstra nosso compromisso com um futuro mais verde e produtivo”, ressaltou.
Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer técnicas como compostagem, plantio de plantas de uso e multiplicação de biológicos, além de discutir desafios como a queima da palha, a seca do café e a necessidade de uma irrigação mais eficiente.
O coordenador regional do Incaper e coordenador do Projeto da cafeicultura sustentável do Norte do Espírito Santo, Wellington Marré, destacou que a cultura do conilon ainda enfrenta desafios como a prática da queima da palha e a secagem inadequada dos grãos, fatores que resultam em um produto com maior quantidade de defeitos e em elevada emissão de carbono. Além disso, o manejo eficiente da irrigação se mostra crucial para a otimização da produtividade.
Marré ressaltou que o evento proporcionou aos técnicos a oportunidade de se capacitarem para a instalação de unidades demonstrativas de manejo de irrigação, tecnologia de fertirrigação, incluindo a instalação de tensiômetros. Essa iniciativa visa alinhar as ações do projeto com as melhores práticas de manejo da água.
Eduardo Sampaio, da Plataforma Global do Café, afirma que estão trabalhando para estabelecer um sistema de produção mais sustentável e produtivo para o café. “Nossa abordagem se baseia em sete elementos-chave, como a melhoria da fertilidade do solo, o aumento da matéria orgânica e a utilização de micro-organismos benéficos. Essa combinação permite que o solo se torne mais vivo e resistente, beneficiando tanto o produtor quanto o meio ambiente”, ressaltou.
Ele comentou ainda que essas práticas podem gerar diversos benefícios, como aumento da produtividade, melhoria da qualidade do café, redução dos custos de produção e menor impacto ambiental. “Além disso, contribuem para a construção de uma cadeia produtiva mais sustentável e rentável”, finaliza.
Nos dias 18 e 19 de setembro, o município de Venda Nova do Imigrante sediará uma nova capacitação, desta vez com foco no café arábica.
Texto: Priscila Contarini
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