De que forma as organizações sociais podem contribuir para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)? Essa é uma questão relevante para questionarmos, uma vez que, nos últimos anos, a agricultura familiar foi acolhida por políticas públicas que preconizam o aumento da produção e inovação tecnológica no campo, mas, por outro lado, ainda enfrenta entraves na comercialização dos seus produtos, especialmente pela dificuldade de acesso ao mercado.
Quem nos lembrou essa questão, foi a extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Mestre em Desenvolvimento Sustentável e Extensão, Suely Ferreira da Cruz, que é autora do artigo acessível na Biblioteca Rui Tendinha, intitulado “Contribuições de três organizações para a comercialização da agricultura familiar no PNAE, no território sul litorâneo do Espírito Santo”.
O artigo analisa as contribuições de organizações formais e informais no PNAE no sul do Espírito Santo: um grupo em Rio Novo do Sul, uma cooperativa em Iconha e uma associação em Anchieta. As organizações, afirma a extensionista, criam estruturas e dinâmicas que facilitam o acesso dos agricultores a comercializarem seus produtos.
Suely Ferreira explica que “apesar dos desafios existentes na comercialização dos produtos da agricultura familiar, existem nichos de mercado e novos canais de venda que potencialmente podem ser explorados pelos agricultores, mas que necessitam de estratégias e gestão eficiente para se manterem em um mercado cada vez mais exigente”.
As compras institucionais, como o PNAE, são um canal importante e que precisam ser mais exploradas pela agricultura familiar, pois indiretamente fortalecem os demais, através da oferta de produtos que podem ser produzidos pelos agricultores.
“Ao inserir os agricultores em políticas públicas, essas organizações auxiliam no enfretamento dos entraves, que estão fora das unidades produtivas familiares, dando uma nova dinâmica ao meio rural e criam mecanismos para facilitar o acesso aos mercados, além de fortalecer os canais existentes”, explicou a extensionista.
A pesquisa utilizou-se análises documentais, entrevistas e grupos focais e segundo ela, cada organização tem contribuições e limitações, com destaque para o grupo informal que promove a participação dos agricultores sem a necessidade de ser um grupo formalizado.
Texto: Tatiana Toniato Caus, com informações de Suely Ferreira da Cruz
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