O Jardim Clonal Superadensado é uma tecnologia que vem ganhando cada vez mais visibilidade e permite a multiplicação rápida de cultivares clonais melhoradas, na qual o produtor planta mais e em um espaço reduzido. Na Fazenda Experimental de Marilândia (FEM) do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é possível acompanhar como ela acontece, em um espaço com variedades de café para a retirada de estacas de mudas de qualidade.
O pesquisador do Incaper, Paulo Sérgio Volpi, conhecido pelos técnicos e agricultores da região como “Paulinho”, destacou que o jardim clonal superadensado é a etapa final do programa de melhoramento genético de café conilon, que acontece na fazenda há mais de 30 anos. Em um espaço curto e organizado, lá estão estacas de mudas sadias que são plantadas em fila dupla e de forma bastante adensada.
A base de um programa de melhoramento é uma cultivar superior, porém, no caso do conilon, ela pode ser clonal, ou propagada por semente. Portanto, a cultivar clonal melhorada, que é bastante demandada por produtores de café conilon, é formada pelo agrupamento de genótipos que são compatíveis entre si e definidos após passar pelas diversas etapas do melhoramento, por meio da reprodução assexuada, ou por propagação vegetativa. Dessa forma, pode-se garantir a produção de mudas totalmente sadias.
Uma delas é a variedade de café conilon “Marilândia”, desenvolvida pelo Incaper e que ganhou esse nome em homenagem ao município. A mesma tem características marcantes e positivas para o produtor rural: tolerância à seca, qualidade superior de bebida, alto vigor vegetativo, moderada resistência à ferrugem, baixo índice de desfolhamento em condições de déficit hídrico e maturação uniforme dos frutos.
Para Paulo Volpi, todo viveirista deveria ter uma matriz de um jardim clonal igual a este, localizado na Fazenda de Marilândia. “Isso garante que os produtores rurais e cafeicultores tenham acesso a um material genético de qualidade. É um grande investimento”, explicou.
Das diversas vantagens que o jardim clonal superadensado apresenta para o produtor rural, estão a produção de um grande número de estacas em área reduzida; a redução do tempo durante a produção de estacas, antecipando em mais de um ano a disponibilização das estacas dos clones de uma nova cultivar aos cafeicultores; a produção de mais de 2,44 milhões de estacas por hectare até os 18 meses de idade; estabilização da produção de estacas com um aumento de até 40% após a sexta retirada até os três anos; maior uniformidade das hastes; facilidade do manejo, tratos culturais e redução de custos de manutenção dos jardins clonais e um alcance de produção de 3,42 milhões de estacas aos 24 meses, quando inicia-se a retirada de ramos nos jardins clonais tradicionais.
O pesquisador Paulo Volpi lembrou que a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) tem uma forte parceria com o Incaper nesse processo. “Toda muda produzida por eles é resultado de um jardim clonal semelhante a este”, disse.
Na Fazenda Experimental do Incaper em Marilândia, assim que é feita a colheita do material do jardim clonal, é hora de ir para o viveiro, onde as mudas são confeccionadas por meio do corte de ramas das plantas e das folhas, e são preparadas as mudas individualizadas, prontas para o plantio em terra fértil.
Entretanto, “Paulinho” alerta para que os jardins clonais sejam próximos aos viveiros, de modo que as plantas não corram o risco de serem machucadas ou desidratadas durante esse caminho. “Já que as mudas saem dos jardins clonais e, em seguida, são transportadas para os viveiros, não podemos dar um longo espaço para que elas corram o risco de serem desidratadas ou machucadas”, completou.
“O zelo e a atenção aos detalhes é que tornam o Espírito Santo um ‘gigante’ na produção de café conilon”, frisou o pesquisador.
Para mais recomendações e condução destinada à implantação e manejo da tecnologia jardim clonal superadensado, basta ligar: (27) 3724-1182 ou enviar um e-mail para fem@incaper.es.gov.br
Endereço da Fazenda: Rodovia ES 360, Km 1, s/nº - Centro de Marilândia.
Texto: Tatiana Toniato Caus
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