Maior produtor e exportador de pimenta-rosa do mundo, o município de São Mateus recebeu, nesta sexta-feira (21), uma oficina técnica para colaboração no Plano de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, o Pedeag 4. O cenário da produção e da cadeia produtiva de pimenta-rosa no Espírito Santo, assim como os projetos integrados e indicadores econômicos, foram alguns temas abordados no encontro envolvendo especialistas, produtores e representantes do setor.

O encontro faz parte do cronograma de elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4), que está sendo coordenado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

O Estado é o maior produtor e exportador de pimenta-rosa do Brasil, com espaço na Europa, Ásia e EUA. Segundo estimativas obtidas por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Associação Capixaba dos Exportadores de Pimentas e Especiarias (ACEPE), até ano passado (2022) o Espírito Santo produziu cerca de 3 mil toneladas de pimenta-rosa, e exportou cerca de 700 ton/ano de pimenta-rosa. A expectativa para este ano é que ultrapasse mil toneladas de pimenta-rosa (que são frutos da árvore aroeira), considerando estes já beneficiados, ou seja, selecionados, secos e embalados a vácuo, com qualidade, já prontos para exportação. 

Essa reunião é mais uma oportunidade para troca de experiências, com a proposta de melhorarmos ainda mais toda a cadeia produtiva e atendermos às exigências do mercado, comentou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli. “Uma culturatão importante para o nosso Estado. São Mateus é nosso maior produtor, é pioneiro e referência nessa atividade. A pimenta-rosa produzida no município, recebeu nesta semana do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) a 103ª Indicação Geográfica do Brasil e registrada como Indicação de Procedência (IP) e isso nos deixa muito orgulhosos, pois a atuação do Incaper foi essencial nesse processo”, pontuou Bergoli.

A palestrante no encontro e coordenadora de Recursos Naturais do Incaper, Fabiana Ruas, atua diretamente com a Nativa e os produtores de pimenta-rosa de São Mateus e região norte. “A atuação do Incaper foi fundamental nesse processo, uma vez que participamos desde o início, em 2019, inclusive das mudanças e exigências que aconteceram nesse percurso. Orientamos a associação quanto à organização social, desde a formatação de estatuto e demais tecnicidades, até o embasamento e o estudo técnico que destacassem a importância da cadeia produtiva e a relevância socioeconômica para as famílias produtoras”, salientou.

Encontros

Os encontros para a colaboração na elaboração do Pedeag 4 vão até o dia 18 de agosto. Ao todo, serão 40 encontros, entre oficinas e reuniões técnicas, abrangendo as cadeias produtivas de maior representatividade para o Estado. Os encontros técnicos contam com metodologias participativas para discutir e propor ações que serão inseridas no Pedeag 4, que ficará em vigor até 2032. O intuito é planejar ações e iniciativas que buscam alavancar o setor com políticas que promovam o desenvolvimento sustentável e tecnológico da agropecuária capixaba.

São discutidos temas transversais, como agricultura familiar, mudanças climáticas, crédito rural, mulheres no agro, logística, sucessão familiar e comunicação no agro. As oficinas vão ocorrer em diferentes municípios do Espírito Santo, valorizando a participação das lideranças do agro capixaba e almejando ampliar os horizontes, por meio do conceito de inovabilidade.

Também é possível participar da construção do plano de forma on-line, acessando o site da Seag (seag.es.gov.br) e clicando no banner do Pedeag 4.

Pedeag 

O Pedeag é um Plano de Estado e tem como objetivo ser um referencial para o desenvolvimento das principais cadeias produtivas da agricultura, pesca e pecuária do Espírito Santo, de modo a integrar programas, projetos e ações entre os setores público, privado e não governamental.

Para o desenvolvimento do Pedeag 4 – 2023/2032, coordenado pela Seag, serão realizados seminários temáticos para a discussão com o público, com o objetivo de estabelecer as metas e as prioridades para o período 2023- 2026, incorporando temas transversais contemporâneos, como a sustentabilidade, ESG (do inglês, sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), descarbonização, para o Horizonte de Planejamento – 2023/2032. Será disponibilizado ainda um ambiente virtual para contribuições via internet.

A metodologia proposta para a construção do plano está dividida em três etapas: investigação de cenário, definição de estratégia e estruturação do ambiente. A previsão é de que o relatório final do Pedeag 4 seja apresentado em seis meses.

Informações à Imprensa:
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