Um projeto atual pretende analisar aspectos relacionados à comercialização, compreender as estruturas e o modo de produção de propriedades do Espírito Santo, além de verificar quais são os principais desafios para a manutenção da produção de alimentos com princípios agroecológicos e quais são os impactos nos agroecossistemas.
Trata-se do projeto intitulado “A Produção de Alimentos através dos Princípios Agroecológicos e seus Impactos nos Agroecossistemas”, aprovado na terceira fase do Banco de Projetos instituído pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
O projeto entrou em vigência em dezembro de 2022 e vai até 2025, contemplando os seguintes municípios: São Roque do Canaã, Santa Teresa, Colatina e Marilândia.
A idealizadora e coordenadora do projeto, a extensionista do escritório local do Incaper em Colatina, Edna Silva de Abreu, lembrou que a agroecologia tem na agricultura familiar um expressivo contexto nos campos técnico, social, econômico e cultural.
“A nossa proposta é buscar uma agricultura que responda aos anseios de uma sociedade em busca de equilíbrio ambiental, equidade social, saúde e qualidade de vida. O consumo de alimentos isentos de insumos químicos e sintéticos está na pauta atual. A agroecologia pode não apenas contribuir para a produção de alimentos, segurança alimentar e nutrição, mas também restaurar os ecossistemas e a biodiversidade, promovendo um processo dialógico de construção do conhecimento, características essenciais para uma agricultura sustentável”, explicou Edna de Abreu.
“A implementação desses princípios conduz a um aumento na variedade e na heterogeneidade de produtos e sua logística para um número maior de setores, consumidores e usuários, vinculados a um sistema agroalimentar. Nesse contexto, evidencia-se um ambiente social e econômico em que as unidades de produção apresentam a sua relevância para um desenvolvimento local sustentável, desde a produção de alimentos até a comercialização”, complementou Edna de Abreu.
O projeto de pesquisa utiliza princípios metodológicos da pesquisa-ação, empregando entrevistas semiestruturadas, observação participante e encontros presenciais, com o propósito de conhecer o espaço físico, as relações sociais e econômicas, além de potencializar o compartilhamento de experiências para contribuir com a sensibilização em favor de um modelo de produção que respeite e valorize a sustentabilidade, os ambientes e a vida em suas diferentes formas.
1ª ação de 2024 – produção e comercialização de cacau orgânico
A primeira ação do projeto em 2024 foi a realização recente de um Diagnóstico Rural Participativo (DRP), com ênfase desde a produção até a comercialização do cacau de forma orgânica e sustentável. Participaram produtores rurais e representantes da Associação Mulheres do Cacau de Rio Bananal e Santa Teresa, organizado pelo escritório local do Incaper de Colatina, em parceria com a Fapes e a Secretaria de Agricultura de Santa Teresa.
O DRP foi dividido em campos – econômico, social, político, ambiental e cultural – e participaram mais de 20 pessoas, entre produtores e produtoras rurais, técnicos e professores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) do Campus de Santa Teresa.
Na ocasião, foram formuladas ações e estratégias com foco no desenvolvimento de uma agricultura de base agroecológica, capaz de propiciar a produção de alimentos com preservação ambiental. Por fim, foi feito o planejamento para 2024 contemplando ações importantes e que deverão ser concretizadas.
Entre essas ações estão potencializar o agroturismo em Santa Teresa; aprimorar as estratégias de manejo para a cultura do cacau, desde o plantio até a qualidade das amêndoas; potencializar os serviços de Assistência Técnica e a Extensão Rural (Ater) no município; aumentar a divulgação dos resultados dos trabalhos das Mulheres do Cacau em eventos dentro e fora do Estado; e buscar um selo de produção orgânica de cacau para Santa Teresa, especificamente dando destaque à identidade regional das amêndoas.
“Há uma necessidade da produção de cacau orgânico em Santa Teresa, até por esse município ser expressivo para este tipo de produção. Tanto as mulheres quanto qualquer outro agricultor da região podem adotar novas tecnologias, especialmente em tempo de mudanças climáticas, por meio de novas alternativas. Que num futuro próximo possamos aumentar a rentabilidade das mulheres, das suas famílias, aliada à sustentabilidade e à qualidade dos chocolates”, lembrou a extensionista Edna de Abreu.
Para a presidente da Associação das Mulheres do Cacau de Santa Teresa e São Roque do Canaã, Vera Lucia Dalapicula Serafini, o Incaper tem sido um parceiro crucial junto às Mulheres do Cacau desses dois municípios. “Estamos confiantes e esperançosas em mais uma ação do Incaper junto às Mulheres do Cacau, quanto a este trabalho, uma vez que já nos tem proporcionado um desenvolvimento rural diferenciado e valorizado, principalmente para nós, mulheres do campo”, reforçou Vera Lucia Serafini, em nome de todas as “mulheres do cacau”.
Texto: Tatiana Toniato Caus
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