O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) promoveu nesta terça-feira (27), no município de Mucurici, um dia de campo sobre a cultura do sorgo usado com forragem para alimentação animal. Estiveram presentes 120 pessoas entre produtores rurais, técnicos da iniciativa privada, empresas parceiras, autoridades, e alunos do curso técnico em Agropecuária do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) campus Montanha.
Foram montadas duas estações que abordaram assuntos relacionados às características da cultura, usos e benefícios, custos de implantação, qualidade nutricional da forragem e os procedimentos para o processo de ensilagem. “No Espírito Santo o uso do sorgo como alimento forrageiro na alimentação animal ainda é muito principiante, talvez pelo desconhecimento de suas vantagens em relação a outras forrageiras tradicionalmente usadas ou pela falta de informação sobre os benefícios do seu uso”, explicou o extensionista Felipe Lopes Neves.
No município de Mucurici, no ano de 2017 e início de 2018, foram cultivados cerca de 8 hectares para a produção de forragem aproveitando-se a janela de chuvas entre o fim da primavera e o início do verão.
Mais sobre a cultura
Planta de origem Africana, pertencente à mesma família botânica do milho, o sorgo apresenta expressiva expansão nas áreas de cultivo no Brasil. É o 5º cereal mais cultivado no mundo. Apenas o trigo, o arroz, o milho e a cevada possuem áreas cultivadas que superam a do sorgo. Estados Unidos, México e Índia são os três maiores produtores sendo que o Brasil ocupa o 9º lugar na produção. No Brasil os estados que mais produzem sorgo são: Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
É uma planta ideal para o cultivo em regiões com déficit hídrico. “O Incaper incentiva o cultivo e uso para alimentação animal. É uma planta forrageira que, como outras, a exemplo da palma, possui uma elevada eficiência de conversão de água em biomassa vegetal. Isso dá ao sorgo uma posição de destaque quando comparado ao milho que não tolera grandes déficits hídricos no solo”, disse o extensionista.
Vantagens
Os custos de implantação são bem inferiores aos de implantação de áreas de milho para silagem. Outra grande vantagem do sorgo sobre o milho é a não possibilidade de roubos, uma vez que, em lavouras de milho cultivadas para a produção de forragem os produtores têm grandes problemas com os roubos das espigas acarretando uma perca da qualidade do alimento para silagem.
Felipe ainda salienta que, além do seu uso na alimentação de animais ruminantes, o sorgo pode ser usado na alimentação humana. O emprego na fabricação de farinha, cerveja, mingau, pipoca, cookies, pães e bolos. É indicado, principalmente para pessoas que possuem intolerância ao glúten (doença celíaca). Além disso, é um alimento antioxidante e que possui muitos compostos bioativos.
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