Será que o preço que o produtor recebe pelo leite cobre os custos da produção? Será que a atividade pode gerar lucros? Para responder a estes e outros questionamentos, foi realizado o Encontro de Produtores de Leite, em Guaçuí. O evento foi promovido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Campus Alegre, por meio do projeto Bovinocultura Sustentável.
Os temas técnicos discutidos na ocasião contribuíram para esclarecer alguns dos questionamentos apresentados pelos participantes. “O que mais ouvimos dos agricultores é o questionamento referente ao valor recebido dos laticínios e cooperativas. Eles alegam que o preço é o maior entrave da atividade e está sempre abaixo dos custos de produção, tornando difícil fechar a conta no fim do mês. Mas será que esse é o problema que faz com que o produtor não tenha retorno? Bom, o preço é importante, sim. Mas é um fator que os produtores não conseguem alterar, ou seja, está fora do alcance de qualquer produtor, é a maior lei: a lei de mercado”, detalhou Lorena Vidaurre Ribeiro, extensionista do Incaper em Guaçuí.
Segundo a extensionista, para que o agricultor tenha resultados positivos, ele deve focar em áreas que estão ao seu alcance. “E quais seriam essas áreas? A adequada nutrição do rebanho, o melhoramento genético, a cria de fêmeas para reposição, a sanidade, escala de produção, compra estratégica de insumos e o manejo sustentável”, explicou Lorena Vidaurre Ribeiro.
Foram justamente estes os temas abordados durante o encontro. O evento foi realizado na propriedade dos produtores Rogério Peixoto Ribeiro e Eli de Lourdes das Neves Ribeiro, na região de São Felipe, em Guaçuí.
Em seguida, houve uma palestra sobre “A Implantação e o Manejo do Capim Kurumi e Grama Estrela”, ministrada pelo zootecnista e extensionista do Incaper em São José do Calçado, Abner Castelão. “Foi uma oportunidade para os participantes conhecerem o capim Kurumi, uma variedade de capim elefante desenvolvida pela Embrapa para pastejo, e sobre a Grama Estrela (Cynodon). As forrageiras foram implantadas pelo agricultor em 2019. Na ocasião, teve distribuição de mudas”, enfatizou Lorena Vidaurre Ribeiro.
O outro momento foi para discussões e debates sobre “Bem-Estar de Bezerras Leiteiras”, com a professora Aparecida de Fátima Madella de Oliveira, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), de Alegre, que apresentou os sistemas de cria de bezerras, os cuidados com a cura do umbigo, a colostragem, formas de aleitamento e o desempenho dos animais.
Para Lorena Vidaurre Ribeiro, os bons resultados dependem das boas práticas. “Em todo negócio, é importante o agricultor não pensar apenas em vender bem, mas em produzir com lucro máximo. Se os agricultores atentarem para todos esses cuidados e o manejo das pastagens, terão bons resultados que podem mudar sua renda”, afirmou a extensionista do Incaper.
Texto: Juliana Esteves e Lorena Vidaurre Ribeiro
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