O uso da palma forrageira na alimentação de rebanhos é uma prática cada vez mais difundida e adotada por criadores do Espírito Santo. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) contribui para a divulgação deste conhecimento junto a instituições de ensino do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais.
“Durante o ano de 2019 foram realizadas cerca de 14 palestras em centros de ensino fundamental, técnico e superior do Espírito Santo, Bahia e de Minas Gerais, para aproximadamente 320 estudantes, com o objetivo de divulgar e popularizar o uso potencial da palma como alimento humano e forrageiro”, disse Felipe Neves, extensionista do Incaper.
Segundo ele, estudantes dos cursos de técnico agrícola das escolas família e Institutos Federais de ensino dos municípios de Montanha, Boa Esperança, Nova Venécia, Vila Pavão, Jaguaré e Serra dos Aimorés em Minas Gerais, e dos cursos superiores de Medicina Veterinária de Nova Venécia, Vila Velha, Nanuque (MG), e dos cursos de Agronomia de São Mateus, Santa Teresa e Teixeira de Freitas (BA) puderam conhecer as potencialidades da palma como alimento.
“No município de Santa Teresa já há pesquisas em andamento utilizando a palma. Em Vitória, estudantes do ensino fundamental da 4ª e 5ª séries puderam conhecer um pouco do bioma caatinga e sobre os usos da palma, inclusive degustando o fruto da planta. Em Teixeira de Freitas, na Bahia, participamos da primeira Semana de Agronomia do Instituto Federal baiano (Seagro) ”, acrescentou Felipe Neves.
As palestras fazem parte de uma das metas estabelecidas no projeto de pesquisa intitulado “Efeitos da adubação nitrogenada sobre a qualidade de Opuntia ficus e Nopalea cochellinifera em diferentes regimes hídricos na Região Norte do Espírito Santo”.
O projeto, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), busca integrar os resultados da pesquisa científica, os conhecimentos já existentes sobre a cultura e o ensino, através da extensão ou difusão com o público das ciências agrárias.
“Desta forma, é possível aliar as necessidades do campo aos centros acadêmicos e de pesquisa, promovendo, de fato, uma integração entre pesquisa, assistência técnica e extensão rural”, ponderou Felipe Neves.
O extensionista do Incaper lembra que, no início do ano, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou o zoneamento agroclimático para o cultivo da palma no Espírito Santo. “Isso possibilitará aos produtores rurais a contratação de crédito agrícola para financiar a implantação de pequenas áreas de palma no estado. Desta forma abriu-se a possibilidade de expansão do cultivo da palma nos municípios zoneados e com isso a necessidade de os futuros profissionais das ciências agrárias conhecerem o potencial da cultura”, disse.
O uso da palma na alimentação
As cactáceas são conhecidas no Brasil pelo seu uso como plantas decorativas. Entretanto, a utilização das raquetes ou brotos e a exploração dos frutos de palma ou figo-da-índia na alimentação humana ainda são incipientes no país. O Brasil e a África do Sul são os dois países que mais utilizam a palma como alimento forrageiro para os animais. Países como o México, onde a palma é um símbolo representado na bandeira nacional, o consumo per capta pode chegar a 6 quilos de raquetes por ano. Em âmbito mundial, a produção do figo-da-índia para exportação tem destaque em Portugal, Itália, Marrocos e Tunísia.
Texto: Juliana Esteves, Felipe Neves.
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