22/05/2023 14h20 - Atualizado em 22/05/2023 14h26

Servidores do Incaper marcam presença em grande número no lançamento do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo

O governador do Estado, Renato Casagrande, lançou, na manhã desta segunda-feira (22), o maior Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo. Inédito no País, o programa se baseia no conceito de sustentabilidade, tema que está incluso em todos os eixos de atuação e tem como meta o aumento da produtividade, adequação ambiental e ampliação dos cafés superiores. A solenidade de lançamento aconteceu no Palácio Anchieta, em Vitória.

Em sua fala, Casagrande destacou o avanço na produtividade da cafeicultura ao longo dos anos. “Fui secretário municipal de Agricultura na Serra entre 1995 e 1998. Naquela época, a produtividade média era de sete sacas de café por hectare, hoje são sessenta sacas. Mesmo com 10% da área do estado de Minas Gerais, por exemplo, o Espírito Santo também se destaca na produção nacional. Não somos um grande centro consumidor, por isso temos que nos diferenciar pela competitividade. Esse programa nos leva a produzir mais, com mais qualidade e ser referência em cafés de qualidade no País”,  disse.

O governador prosseguiu: “O café de qualidade, que está presente em 70% das propriedades capixabas, é um produto de distribuição de riqueza. Nós somos e queremos ser cada vez mais um Estado sustentável. A inovação é outro eixo importante desse programa. Por isso, queremos inovar e modernizar ainda mais nossa produção, agregando valor ao produto. Nada é mais importante para este Estado do que desenvolvimento regional e o café é o maior produto do nosso desenvolvimento.”

Desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo é estruturado nos eixos de governança, sustentabilidade, tecnologia, social e agregação de valor, com o objetivo de inserir o Espírito Santo como uma das principais origens de cafés no mundo, sendo reconhecido como referência em produtividade e bem-estar das famílias produtoras. Ele foi construído com todos os elos da cadeia produtiva do café e será implementado por diversas instituições.

“Esse programa é seguramente o mais completo programa de desenvolvimento da cafeicultura do Brasil.  O conceito de sustentabilidade é um tema que está incluso em todos os eixos de atuação e o objetivo é agregar valor à produção de café do Espírito Santo.  Destacar as nossas potencialidades, diversidade, qualidade, valorizando a origem do café, fomentando e fortalecendo o setor”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.

O Espírito Santo é uma referência nacional e mundial na produção de café, sendo responsável por três a cada quatro sacas de Conilon produzidas no País. O Estado produz em quantidade e com qualidade, as duas espécies de café que são consumidas no mundo: Arábica e Conilon. No ano passado, a área do Conilon no Espírito Santo foi de 259,174 hectares, o que rendeu uma média de 47,7 sacas por hectare.

Para este ano, a previsão é de 261.921 hectares e 43,8 sacas por hectare, segundo dados levantados pela Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura. Ainda segundo o levantamento, a cafeicultura capixaba gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, e está presente em mais de 75 mil das 108 mil propriedades agrícolas do Estado.

“O que estamos estabelecendo aqui é uma direção para que possamos conduzir a nossa cafeicultura para este novo e desafiador ciclo, que o mercado determina que a gente busque. O café traz muitos benefícios e é fonte de renda, de estabilidade social para os capixabas. Somos um estado liderado por propriedades de base familiar. São pequenas propriedades, mas grandes produtores espalhados por todo o Espírito Santo. Temos entre 350 a 400 mil capixabas que lidam com a cultura do café no dia a dia. Portanto, não é possível pensar em desenvolvimento, sem considerar o papel da agricultura e a força econômica do café”, pontuou o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.

Ele destacou que o programa é resultado de um processo que demandou pesquisa, estudo e planejamento. “Hoje damos a partida e temos metas muito ousadas a cumprir. Vamos colocar este trabalho em pé para que possamos entregar resultados, que farão a diferença no dia a dia dos capixabas, prezando pela sustentabilidade e pela qualidade do que produzimos”, completou.

O evento teve a participação de produtores rurais e representantes de entidades do setor. Carlos Alberto Roldi Filho, produtor de Arábica e Conilon há mais de 20 anos, falou sobre a expectativa com a ação. “É muito importante ter um programa que trabalhe a sustentabilidade para agregar ainda mais valor ao café capixaba. Estamos muito satisfeitos com mais essa ação do Governo do Estado em prol da Cafeicultura Capixaba, afirmou o produtor de Santa Teresa.

“O Espírito Santo se destaca na qualidade dos cafés e agora com a implementação desse programa o setor vai alavancar ainda mais. É muito importante essa agregação de valor e a preocupação com a questão ambiental e social referente aos trabalhadores do campo”, acrescentou o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Cândido Ferreira.

Também estiveram presentes o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos; os deputados estaduais Lucas Scaramussa, João Coser, Denninho Silva, Mazinho dos Anjos e Dr. Bruno Resende; os secretários de Estado, Felipe Rigoni (Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e Edmar Camata (Controle e Transparência); além de dirigentes de autarquias, prefeitos, vereadores e secretários municipais.

Eixos de Desenvolvimento
Um dos principais focos do programa é a sustentabilidade, tema que está incluso em todos os projetos do Programa. Entre as ações, está previsto o projeto de mapeamento do uso e controle das certificações, com o objetivo de ampliar a oferta de cafés certificados e rastreados. A capacitação de produtores e técnicos para o uso racional de agroquímicos, a ampliação de uso de bioinsumos, o manejo de irrigação e a conservação florestal também estão entre as metas, assim como ações para a implementação da cafeicultura de baixo carbono.

Tecnologia
O programa vai atuar de forma estratégica para garantir mercado e qualidade de vida às famílias produtoras, por meio do projeto de ampliação da formação profissional e da capacitação de técnicos e produtores. Também serão desenvolvidos os projetos de geolocalização do parque cafeeiro, de fomento à mecanização e automação na cafeicultura, com o intuito de identificar gargalos e propor projetos de desenvolvimento de tecnologias digitais e de mecanização, além de assistência técnica digital, e o fortalecimento da pesquisa, extensão e inovação.

Social
O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura no Espírito Santo também é pautado por projetos sociais, como o de fortalecimento e o incentivo ao associativismo e cooperativismo. O objetivo é desenvolver estratégias para ampliar o quadro de cafeicultores nas cooperativas e incentivar e apoiar iniciativas conjuntas de associações e cooperativas nas áreas de marketing, comunicação e desenvolvimento tecnológico.

O projeto de desenvolvimento de jovens lideranças no café e a valorização das mulheres na cafeicultura, promovendo ações para incentivar a participação igualitária das mulheres no processo, estão entre as ações planejadas.

Agregação de valor
Vários são os fatores responsáveis por agregar valor à produção de café. Eles estão ligados à geolocalização, ao turismo, à valorização da origem, à qualidade, produtividade, qualificação profissional e à sustentabilidade dos cafés. O intuito é estabelecer parcerias para a inserção da origem do café do Espírito Santo em feiras e eventos nacionais e internacionais, fortalecendo e promovendo a identidade do produto capixaba.

Um dos focos será o fortalecimento das Indicações Geográficas (IG) da cafeicultura capixaba. A Indicação Geográfica é uma marca territorial, pois reconhece uma localidade como a origem de um produto, com qualidade única e específica.


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